quarta-feira, novembro 30, 2016

Substituir Passos na liderança do PSD

Para os devidos efeitos informo que não sou candidato à liderança do PSD, pelo que o Jumento não deve ser acrescentado à lista de putativos candidatos, da qual já farão parte os nomes de Marques Mendes (que anda em almocinhos com o Miguel Relvas na Tia Matilde), Morais Sarmento, Rui Rio, Pedro Santana Lopes e Montenegro.

Ao contrário destas personalidades não sou, nunca fui, nem tenciono vir a ser amigo ou apoiante dessa personagem, a minha oposição a tal pessoa é genuína e desde a primeira hora, nunca lhe apoiei as políticas de escalpelização de funcionários públicos e pensionistas, como sucedeu com todos esses agora “arrependidos”.

Antes pelo contrário, sempre fui contra esta mania de substituir líderes em função das sondagens como sugere Rui Rio, um político que por causa dessas sondagens há quase duas décadas que não parece saber o que quer. De resto, substituir Passos Coelho por líderes que no passado já foram derrotados ou nem sequer conseguiram ir a votos não faz muito sentido. 

O normal é os candidatos a primeiro-ministro terem um período de experiência na oposição, onde têm a oportunidade de estudar dossiers e superar as consequências de eventuais disfuncionalidades cognitivas mais ou menos temporárias, de ignorância ou de falta de habilitações. Mas com Passos sucedeu ao contrário, foi logo parar ao governo, pelo que não teve a oportunidade de mostrar o seu valor como líder da oposição.

A verdade é que passado um ano desde que o “golpe de Estado” que o tirou do poder que não faz oposição ao governo usurpador, já fez de morto, já andou armado em primeiro-ministro no exílio, já reuniu as cortes em Albergaria-a-Velha para discutir o OE do governo no exílio, mas na verdade ainda não foi líder da oposição, deixou esse papel à Assunção Cristas.

Passos Coelho deve ter a oportunidade de ser líder da oposição, mas seria conveniente que se lembrasse de o ser pois até agora tem andado um pouco distraído. É por isso que aqui declaro o apoio à liderança de Pedro Passos Coelho, não acrescentando o nome à lista de candidatos ou de candidatos a candidatos à liderança do PSD.


Umas no cravo e outras na ferradura




 Jumento do Dia

   
Sérgio Sousa Pinto, deputado do PS

Se não fossem as batalhas travadas pro Sérgio Sousa Pinto em defesa da democracia o que seria feito de nós...

«O deputado do PS e presidente da Comissão de Negócios Estrangeiros saiu da sala no momento de votação dos textos de pesar sobre a morte de Fidel Castro. Sérgio Sousa Pinto foi um dos vários deputados que não se associaram aos textos de homenagem e em declaração ao Expresso justificou: "Devo ao 25 de Abril ter crescido em liberdade e democracia. Não me vou prostrar em homenagem a um ditador que negou ao seu povo o que eu prezo acima de tudo".

No voto de pesar, o PS diz que Fidel Castro foi "uma figura de importância central na leitura do século XX" e cujo legado na história latino-americana e internacional, segundo os socialistas, "será certamente objeto de extensa análise historiográfica nas décadas vindouras e, tal como hoje já sucede, de intenso e apaixonado debate entre os que aderem ou se opõem ao seu percurso ideológico e político".» [Expresso]

 Coisa estranha

Sempre que aprece um tacho alguém sugere o Paulo Macedo, até prece que o homem é a mão atrás do arbusto para muitas destas notícias.

      
 Ser hackeado
   
«Quando recebi um mail da amazon-co.uk a dizer que eu tinha mudado o meu mail para outro esquisitíssimo cheio de pontos, pensei que estava a ser phishado. Reencaminhei o mail para o stop-spoofing@amazon.co.uk e enchi-me de satisfação.

Durou para aí dois segundos. Fui logo a correr para ver a minha conta Amazon. Não me deixava entrar. Fui copiar o mail do hacker e, por sorte, ele não tinha mudado a password. Vi logo que ele tinha encomendado um novo iPhone e escolhido um endereço duma empresa no Reino Unido que reenvia para Portugal compras feitas no Reino Unido.

Lê-se online que acontece muito. Vão à morada à espera que chegue a embalagem e roubam-no das mãos do funcionário da empresa de transportes. Outros, mais audazes, andam fardados e batem à porta dizendo que houve uma entrega errada para roubarem a encomenda.

