Ainda nada está decidido em matéria orçamental e já a Dra. Teodora Cardoso arrasava o governo com uma conferência de imprensa que foi vista em todos os jornais televisivos e que hoje faz manchete nalguns jornais. Queixava-se a Dra. Teodora Cardoso de que o país altera os impostos de seis em seis meses e às vezes em menos tempo e que isso retira a confiança dos investidores.
Teodora Cardoso falava em nome do Conselho das Finanças Públicas e fazia-o no dia em que se soube que estava sendo estudada uma possibilidade de aumentar os impostos sobre o património imobiliário. Teodora Cardoso falou em termos inadmissíveis, de forma irresponsável e com desonestidade intelectual e com um comportamento grosseiro.
Em termos inadmissíveis porque não cabe ao Conselho de Finanças Públicas entrar no debate político partidário, contestando medidas que estão sendo debatidas por quem tem legitimidade para o fazer. Não é a primeira vez que Teodora Cardoso parece o Bruno de Carvalho da política, confunde o papel de adepta com o de presidente de uma instituição.
De forma irresponsável porque está destruindo a instituição a que foi convidada para presidir, algo em que começa a ser useira e vezeira. Teodora Cardoso parece não saber muito bem o que é uma democracia e está convencida de que como técnica pode tutelar os partidos e a democracia. Já o fez de uma forma absolutamente ridícula, quando cegou a aceitar avaliar o programa económico do PS, na sequência de uma gestão da direita. Enfim, foi preciso ter um grande desplante para se dispor a tal papel.
Falou de forma desonesta porque a economista sabe muito bem que o aumento dos impostos é da competência exclusiva da Assembleia da República e que este governo ainda não fez aprovar qualquer mexida de impostos desde que foi aprovado o último orçamento. E ninguém se recorda de a senhora ter atacado o anterior governo, quase à mocada, quando esse mesmo governo aumentou muitos impostos e decidiu cortes a torto e a direito, para não referir o número de orçamentos suplementares que fez aprovar. Nesse tempo Teodora Cardoso preferiu o silêncio
Teodora Cardoso pode não gostar deste governo e ter saudades de um governo que apoio de forma militante e sem se preocupar muito com aumentos de impostos decididos de seis em seis meses. Mas se é em nome de uma instituição que fala seria bom que respeitasse a democracia portuguesa e as suas instituições, evitando evitar na luta partidária de forma tão grosseira, tentando condicionar as decisões parlamentares.
Teodora Cardoso pode saber muito de economia e ser uma feroz defensora de algumas teses, mas como economista sabe muito bem que essas teses não são uma ciência exacta e há quem não concorde com elas. Os próprios eleitores têm o direito de optar por políticas com as quais ela discorda. O debate deve ser sério e é lamentável que a presidente do Conselho de Finanças Públicas fale como se fosse um j endiabrado da Universidade de Verão da JSD. Eu me comportasse dessa forma pouco rigorosa e nada honesta quando era estudante de economia teria levado um chumbo redondo.