Jumento do dia
Passos Coelho, Bruxo de Massamá
Com sondagens pouco favoráveis e uma Assunção Cristas a brilhar à direita Passos Coelho começou a temer pela sua sobrevivência política, depois de se ter enterrado assumindo o papel de Bruxo de Massamá, o ainda e malogrado líder do que resta do PSD luta pela sobrevivência, depois de andar meses a fazer de morto decidiu aproveitar-se das férias dos adversários para ser a estrela do Verão, não podia, portanto, permitir a Assunção Crista qualquer protagonismo. Percebe-se porquê, a intervenção da líder do CDS junto dos seus pirralos teve uma qualidade bem superior à do Nostrapassus.
«No púlpito da Universidade de Verão do PSD, o presidente da JSD já tinha afirmado que António Costa “está a mais na política portuguesa” e preparava-se para “despachar” o ministro do Ambiente, o ministro do Trabalho e outros tantos quando começou a receber sinais da primeira fila da plateia. “Está na hora”, indicava-lhe Carlos Coelho, “reitor” da Universidade. “Estende, estende, estende”, ainda terá tentado emendar Duarte Marques.
Mas já pouco havia a fazer quando, em Peniche, o assessor centrista recebeu no telemóvel uma mensagem a alertá-lo para uma alteração de planos de última hora: Passos ia, afinal, falar mais cedo do que o previsto, em Castelo de Vide, caindo em cima do discurso de Assunção Cristas.
Assim que o líder do PSD subiu ao palco para fechar mais uma edição da Universidade dos jovens social-democratas, os holofotes das câmaras mudaram de geografia. As luzes apagaram-se em Peniche para se acenderem logo a seguir em Castelo de Vide e entregarem o palco todo a Pedro Passos Coelho.
O PSD olha para o caso do “atropelo” mediático à direita como um mera “falha de comunicação” entre os dois partidos que, até novembro do ano passado, partilharam responsabilidades no governo. Mas o CDS nem sequer tenta disfarçar o desagrado com o episódio.
Estava tudo combinado entre os dois partidos. A presidente do CDS falava às 12h15 e a essa hora a Dra. Assunção Cristas começou a fazer a sua intervenção”, sublinha um responsável do Caldas.
Em Castelo de Vide, o plano não correu de forma tão linear. E o gesto de Carlos Coelho a Simão Cristóvão Ribeiro, a meio da intervenção – que terá sido feito a pedido do próprio, para evitar que se prolongasse demasiado –, gerou desconfianças entre os dirigentes centristas. Ao ponto de já circularem suspeitas de que o episódio foi mais do que um mero “acaso”, uma “falha” que acabaria por abafar a mensagem de Cristas.» [Observador]
Vai para a dita
Para o comentador extremista João Miguel Tavares já não basta ter opiniões diferentes e debater ideias, para este artolas quem é de esquerda é estúpido por não alinhar com ele nas professias do Bruxo de Massamá:
«Para os portugueses mais à esquerda, e respectivos comentadores, não interesse tanto o que se diz mas como se diz. É a paulabobonização da política nacional. António Costa pode estar a desgraçar-nos, mas pelo menos desgraça-nos com alegria e etiqueta. » [Público]
Enfim, apetece e dizer que de paulabobonização sofre a tia dele.
Passos Coelho, Bruxo de Massamá
Com sondagens pouco favoráveis e uma Assunção Cristas a brilhar à direita Passos Coelho começou a temer pela sua sobrevivência política, depois de se ter enterrado assumindo o papel de Bruxo de Massamá, o ainda e malogrado líder do que resta do PSD luta pela sobrevivência, depois de andar meses a fazer de morto decidiu aproveitar-se das férias dos adversários para ser a estrela do Verão, não podia, portanto, permitir a Assunção Crista qualquer protagonismo. Percebe-se porquê, a intervenção da líder do CDS junto dos seus pirralos teve uma qualidade bem superior à do Nostrapassus.
«No púlpito da Universidade de Verão do PSD, o presidente da JSD já tinha afirmado que António Costa “está a mais na política portuguesa” e preparava-se para “despachar” o ministro do Ambiente, o ministro do Trabalho e outros tantos quando começou a receber sinais da primeira fila da plateia. “Está na hora”, indicava-lhe Carlos Coelho, “reitor” da Universidade. “Estende, estende, estende”, ainda terá tentado emendar Duarte Marques.
Mas já pouco havia a fazer quando, em Peniche, o assessor centrista recebeu no telemóvel uma mensagem a alertá-lo para uma alteração de planos de última hora: Passos ia, afinal, falar mais cedo do que o previsto, em Castelo de Vide, caindo em cima do discurso de Assunção Cristas.
