Nos seus primeiros tempos de existência o CDS afirmava os seus valores conservadores organizando touradas para comemorar os seus aniversários. Era uma forma de afirmação ideológica ao tentar identifica-se com determinados estratos sociais, com determinados sectores da sociedade e com a economia agrária ligada ao toureio.
O recurso à tourada como forma de afirmação política sucedeu, por exemplo, com a famosa manifestação da maioria silenciosa, evento organizado pelo falecido marechal António de Spínola e que mais não foi do que uma tentativa de inverter o curso político dom país, isto é, um golpe. Foi numa tourada realizada uns dias antes no Campo Pequeno que tudo começou, com Spínola a discursar para os seus
A tourada representa para os jovens da JC, jovens que se querem afirmar pelos bons valores mais conservadores, um três em um, na tourada está presente a tradição mais conservadora, o imaginário político da direita mais extremista do país e a identificação de classe com os sectores conservadores do mundo agrário, no fundo valores que estão presentes na identidade do CDS desde a sua fundação, ainda que com o passar do tempo tenham sido um pouco disfarçados.
Mas os tempos mudaram, as missas, as paradas militares, as touradas ou a adopção de fardas para identificação de movimentos políticos fazem parte da história e nos tempos de hoje seria ridículo o PCP afirmar-se com uma manifestação que imitasse as manifestações do 1.º de Maio em Moscovo, da mesma forma que é ridículo um partido celebrar os seus valores com uma tourada, como se os bravos jovens do CDS fossem os toureiros e os forcados e os seus adversários políticos fossem os touros.
Além disso, nos dias de hoje afirmar a tourada como os valores da tradição cultural de Portugal só pode merecer um vómito. Nos dias de hoje é ridículo camar arte a a uma encenação que recorre a truques para favorecer os corajosos toureiros enquanto se tortura uma animal até quase à morte, num tempo em que tortura ou a exibição da tortura de animais é condenada no plano civilizacional.
Mas o que diz a isto a corajosa líder do CDS? “Quem quer vai quem não quer não vai”. Enfim, passa a ser este o pensamento político do CDS, quem quiser concorda e quem não quiser não concorda, para esta candidata a líder da oposição deixaram de existir diferenças.