Digam a um potencial investidor que em Portugal os directores-gerais que sejam céleres nas suas decisões podem ser constituídos arguidos porque neste país de burocracia acelerar uma decisão da qual pode depender um grande investimento pode ser entendido como indício de corrupção.
Digam a um investidor estrangeiro que em Portugal de nada lhe serve pagar bem a um quadro competente pois corre um grande risco de um qualquer primeiro-ministro decidir realizar uma experiência de desvalorização fiscal, aumentando o IRS para diminuir o IRC, promovendo a fuga para o estrangeiro dos quadros em que apostou e em cuja informação investiu.
Digam a um investidor estrangeiro que se vier a Portugal ai ter a mesma sensação que os turistas sentem quando visitam alguns países pobres e são assediados por crianças a pedir, sendo por estas andas assediados por candidatos a assessores e imprensa e de imagem, a facilitadores de todos os tipos e a intermediários políticos.
Digam a um potencial investidor estrangeiro que em Portugal a justiça é tão lenta que se tiver de recorrer a um tribunal por ser vítima de uma fraude corre um sério risco de gastar fortuns em advogados e custas judicias e acabar por espera uma década por uma sentença.
Digam a um potencial investidor estrangeiro que em Portugal um qualquer jornalista pode com duas linhas levar o seu negócio à falência, escondendo-se depois atrás da liberdade de imprensa, como sucedeu com a TVI no caso BANIF.
Digam que se passa tudo isto e muito mais a um investidor estrangeiro e depois perguntem-lhe se insiste em investir em Portugal.