Assim que o líder do PSD subiu ao palco para fechar mais uma edição da Universidade dos jovens social-democratas, os holofotes das câmaras mudaram de geografia. As luzes apagaram-se em Peniche para se acenderem logo a seguir em Castelo de Vide e entregarem o palco todo a Pedro Passos Coelho.
O PSD olha para o caso do “atropelo” mediático à direita como um mera “falha de comunicação” entre os dois partidos que, até novembro do ano passado, partilharam responsabilidades no governo. Mas o CDS nem sequer tenta disfarçar o desagrado com o episódio.
Estava tudo combinado entre os dois partidos. A presidente do CDS falava às 12h15 e a essa hora a Dra. Assunção Cristas começou a fazer a sua intervenção”, sublinha um responsável do Caldas.
Em Castelo de Vide, o plano não correu de forma tão linear. E o gesto de Carlos Coelho a Simão Cristóvão Ribeiro, a meio da intervenção – que terá sido feito a pedido do próprio, para evitar que se prolongasse demasiado –, gerou desconfianças entre os dirigentes centristas. Ao ponto de já circularem suspeitas de que o episódio foi mais do que um mero “acaso”, uma “falha” que acabaria por abafar a mensagem de Cristas.» [Observador]
Vai para a dita
Para o comentador extremista João Miguel Tavares já não basta ter opiniões diferentes e debater ideias, para este artolas quem é de esquerda é estúpido por não alinhar com ele nas professias do Bruxo de Massamá:
«Para os portugueses mais à esquerda, e respectivos comentadores, não interesse tanto o que se diz mas como se diz. É a paulabobonização da política nacional. António Costa pode estar a desgraçar-nos, mas pelo menos desgraça-nos com alegria e etiqueta. » [Público]
Enfim, apetece e dizer que de paulabobonização sofre a tia dele.
A globalização, o proteccionismo, o Pingo Doce e o prego no caixão
«“O autêntico novilho Angus nacional”. À campanha publicitária do Pingo Doce não falta o carimbo “Produto nacional” a encimar as cores da bandeira nacional. Como em toda a publicidade, o que conta não é o que se diz mas a mensagem subliminar, que é clara: os supermercados Pingo Doce apostam na produção nacional. Alexandre Soares dos Santos pode não gostar de pagar impostos em Portugal mas quer dar a impressão de que se preocupa com a economia nacional.
A mensagem só é bizarra porque vejo-me sempre aflito para encontrar produtos frescos nacionais no Pingo Doce. A carne de porco nacional aparece nas prateleiras do Pingo Doce quando o rei faz anos e é preciso um exercício de insistência no balcão do talho para conseguir que nos digam a origem da carne exposta nas vitrines. Bifanas, costeletas, lombo, entrecosto? A origem é quase sempre espanhola. Em Portugal não se produz porco? Sim, mas o Pingo Doce prefere comprar em Espanha, apesar dos suinicultores portugueses não conseguirem escoar os seus produtos. Há excesso de produção nacional? Segundo os suinicultores, não. O porco nacional só cobre 65 por cento das necessidades, mas mesmo assim importa-se mais porco do que seria necessário: todas as semanas, dizem os suinicultores, entram em Portugal 24 mil porcos vivos e mil toneladas de carne de porco.
Será o porco espanhol melhor? Não. O porco nacional é excelente. Será o porco português tão caro que o seu preço é proibitivo para o Pingo Doce? É pouco provável, já que a mesma empresa faz uma aposta na cara carne de novilho. E, mesmo que o porco nacional fosse mais caro, haveria clientes que o prefeririam ao espanhol. E talvez o Pingo Doce pudesse fazer pelo porco uma campanha semelhante à que faz pelo novilho nacional. Mas não é só o porco que é importado. O Pingo Doce vende frango nacional, mas já os perus nas prateleiras vêm todos da Alemanha e de Itália. E os ovos que parecem nacionais escondem nos carimbos o FR de França.
A fruta é outro caso. Há laranjas e toranjas da África do Sul, pêros Golden de Itália, mamão do Brasil, maçãs reinetas de França, abacate do Peru, kiwis da Nova Zelândia, limões do Chile, mangas de Israel, bananas da Colômbia e tudo o que se possa imaginar de Espanha, ao lado das uvas, pêras Rocha, melões e pêssegos portugueses. O panorama é o mesmo noutras cadeias de retalho alimentar.