Felizmente eu não tinha dinheiro no cartão para comprar uma capa para um telemóvel e muito menos um telemóvel. Cancelei o cartão e fui aos Amazons todos recuperar as minhas contas e mudar as passwords. Só lhes faltou ir ao Amazon japonês.

Foi assustador mas a lição saíu-me barata. O serviço de apoio da Amazon foi formidável. Aconselhou-me bem e ajudou-me. Os hackers gostam de esconder as encomendas: tem de se ir ver os hidden orders. Cuidado: há muitas histórias de terror com contas da Amazon. A conclusão a tirar é que é facíl hackear uma conta. Deve-se ter passwords diferentes e complicadas para cada site e mudá-las uma vez por mês. E estar atento. E ter muito medo.» [Público]
   
Autor:

Miguel Esteves Cardoso.

      
 Passos desorientado
   
«O líder do PSD exigiu segunda-feira explicações ao primeiro-ministro sobre a demissão da administração da Caixa Geral de Depósitos, sublinhando que será "puro desrespeito para com os portugueses" se António Costa insistir em nada dizer.

"Mas o primeiro-ministro acha que pode não dar uma explicação a Portugal e aos portugueses sobre o que se está a passar no maior banco público?", questionou o presidente social-democrata, Pedro Passos Coelho, numa intervenção no encerramento das "Jornadas Consolidação, Crescimento e Coesão", organizadas pelo partido a propósito do Orçamento do Estado para 2017.

Falando num hotel em Lisboa, Passos Coelho sublinhou que, por mais que custe a António Costa, o primeiro-ministro deve essa explicação e, caso insista em não a dar, "então já não se trata de uma questão nem de sobranceria, nem de uma questão de estilo, nem de habilidade, trata-se de puro desrespeito para com os portugueses".» [Expresso]
   
Parecer:

No dia da aprovação final do OE para 2017 seria de esperar que a principal preocupação do líder da oposição fosse esse mesmo OE. Até porque desta fez Passos Coelho fez um especial favor ao país, ao contrário do ano passado, em que fez de conta de que não houve OE; desta vez fez questão de apresentar muitas propostas, e até chegou a anunciar que ia fazer suas as propostas dos parceiros sociais.

Parece que se esqueceu da importância das suas propostas e das opiniões que ouviu dos parceiros sociais, o tema que mais o preocupa é a emissão do presidente da CGD, uma demissão que em grande parte se deve à peixerada que o presidente do PSD promoveu.

O desespero está levando Passos de asneira em asneira e por este andar o PSD vai passar um mau bocado.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
  
 A propósito de democracias e de ditadores
   
«Apesar disso, Donald Trump não perdeu tempo e agarrou-se mais uma vez ao Twitter para disparar uma série de acusações à sua adversária, acusando-a de hipocrisia ao participar na recontagem depois de ter concedido a derrota – e depois de se ter mostrado indignada quando Trump disse, no final da campanha, que não sabia se iria aceitar os resultados.

Mas foi ainda mais longe – no meio de uma série de 13 mensagens no Twitter sobre o assunto, em que acusou os Verdes de quererem "encher os cofres" com o dinheiro angariado para a recontagem e o Partido Democrata de estar a dar o dito por não dito, Trump afirmou que houve "uma grave fraude eleitoral na Virginia, no New Hamphire e na Califórnia", e perguntou por que é que os jornalistas não estão a falar sobre isso.» [Público]
   
Parecer:

Há quem diga que os EUA são u modelo de virtudes democráticas.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»

 A culpa é dos soldados
   
«Os cinco militares a quem foram diagnosticadas patologias graves no Hospital das Forças Armadas (HFAR) incorrem em processos disciplinares se tiverem omitido essa informação aquando dos exames para o curso de Comandos, informou o Exército.

