segunda-feira, setembro 19, 2016

Umas no cravo e outras na ferradura


  
 Jumento do dia
    
Rosário Teixeira, Magistrado

Há poucos dias o CM fez uma ruidosa manchete informando que o presidente do Grupo Lena tinha declarado a Rui Teixeira que havia subornado Sócrates. Esta e outras notícias saíram no dia seguinte ao adiamento da acusação e num momento em que o MP estava a passar um mau bocado, a que somou a desastrosa entrevista do juiz Carlos Alexandre.

Não foi admirar que perante as dificuldades tenham surgido mais provas sobre muita coisa. Dias depois é o CM que vem dar o dito por não dito, assume o erro mas mete os dedos pelas mãos e acaba por atribuir a autoria do conteúdo falso da notícia a Rui Teixeira.

Enfim, já sentia pena de Carlos Alexandre, depois das entrevistas miseráveis que deu, agora começo a sentir pena de Rui Teixeira. Dois magistrados que vão passar um mau bocado no resto das suas vidas, com muita gente a apontar-lhes o dedo sempre que se assomarem fora de casa.

«O jornal Correio da Manhã corrigiu este domingo a manchete de sexta-feira, onde noticiava que o presidente do Grupo Lena confessava que tinham sido pagas comissões ao ex-primeiro-ministro José Sócrates. O jornal diz que por um “lamentável lapso”, a declaração foi “erroneamente atribuída” ao presidente do grupo, Joaquim Paulo Conceição, atribuindo-as agora ao procurador do Ministério Público, Rosário Teixeira. O que faz com que a notícia da suposta confissão de suborno esteja errada.

A notícia de sexta-feira, que fazia manchete no Correio da Manhã, era: “Presidente do Grupo Lena confessa subornos a Sócrates” e dava conta de um depoimento ao Ministério Público de Joaquim Paulo da Conceição a admitir o pagamento de comissões ao ex-primeiro-ministro. Tanto os advogados do Grupo Lena, como os de José Sócrates apressaram-se a desmentir, com Joaquim Paulo Conceição a anunciar, em conferência de imprensa, que o grupo iria “pedir para ser ressarcido pelos danos causados”.

A “retificação” do Correio da Manhã surge na página 7 do jornal deste domingo, sem chamada de capa nem menções na última página. O site do jornal também não faz referência visível à correção. No texto de retificação, intitulado “O CM e o grupo Lena”, o Correio da Manhã escreve que “devido a um lamentável lapso [a declaração] foi erroneamente atribuída ao presidente do grupo Lena, Joaquim Paulo Conceição, a afirmação de que ‘o grupo Lena procurou apoio do poder político através de Sócrates, a quem pagava'”. Assumindo o “erro”, o jornal “pede desculpa a Joaquim Paulo Conceição e aos leitores”.» [Observador]

 Deixem-no trabalhar

Trabalha todos os dias do ano, não sabe o que são férias nem fins de semana, não vai a congressos, não escreve livros, não perde tempo com amizades e as poucas vezes que não trabalha é opara ir à missa em Monção. É este o herói do trabalho da magistratura portuguesa a quem querem impedir de trabalhar. Deixem-no trabalhar até que rebente, pois pela forma como dá entrevistas já está mais para lá do que para cá.

 Pagar impostos é um dever de cidadania

A forma como a direita tem abordado a questão de um imposto especial sobre o património e independentemente de qualquer consideração que possa ser feita sobre esta matéria, conduz à ideia de que os responsáveis dos partidos não entendem as obrigações fiscais como um dever de cidadania. 

Para a nossa direita os impostos têm duas abordagens, se forem impostos sobre o rendimento do trabalho devem ser cobrados e se for necessário reequilibrar as contas públicas as suas taxas devem ser aumentadas. Mas se forem impostos a pagar pelos mais ricos, incidindo sobre a riqueza, esses impostos são um desincentivo ao investimento. Não se podem aplicar impostos sobre os lucros das transacções financeiras porque a bolsa fica a perder, não se pode taxar o imobiliário de luxo porque os chineses fogem, não se pode taxar os depósitos porque estes fogem.