Há quem chame ao facto de se poder comer morangos e cerejas todo o ano, vindos do outro lado do mundo, a maravilha da globalização. E a cimeira do G20 que ontem terminou na China, e todas as cimeiras, batem-se contra “o proteccionismo” que possa dificultar o comércio mundial. Os países emergentes e ricos exigem fronteiras abertas para os seus produtos, os bancos exigem fronteiras abertas, a UE lembra que foi para isso que foi inventada e os poderes garantem que essa é a única salvação do mundo.
Em teoria, a liberalização do comércio mundial promove a adopção das técnicas de produção mais eficientes, o progresso económico e a evolução tecnológica. São esses os argumentos em defesa do “mercado livre” e de crítica do proteccionismo. Na prática, porém, a guerra ao proteccionismo tem outras consequências: em muitos casos, os produtos mais baratos não o são por serem produzidos de forma mais eficiente mas apenas porque a sua produção não respeita a protecção dos trabalhadores (salários, segurança, saúde) nem a defesa do ambiente e, assim, o efeito que exercem nos mercados onde são vendidos traduz-se numa pressão para a redução local dos direitos humanos e da protecção do ambiente. Um retrocesso em vez de um progresso. Veja-se o que se passa na negociação dos acordos TTIP e CETA, que a União Europeia negoceia com os Estados Unidos e o Canadá, onde, em nome da protecção do comércio livre, as grandes empresas mundiais exigem ser dispensadas de respeitar regras legais, ambientais, laborais e sanitárias, numa atitude criminosa que põe em causa adquiridos fundamentais da civilização.
Para além deste impacto, o simples facto de um produto ser transportado milhares de quilómetros para ser vendido noutro país produz um grau de poluição cujo custo social é sempre suportado pelos cidadãos, em benefício das empresas.» [Público]
Autor:
José Vítor Malheiros.
CDS quer tourada
«A velha tradição do CDS/PP de organizar uma tourada está de volta ao partido, desta vez pela mão da Juventude Popular (JP), que, dia 24, em Coruche, organiza a sua primeira corrida de touros. Uma “corrida em defesa das tradições”, dizem os jovens centristas, mas na direcção do partido, que apoia a iniciativa, nem todos concordam ou mostram-se indiferentes à sua realização.
Poucos anos depois da sua fundação (1974), o CDS comemorava o seu aniversário com uma corrida de touros. No início dos anos 90, deixou de o fazer. Em 2010, o então secretário-geral, João Almeida, um aficionado das touradas, voltou a organizar uma corrida nas Caldas da Rainha que não teve grande êxito. A nova direcção da JP faz regressar as corridas de touros e a sua defesa “enquanto tradição” para a agenda do CDS.
Jorge Rosa, membro da JP e vogal da secção de tradição e cultura na comissão política nacional, é o organizador da primeira corrida da Juventude Popular. Fala com entusiasmo do evento, garante ter o apoio da direcção do partido “que aprovou” a realização do espectáculo, embora reconheça que “existam pessoas na direcção que, por não serem aficionados, não concordam” e que “possa haver alguma divisão na cúpula do CDS” em relação à realização do espectáculo.» [Público]
Parecer:
Os rapazes são muito agarrados a algumas tradições.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Vomite-se.»
Ainda há muito IVA por cobrar
«Portugal reduziu em 500 milhões de euros a diferença entre a receita de IVA cobrada e a receita estimada em 2014, que se fixou nos 2 mil milhões de euros, contra 2,5 mil milhões em 2013, segundo a Comissão Europeia.
De acordo com o relatório deste ano da Comissão Europeia sobre o chamado “gap” do IVA, que ajuda a “medir” a eficácia na cobrança do Imposto sobre o Valor Acrescentado em todos os Estados-membros da União Europeia, a diferença entre a receita cobrada em 2014 em Portugal (14.672 milhões de euros) e a receita estimada (16.766 milhões) foi de 2.093 milhões de euros, ou seja 12,49%, menos três pontos percentuais que em 2013 (quando a diferença foi de 2.526 milhões de euros, ou 15,56%).
Portugal foi assim um dos 15 Estados-membros a conseguir reduzir o “gap” de IVA entre 2013 e 2014 — a Grécia lidera a lista com uma redução de 6% -, observando o relatório hoje publicado pelo executivo comunitário que, tendo a economia portuguesa crescido nesse período de forma bastante lenta, o aumento de receitas com o IVA deve-se a uma “melhor capacidade de cobrança” do imposto.» [Observador]
Parecer:
Estes dados não mostram apenas o sucesso, evidenciam também que há muito IVA que fica por cobrar e isso significa também que outros impostos não são igualmente cobrados.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Combata-se a evasão fiscal.»