O porta-voz do ramo, tenente-coronel Vicente Pereira, disse esta terça-feira ao DN que os inquéritos em curso vão permitir saber se aqueles cinco instruendos assumiram - na declaração que assinaram - desconhecer as doenças que lhes tinham sido detetadas no HFAR e cujos dados estão abrangidos pela confidencialidade da relação médico-doente.» [DN]
   
Parecer:

Há aqui qualquer coisa de errado, o Exército ignora os resultados que ele próprio faz com os seus hospitais e depois acus dos instruendos de esconder esses mesmos resultados? É óbvio que os instruendos poderão ter algum responsabilidade, mas não haverá irresponsabilidade por parte d instituição que ignora ou desconhece os resultados dos exames que manda fazer?
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»

terça-feira, novembro 29, 2016

10 motivos porque não gosto de Paulo Macedo

Espero que Paulo Macedo não chegue a presidente da CGD, não me parece que seja a pessoa indicada para o cargo, além de não ter nem o currículo, nem as habilitações ou mesmo a independência para o exercício do cargo. Pessoalmente tenho dez bons motivos para não simpatizar com essa personagem, aliás, além de não simpatizar tenho muito desprezo pela mesma:

1. As habilitações

O percurso académico de Paulo Macedo não está à altura da gestão de uma Caixa Geral de Depósitos, não é uma passagem pela área fiscal e pouco mais que o habilita a administrar um grande banco. 

2. Os falsos sucessos

Apesar de, enquanto gestor da DGCI, ter sido um dos beneficiários dos grandes investimentos feitos na informatização da máquina fiscal, beneficiando da gestão dos seus antecessores e dos investimentos que estes mobilizaram, é mentira que Paulo Macedo tenha sido o melhor director-geral dos impostos, dos últimos anos.

Avaliando os resultados dos últimos quatro diretores-gerais, Paulo Macedo ficaria na terceira posição, com piores resultados do que um dos antecessores, o Dr. Nunes dos Reis, e do seu sucessor Prof. Azevedo Pereira. Paulo Macedo só apresentou melhores resultados do que o seu antecessor, um senhor que foi notícia por estar a fazer o doutoramento ao mesmo tempo que desempenhava as funções de diretor-geral.

3. O gestor que nada muda

Tirando uma sessão em que Paulo Macedo pôs todas as chefias da DGCI tocar uma corneta de plástico, nada de significativo deixou, não mudou chefias, não mudou modelos de organização e não mudou modelos de gestão. Aproveitou os resultados e publicitou-os, aproveitando a boa imprensa de alguém que pertencia a uma instituição com um grande orçamento publicitário.

4. O especialista em propaganda

Paulo Macedo transformava diariamente tudo o que a DGCI cobrava em sucessos pessoais, como se no passado nada fosse feito. Para além de contar com uma rede preciosa de amigos, tirava partido da boa imprensa do BCP para fazer passar sucessos atrás de sucessos. Muitas vezes os mesmos resultados eram publicitados na comunicação social apresentados de formas diferentes, para multiplicar o impacto. Os seus anos de DGCI foram uma intoxicação permanente da comunicação social, aliás, vimos o mesmo na saúde nos seus tempos.

5. As ligações à Opus Dei

A confirmar-se a possibilidade de ter ligações à Opus Dei pode questionar-se a isenção na liderança de um banco público. Recorde-se a importância dada por aquela organização à gestão do poder e, em particular, ao poder financeiro, importância que ficou evidente no seu envolvimento com o BCP. A Opus Dei tem grandes interesses económicos e na liderança de muitas instituições empresariais estão homens promovidos por aquela organização religiosa semi-secreta.

6. As ligações à direita

Sem militância conhecida são óbvias as suas relações com o PSD, a cujo governo pertenceu, onde foi um ministro da Saúde que procurou o sucesso com aumentos gratuitos do horário de trabalho e encerramentos de serviços.

7. A proximidade ao homem de Oliveira e Costa

Na DGCI tinha como um dos homens mais próximos um braço direito de Dias Loureiro a quem se juntou para promover a perseguição deste blogue, incomodado por críticas e convencido, ainda que sem qualquer prova ou fundamento, de que aqueles que ele pensava serem autores deste blogue teriam sido responsáveis por violações do sigilo fiscal em relação a factos contributivos da sua responsabilidade.

8 O lado manhoso

Uma pequena história ilustra o lado humano de Paulo Macedo. A determinada altura convidou Jorge Sampaio, então Presidente da República, para estar presente num seminário por ele organizado, certamente para engrandecer a sua imagem junto da comunicação social. Alguém foi perguntar a um ex-diretor-geral se já algum presidente tinha visitado a DGCI. Foi informado que o mesmo Jorge Sampaio havia inaugurado as novas instalações do serviço de finanças de Serpa. O resultado foi um comunicado informando que pela primeira vez um Presidente da República tinha estado presente num seminário da DGCI.

