Jumento do dia
General Frederico José Rovisco Duarte, Chefe do EM do Exército
Uma coisa é a resistência psicológica, outra muito distinta é a resistência humana ao esforço e às condições ambientais, a primeira deve estar ao cuidado dos instrutores, a segunda é um problema médico. Não se pode explicar a ocorrência de duas mortes por se terem ultrapassado os limites da resistência humana e mais alguns soldados doentes como uma ocorrência normal no treino de uma tropa de elite.
Os dois soldados não morreram por acidente ou devido a uma debilidade física desconhecida, morreram porque aqueles em que eles confiaram, instrutores e médicos dos Comandos levaram o seu esforço até a um nível que conduziu à falência orgânica. Perante um primeiro incidente ninguém se proecupou com os 40º ou com o excesso de esforço, mandou-se um soldado doente para uma enfermaria e continuaram os treinos. O primeiro soldado morreu sem os cuidados médicos adequados e o segundo morre por teimosia de militares que estão convencidos de que a instrução que dão aos seus soldados está acima dos condicionalismos da resistência humana.
O primeiro morto poderia ser considerado um incidente infeliz, o segundo responsabiliza os comandos militares e pouco mais resta ao chefe máximo do Exército do que se demitir do cargo, duas mortes e vários feridos são nódoas demais para aparecerem na farda de gala ao lado das muitas medalhas de um Chefe do Estado Maior do Exército.
«O militar que se sentiu mal num treino dos Comandos, Dylan da Silva, e que esperava por um transplante de fígado morreu este sábado Hospital Curry Cabral, em Lisboa. É a segunda vítima mortal do curso 127.º dos Comandos.
O soldado de Ponte de Lima entrou em falência hepática no Hospital do Barreiro, para onde foi transferido depois de um “golpe de calor” sofrido num treino em Alcochete. Estava a praticar técnicas de combate quando se sentiu mal. Eram 17h00 de domingo, 4 de setembro. Foi levado por uma equipa de emergência médica com uma temperatura corporal de 42 graus — seis graus acima da média. Quarta-feira acabou por ser transferido para o Hospital Curry Cabral, em Lisboa.
"O soldado Dylan Araújo da Silva foi transferido do Hospital do Barreiro para o Hospital Curry Cabral. Apesar da melhoria progressiva do ponto de vista global, por evolução para falência hepática procedeu-se à transferência para o Hospital Curry Cabral, centro de referência para a área”, indicava uma nota sobre a situação clínica dos militares do 127º Curso de Comandos.» [Observador]
A taberna da Geringonça?
(Imagem enviada por J. Carvalho)
É hoje: A ZURRA - Festa do Burro 2016
General Frederico José Rovisco Duarte, Chefe do EM do Exército
Uma coisa é a resistência psicológica, outra muito distinta é a resistência humana ao esforço e às condições ambientais, a primeira deve estar ao cuidado dos instrutores, a segunda é um problema médico. Não se pode explicar a ocorrência de duas mortes por se terem ultrapassado os limites da resistência humana e mais alguns soldados doentes como uma ocorrência normal no treino de uma tropa de elite.
Os dois soldados não morreram por acidente ou devido a uma debilidade física desconhecida, morreram porque aqueles em que eles confiaram, instrutores e médicos dos Comandos levaram o seu esforço até a um nível que conduziu à falência orgânica. Perante um primeiro incidente ninguém se proecupou com os 40º ou com o excesso de esforço, mandou-se um soldado doente para uma enfermaria e continuaram os treinos. O primeiro soldado morreu sem os cuidados médicos adequados e o segundo morre por teimosia de militares que estão convencidos de que a instrução que dão aos seus soldados está acima dos condicionalismos da resistência humana.
O primeiro morto poderia ser considerado um incidente infeliz, o segundo responsabiliza os comandos militares e pouco mais resta ao chefe máximo do Exército do que se demitir do cargo, duas mortes e vários feridos são nódoas demais para aparecerem na farda de gala ao lado das muitas medalhas de um Chefe do Estado Maior do Exército.
«O militar que se sentiu mal num treino dos Comandos, Dylan da Silva, e que esperava por um transplante de fígado morreu este sábado Hospital Curry Cabral, em Lisboa. É a segunda vítima mortal do curso 127.º dos Comandos.
O soldado de Ponte de Lima entrou em falência hepática no Hospital do Barreiro, para onde foi transferido depois de um “golpe de calor” sofrido num treino em Alcochete. Estava a praticar técnicas de combate quando se sentiu mal. Eram 17h00 de domingo, 4 de setembro. Foi levado por uma equipa de emergência médica com uma temperatura corporal de 42 graus — seis graus acima da média. Quarta-feira acabou por ser transferido para o Hospital Curry Cabral, em Lisboa.
