Catarina Martins tem grandes semelhanças com Passos Coelho, cada um á sua maneira são artistas de teatro, ambos revelam grande preocupação com os mais pobres, sabem sempre a solução para tudo na ponta da língua, se alguém sugerisse que tinham sido separados á nascença ainda levaria muito boa gente a pensar que estaria a falar verdade.
Mas o que mais os une é o facto de não pensarem os problemas, sempre que lhes é colocado um problema ambos se socorrem do seu receituário ideológico, ambos estão certos de que a sua ideologia tem um fundamento científico e a partir da meia dúzia de princípios elementares se chega sempre à melhor solução. Chegam sempre ou quase sempre á solução oposta porque usando o mesmo método supostamente científico partem de premissas diferentes. Catarina bebeu o socialismo científico, Passos digeriu de forma elementar e sem pensar muito o liberalismo económico que lhe terá sido explicado por Carlos Moedas ou António Borges.
Para Passos privatizar a saúde ou a EDP não deve ser um problema económico ou social, aliás, para Passos pouco importam as consequências a curto prazo, disseram-lhe que privatizar é promover a democracia económica e, portanto, esta solução é a melhor. O mesmo que anda com livros sobre Salazar debaixo do traseiro, usa o termo “democracia” para justificar as suas alarvidades ideológicas.
Catarina usa o mesmo pensamento científico e basta que lhe seja colocado qualquer problema, não é necessária qualquer reflexão pois o seu modelo ideológico é de carregar pela boca, mete-se o problema e o tiro é imediato. Morreram dois comandos? Acabam-se com a companhia de comandos. Um raciocínio brilhante se, de vez em quando não morressem bombeiros, condutores de ambulâncias, polícias e muitos outros profissionais.