9. O trabalho alheio

Apesar de tantos elogios pelo seu trabalho da sua boca nunca se ouviu a atribuição dos resultados ao esforçados de alguns, muitos poucos. Em vez disso, optou por agradecer a Deus e promoveu uma missa de acção de graças, nas Sé de Lisboa, par que os funcionários pudessem agradecer a Deus pelos resultados. Digamos que os funcionários da DGCI e principalmente os que contribuíram para os seus inúmeros comunicados de imprensa, ficaram com a bênção do padre, Paulo Macedo ficou com a fama e o proveito.

10. As perseguições

A crer nas noticias que foram publicadas na comunicação social as perseguições atrás referidas chegaram ao ponto da IGF ter vasculhado os e-mails de todos os funcionários em busca de e-mails trocados entre funcionários e jornalistas. Nunca se soube o que fez Paulo Macedo aos resultados dessas investigações.


O país está a assistir a um forte campanha para colocar Paulo Macedo na CGD, como se este fosse a última Coca-Cola do deserto. Quem estará por detrás desta campanha,  próprio Paulo Macedo ou outros interesses apostados em tomar conta da CGD?

Umas no cravo e outras na ferradura




 Jumento do Dia

   
António Domingues, presidente da CGD

Se António Costa era contra o desempenho de cargos públicos porque a lei estabelece exigências que não se colocam aos privados deveria ter recusado o convite. Mas não o fez e ao que parece acaba por apresentar a declaração de rendimentos. Assim, a sua demissão foi inútil e todo este processo revela pequenez humana pois manteve o país em suspense para escolher o momento em que iria demitir-se.

 Apoiar o governo e estar na oposição


Não é normal com os governos do PS, mas é frequente quando o PSD governa estar simultâneamente no governo e na oposição, isto é, são militantes do próprio PSD que lideram a oposição ao governo. Ainda que tal não seja frequente com o PS, a verdade é que já tem sucedido, durante muito tempo Manuel Alegre chegou a ser uma verdadeira vedeta televisiva graças às críticas que fazia ao governo, tendo mesmo reunido a esquerda mais conservador em torno de si numa sessão pública realizada na Reitoria.

A gande novidade neste governo está no facto de ser o BE a chamar a si esse papel, lembrando a famosa rábula de Ivone Silva. Durante a manhã a Catarina é a Catarina patroa, à tarde é a Catarina costureira.

 Desta vez não houve chupão na mão da pobre rainha


Estou com saudades da nossa família da corte de Boliqueime, quando se fazia constar que a esposa de Cavaco Silva era muito amiga da rainha de Espanha.

      
 Rui Rio 1 - 0 Passos Coelho
   
«Duas semanas depois de Rui Rio ter afirmado, em entrevista ao DN e à TSF que "poderá" ser ele a afirmar-se como alternativa à atual liderança se o partido "não descolar" até às autárquicas, este estudo do CESOP da Católica para o DN, JN, RTP e Antena 1 vem demonstrar que existe apoio claro a Rui Rio entre os inquiridos.

Para 42% dos entrevistados, o PSD ficaria melhor ou muito melhor se tivesse a liderança entregue a Rui Rio em vez de Pedro Passos Coelho. É uma maioria clara de opiniões favoráveis ao ex-autarca, um nome que tem sido insistentemente apontado como alternativa de liderança para o PSD. 33% afirmam que o partido ficaria "melhor", enquanto 9% arriscam mesmo dizer que os social-democratas ficariam "muito melhor" entregues à liderança de Rui Rio. A soma dá 42% e pode ser vista como uma medida para avaliar o desgaste da imagem do atual presidente do PSD. O estudo não decompõe estes resultados por preferência partidária, mas o CESOP da Católica, contactado pelo DN, garante que não há um desvio significativo nestes resultados quando se olha, em exclusivo, para as preferências dos "eleitores" do PSD.» [DN]
   
Parecer:

Com esta sondagem começou a lenta queda de Passos Coelho, agora resta saber se Passos reiste opara além das autárquicas ou se Rui Rio prefere que o Che de Massamá continue a ser estufado em lume brando.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Reserve-se cadeira na primeira fila da plateia.»
  
 Está tudo dito
   
«O Presidente da República disse na manhã desta segunda-feira que “as pessoas mudam, mas as instituições fortes permanecem”, num comentário à demissão de António Domingues da presidência do conselho de administração da Caixa Geral de Depósitos.