"O soldado Dylan Araújo da Silva foi transferido do Hospital do Barreiro para o Hospital Curry Cabral. Apesar da melhoria progressiva do ponto de vista global, por evolução para falência hepática procedeu-se à transferência para o Hospital Curry Cabral, centro de referência para a área”, indicava uma nota sobre a situação clínica dos militares do 127º Curso de Comandos.» [Observador]
A taberna da Geringonça?
(Imagem enviada por J. Carvalho)
É hoje: A ZURRA - Festa do Burro 2016
O juiz dos direitos
«O Sr. Juiz Carlos Alexandre, juiz de instrução no denominado processo Marquês, deu ontem [quinta-feira] uma entrevista à cadeia de televisão SIC onde referiu que "não tem contas bancárias em nome de amigos". Tal alusão, que nada vinha a propósito, não pode deixar de ser entendida - como o foi por todos os que a viram - como uma cobarde e injusta insinuação baseada na imputação que o Ministério Publico me fez no referido processo. Essa imputação, como já disse inúmeras vezes, é falsa, é injusta e é absurda. Nunca tive contas bancárias em nome de amigos. Todas as provas existentes no processo - testemunhais e documentais - confirmam que essa imputação não tem qualquer fundamento.
A imparcialidade é a condição essencial da autoridade e da legitimidade da ação de um juiz. Ela significa não tomar partido, estar acima das partes, mostrar sempre a mais rigorosa e escrupulosa independência, seja da acusação seja da defesa. Ao fazer tão grave e falsa insinuação o Sr. juiz evidenciou não ter a imparcialidade que é exigível a um juiz de instrução na condução deste processo. Na entrevista de ontem e, mais escandalosamente, sem que tivesse sido deduzida qualquer acusação por parte do Ministério Público, o Sr. juiz decidiu expressar publicamente que, afinal, sempre teve partido.
A primeira garantia que o Estado deve a qualquer cidadão é dar-lhe a conhecer "sem demora" a acusação (pela evidente razão de que só nos podemos defender do que conhecemos). Ao abuso do Ministério Publico, que a não apresenta, vem agora juntar-se o abuso de um juiz que, sem que haja sequer acusação, decide corroborar publicamente as injustas e falsas teses da acusação. O Sr. juiz de instrução faltou, assim, aos seus deveres de magistrado emitindo em público, embora com recurso à insinuação, um evidente juízo de culpabilidade sem que haja acusação formada, sem que tenha havido julgamento e sem que haja alguma sentença transitada em julgado. Pesando as palavras, o que se pretende é condenar alguém sem julgamento.
Julgo que nada mais é preciso acrescentar. Esta atuação do Sr. juiz de instrução configura um inqualificável abuso de poder. Parece que se diz que o juiz de instrução é, no nosso ordenamento jurídico, o juiz dos direitos. Pois se assim é, este comportamento vem confirmar que nunca no decorrer deste processo existiu um juiz de instrução imparcial, autónomo da investigação e que pudesse velar pelos direitos civis dos cidadãos preservando-os dos excessos e do arbítrio do Estado. Em síntese, este processo nunca foi um processo justo. Dei instruções aos meus advogados para apresentarem as respetivas queixas aos órgãos judiciais competentes.» [DN]
Autor:
José Sócrates.
O uso do historicismo para justificar o "ajustamento"
«É cada vez mais comum a utilização de argumentos de carácter histórico para justificar o “não há alternativa” do presente, ou seja a política do “ajustamento”. Todas as semanas eles são repetidos em comentários políticos, descrevendo um país preso nos atavismos de uma história multissecular, que o amarra no seu atraso e que explica a resistência às “reformas”. Estes argumentos funcionam como um diagnóstico que aponta os “maus” e os “bons”, os que fazem parte do Portugal imobilista e os que o querem a “desenvolver-se”. É também uma espécie de ”luta de classes” com outro nome, como é óbvio, e com outras “classes”. Não é nada de novo na história portuguesa, os argumentos historicistas encontram-se na geração dos “Vencidos da Vida”, nos seareiros, nos integralistas lusitanos. Por interessante e irónica coincidência, são habitualmente usados pelas mesmas elites que essas interpretações da história pretendem atacar. Por singular coincidência, esta “história” encaixa como uma luva no presente.
Na verdade, não se trata de história mas de historicismo, e de mau historicismo. São argumentos instrumentais para a luta política dos dias de hoje, não têm valor como interpretação histórica, quando muito são manifestos políticos de qualidade variada. Para além desse papel na luta política actual, que justifica ser discutida de per si, eles tem o efeito nefasto de divulgar uma espécie de história fast food, simplificada ao limite, e que depois impregna argumentários que se caracterizam exactamente por iludir a história, ou melhor o tempo histórico como mudança. São argumentos conservadores, destinados a impor às democracias uma noção da história que não depende da vontade e da escolha humana no presente, e que demoniza sempre o presente ou em nome de um passado atávico, ou de um futuro pré-escrito. O seu papel é condicionar as escolhas numa democracia a uma interpretação monolítica dos “males” do país e legitimar políticas no presente.