Fica-se com a sensação de que todos podem fugir do país menos os trabalhadores, mas a verdade é que nos últimos anos sucedeu o contrário. Ninguém tem conhecimento de ricos a emigrarem, antes pelo contrário, os que têm emigrado em grande número são os quadros qualificados, engenheiros, médicos, arquitectos, economistas, professores universitários, foram fila fugindo de um país onde,  em consequência dos cortes e dos impostos, são cada vez menos os que apostam em trabalhar em Portugal.

Mas o argumento mais divertido é o de que um imposto sobre o imobiliário prejudica o investimento, quando se sabe que este sector é precisamente aquele onde investem os que tendo dinheiro, não gostam de correr riscos. Mas, mais divertido ainda é o facto de um Passos Coelho que no passado considerou este sector como investimento inútil venha agora armado em seu grande defensor.

Se as despesas do Estado, uma boa parte delas destinadas a manter infraestruturas que suportam o investimento industrial ou que viabilizam a venda de imobiliário de luxo, tiverem de ser suportadas apenas por quem trabalha isso significa que os impostos deixaram de ser um dever de cidadania, para passar a ser uma taxa medieval aplicada apenas a uma casta considerada de menor importância.

Mas, a consequência mais grave desta abordagem é ignorar que o nosso país não está atrasado por falta de chineses fugidos ou de grandes proprietários imobiliários ou de latifundiários. A grande causa do subdesenvolvimento do país está na falta de qualificação dos trabalhadores e esses aprenderam a beneficiar da livre circulação de trabalhadores e fogem aos milhares para países sem Saraivas, Passos Coelhos, Costas, Ricardos Salgados, Ricciardis e muitos outros que para os trabalhadores só sabem defender mais horas de trabalho, menos salários e mais impostos.

 O pensamento miserável segundo António Barreto

«Sempre se disse que as esquerdas têm um problema com o dinheiro. A começar pelo facto de não o terem. É natural. Tivessem dinheiro e talvez não fossem esquerdas. Com algumas excepções, as pessoas de esquerda não têm muito.» [António Barreto]

Começo a perceber porque razão António Barreto tem vindo a estar cada vez mais à direita chegando ao despudor de ofender que neste país é de esquerda, sugerindo de forma miserável que só são de esquerda por serem uns tesos. Enfim, até onde será capaz de ir António Barreto? Quererá Barreto que lhe diga quantos mais ricos do que ele foram capazes de ser de esquerda sem que o seu pensamento fosse sensível à brisa do dinheiro?

 Um homem de palavra

Passos diz que é um homem de palavra para justificar o seu patrocínio ao esterco literário dessa figura pequenina de nome José António Saraiva. Passos parece que só é um homem de palavra para apresentar lixo literário, para coisas bem mais importantes Passos fartou-se de faltará palavra.

Enfim, parece que Passos dá mais importância á palavra dada a um imbecil que quer ganhar notoriedade graças a segredos de alcova de falecidos, do que à palavra dada ao país.

      
 Quando vieres pedir dinheiro a gente fala
   
«"Quero deixar claro que, independentemente dos jogos de palavras e da retórica que seja introduzida relativamente ao aumento fiscal que potencialmente vai ocorrer na República, nós aqui na Madeira, relativamente ao imobiliário, não vamos acompanhar", disse Miguel Albuquerque.

O presidente do Governo Regional, que fez estas declarações num discurso na Festa do Pêro, na freguesia da Ponta do Pargo, concelho da Calheta, na zona oeste da Madeira, estabelece assim a posição do executivo face à proposta em discussão entre a maioria de esquerda que apoia o Governo para um novo imposto sobre o imobiliário, que será progressivo e aplicado em paralelo com o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) a proprietários com património avaliado acima dos 500 mil euros.» [Notícias ao Minuto]
   
Parecer:

Este senhor fala de forma oportunista pois desde que preside ao governo regional que já veio várias vezes ao "contenente" pedir batatinhas.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Informe-se o senhor que quando ovier opedir dinheiro que leva um corno e a ponta do outro.»