Marcelo Rebelo de Sousa, que falava aos jornalistas depois da receção aos reis de Espanha no Porto, disse que “há um plano, há um projeto que vai ser executado”.

O Presidente afirmou, numa curta declaração, que “neste dia o que é importante são as relações entre Portugal e Espanha” e que o assunto Caixa “não é fundamental neste dia”. Marcelo seguiu depois para Serralves, onde os reis castelhanos vão visitar a exposição dos quadros de Joan Miró.» [Observador]
   
Parecer:

E no fim desta semana tudo estará encerrado.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»

segunda-feira, novembro 28, 2016

A primeira vitória da guerrilha

Independentemente do que se possa opinar sobre a demissão do presidente da CGD, teremos de concluir que se tratou da primeira vitória da estratégia de guerrilha conduzida pelo PSD de Passos Coelho. Foi uma vitória sem grandes objectivos, que apenas visou infligir prejuízos ao governo, pouco importando a dimensão dos prejuízos para o país. 

Passos sempre teve como objectivo a privatização da CGD, durante o seu governo não se cansou de lançar farpas aos resultados do banco público, muito dificilmente o banco sobreviveria a um segundo governo da direita. Não admira a histeria de Passos em relação a tudo que se relacionasse com a Caixa, o objectivo claro era a desestabilização da instituição e um boicote sistemático a qualquer solução, seja no plano da administração ou da recapitalização. Diria que na cabeça de Passos a CGD já estava vendida a alguém e luta desesperadamente contra a sua sobrevivência.

É uma patetice pensar que o que estava em causa era saber a cor das cuecas do presidente da CGD, desde que foi encontrada uma solução para a recapitalização da CGD que tudo serve de argumento para a estratégia de guerrilha. Primeiro era o impacto no défice, depois eram os vencimentos dos administradores, por fim serviu a questão das declarações de rendimentos. Finalmente e com a ajuda do BE a direita celebrou um ano de oposição com uma pequena vitória de guerrilha. Não conseguiram destruir a central, mas dinamitaram um poste de electricidade.

Resta agora que o governo tenha aproveitado o tempo que entretanto decorreu para ter uma segunda solução, de preferência tão boa como a primeira. Não é que isso signifique a paz, se a próxima administração apresentar as declarações de rendimentos é certo que serão discutidos os vencimentos ou qualquer outro argumento que possa servir para promover mais umas semanas de desestabilização do banco.

Esperemos que o governo tenha o bom senso de encontrar um gestor de verdade e não algum ex-ministro da direita, manhoso, devoto da Opus Dei e especialista em usar s resultados «das instituições de que se serve para promover a sua imagem na comunicação social. Esperemos que seja alguém mesmo competente, independente e que não esteja enfeudado a qualquer partido, a Passos Coelho ou a qualquer organização religiosa mais ou menos secreta e com grandes interesses na banca. Isso seria pior do que um poste, equivaleria a dinamitar a central e esse é o grande objectivo do nosso Che de Massamá.


Umas no cravo e outras na ferradura




 Jumento do Dia

   
Passos Coelho,
suspeito de ter uma disfuncionalidade cognitiva permanente

Um líder da oposição tem a obrigação de fazer oposição, de dizer o que está mal, de propor melhores soluções. é bom para a democracia que exista oposição e que esta se afirme como alternativa. Mas Passos tem optado por outra estratégia, é uma palhaçada mas ele está convencido de que é a melhor para derrotar António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa.

Passos tem vindo a promover a pantomina do primeiro-ministro legítimo e mais competente que foi impedido de governar, não importa que o regime seja parlamentar e a maioria dos deputados o tenham rejeitado, não importa que mais de 50% dos eleitores manifestem a intenção de votar nos partidos que apoiam o governo, não importa que a maioria dos eleitores apoiem o governo e as suas políticas.

Mas Passos ignora esta realidade, está convencido de que tem uma estrelinha e que sobrevive à sua desgraça nas sondagens, prefere ser ele a impor a sua agenda, ainda que a sua agenda seja marcada por ausências prolongadas ou por visões apocalípticas. Passos insiste em permanecer em estado de negação e talvez não seja o seu deputado a ter uma disfuncionalidade cognitiva temporária e muito provavelmente nem será temporária.