Ora, o tempo histórico na sua percepção pública, não é o mesmo em ditadura e em democracia. Em ditadura tende a ficar fixado, – como o Reich de mil anos, ou a visão nacionalista do Portugal multissecular e do seu Império no salazarismo, – enquanto em democracia move-se muito mais. Parar o tempo em democracia e ainda mais a pretexto de um passado construído, é corroer os fundamentos da própria democracia. Por outro lado, o papel político do presente é sempre minimizado. Em democracia o tempo presente domina todos os outros tempos. É por isso que, quer as teorias da história de raiz hegeliana e marxista, quer as variantes do destino manifesto e do atavismo rácico, legitimam “setas da história”, sentidos e direcções pré-definidas, assentes muitas vezes em interpretações neo-malthusianas, em detrimento da efectiva liberdade das escolhas humanas, do seu carácter caótico e complexo, e das “surpresas” que dia a dia a história traz. Ou seja, o tempo do Senhor D. João VI, do conselheiro Luciano de Castro, de D. Carlos, de Afonso Costa, de Salazar, de Delgado, de Marcelo Caetano, do 25 de Abril, de Otelo, de Mário Soares, mesmo já de Sócrates, não é o nosso tempo e é preciso muito cuidado para os paralelismos, a não ser como boas metáforas.
No caso actual, dizem-nos que o único meio de sair deste passado que nos aprisiona é uma purga nacional, uma espécie de acto punitivo e doloroso, que nos últimos anos se chamou de “ajustamento”. O “ajustamento” destinava-se a fazer voltar o estado, o povo, as elites a um estado natural de “pobreza”, que é o que é Portugal, um país “pobre”, e que foi “desonrado” pelas suas elites, que criaram uma riqueza artificial para o seu próprio usufruto, garantindo assim que, “vivendo acima das suas posses”, o país permanecesse “estagnado”. O “ajustamento” ao restituir a “verdade” à economia e à sociedade, eliminando os sinais dessa falsa riqueza, ou seja cortando nas despesas e prestações sociais, criava um ponto de partida para um recomeço sadio. Esse crescimento não se preocupava em ser distributivo, mas agravava as desigualdades, entendidas como um efeito colateral. A ideia de que o “ajustamento” poderia ser no fundo uma deslocação maciça de recursos de muitos para uma pequena minoria, seria irrelevante. Não por acaso teria que ser um processo longo, de décadas, e não poderia ser afectado pelas escolhas eleitorais, que estragariam tudo, como parece que estragaram. Tinha uma componente punitiva do “mal” e de abertura de oportunidades para os “bons”. Era e é um caminho tendencialmente autoritário, para pôr na ordem os conflitos sociais.» [Público]
Autor:
Pacheco Pereira.
Cristas não espera pelo PSD em Lisboa
«A líder do CDS, Assunção Cristas, anunciou este sábado, em Oliveira do Bairro, que vai ser candidata à Câmara Municipal de Lisboa.
Na rentrée do partido, a sucessora de Paulo Portas explicou o porquê de avançar para Lisboa. “Já me vão conhecendo e sabem que eu não sou de deixar para amanhã aquilo que posso fazer hoje. Não sou de virar a cara. Sou de fazer aquilo que peço aos outros para fazerem. Sou de me empenhar. E é por isso é que dou o meu exemplo”. Estava formalizado o que há muito já se discutia no Largo do Caldas. Com este anúncio, Assunção Cristas antecipando-se aos sociais-democratas, que continuam sem avançar com um candidato à autarquia lisboeta.
Mas o anúncio de Assunção Cristas não deixa de ter o seu quê de inesperado. Na quinta-feira, a questão foi discutida na reunião da comissão política nacional, com várias figuras do partido a aconselharem cautela à líder democrata-cristã. Um eventual mau resultado de Cristas em Lisboa poderia fragilizar a sua posição perante o eleitorado e — sobretudo — perante o partido.
No entanto, como explicava o Observador, nas hostes centristas corria a ideia de que já não era possível fazer marcha atrás na candidatura. Cristas quer provar quanto vale nas urnas e decidiu avançar mesmo sem ter fechado o acordo com o PSD.» [Observador]
Parecer:
Agora o PSD vai ter de esperar para saber se Santana Lopes cumpre a sua palavra de há alguns tempos não se candidatando ou se concorre.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
Jesus não é para qualquer dente
«O dirigente desportivo garante que Adrien está a fazer o “que sempre fez”, frisando que o jogador está “100 por cento empenhado, 100 por cento focado, 100 por cento absorvido por aquilo que sempre foi a sua casa e o que ele gosta”.
Bruno de Carvalho respondeu também às declarações feitas por Luís Filipe Vieira em entrevista à TVI. O presidente do Sporting afirma que Jorge Jesus “não é treinador para qualquer presidente”.
“Possivelmente há presidentes que não conseguem estabelecer um projeto de médio-longo prazo com um treinador com o grau de exigência e profissionalismo dele”, respondeu.» [RTP]
Parecer:
Pobre JJ.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»