«O estado de graça do governo socialista ainda dura, pelo menos para os inquiridos pelo Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica. Questionados sobre como avaliam o desempenho do atual governo, 63% respondem que o executivo tem tido uma atuação boa ou muito boa. Do outro lado da balança, apenas 25% dos inquiridos classificam o desempenho como mau ou muito mau. A esta pergunta, 13% afirmam não saber ou recusam responder.

Há cerca de um ano, em dezembro de 2015, o país vivia em plena tensão pós-eleitoral, com a coligação PAF (PSD e CDS-PP) a digerir com alguma dificuldade o facto de ter ganho as eleições de outubro sem ter conseguido depois fazer passar o governo pelo crivo da Assembleia da República. O coelho tirado da cartola por António Costa - um governo PS com maioria relativa, sustentado em acordos bilaterais de incidência parlamentar assinados com Bloco, PCP e Verdes - era algo de inédito no sistema político português. Questões como a legitimidade, a estabilidade e a durabilidade do novo governo marcavam o debate político e o espaço público por essa altura - final de 2015 -, data do último estudo do CESOP da Católica para o DN, JN, RTP e Antena 1.» [DN]

domingo, novembro 27, 2016

Semanada

Passos Coelho continua em estado de negação, convencido de que é o primeiro-ministro legítimo ignorou o aniversário do governo que lhe roubou o poder. A responsabilidade pela liderança da oposição coube a Assunção cristas que, mais uma vez preencheu a ausência de um líder do PSD que não sabe como reagir a uma queda permanente nas sondagens.

Fidel morreu e a grande preocupação de muitos comentadores foi a de realçar de que se tratava de um ditador, ignorando a realidade social de Cuba quando comparada com outros países da América Latina com idênticos recursos. Persiste-se em ignorar as consequências económicas sociais de um bloqueio medieval imposto pelos EUA, fazendo de conta que todos os males de Cuba se devem ao regime.

O PSD ficou muito ofendido porque o secretário de estado do tesouro disse que o deputado Leitão Amaro sofria de uma disfunção cognitiva temporária, isto é, disse que o deputado estava sendo temporariamente parvo, isto se não estivéssemos perante desconhecimento técnico da matéria em debate. Parece que o PSD discordou do carácter temporário da disfuncionalidade.

Parece que o pessoal do Caso Marquês foi buscar inspiração ao livro da alcoviteira de Belém para renovar a esperança de encerrar o processo antes de o procurador que o conduz atingir o limite da idade de reforma. Depois de tanta investigação e de tantas provas divulgadas pela CMTV ainda vamos há a esperança de se vir a provar que Sócrates fez alguma, nem que seja o desrespeito de um limite de velocidade, veja lá bem esse malandro!

Desta vez a oposição liderada por Assunção cristas ignorou a divulgação do relatório da execução orçamental. Há alguns dias houve um grande escândalo porque o governo não deu conhecimento das previsões, agora que os resultados são publicados ninguém os comenta, o que significa que tudo está a correr bem. Esta oposição parece que só se cura das suas disfuncionalidades quando algo corre mal.

Umas no cravo e outras na ferradura




 Jumento do Dia

   
Passos Coelho

António Costa fez um ano de um governo a que Passos ainda não reconhece legitimidade, não perdendo a oportunidade de lhe dizer que o governo lhe foi usurpado, Fidel morreu, e Marcelo elogiou o governo como nenhum presidente anterior elogiou um governo. Mas o líder do maior partido da oposição não apareceu, não tem nada a dizer. Aguardemos pelas próximas sondagens.

 Dada a volta à última folha do século XX

Com a morte de Fidel poderemos dizer que se deu a volta à última folha do século XX, foi a última figura do século passado a partir, foi também o dirigente comunista do pós guerra a conhecer o mundo muito para além da queda do Muro de Berlim, o último que assistiu à queda do modelo social e mesmo no seu país, onde ainda resiste, viu muitas mudanças, incluindo o início da normalização das relações com os EUA, chegou mesmo a ver o impensável durante décadas, a ascensão de um idiota à presidência dos EUA.

Foi o único dirigente que conseguiu resistir com sucesso a uma invasão militar patrocinada pelos EUA, que escapou a muitos atentados, que sobreviveu economicamente ao maior boicote comercial na história da humanidade, resistiu a uma vaga de terrorismo interno promovida pela CIA e pelos cubanos ligado aos antigo regime.

Goste-se ou não de Fidel Castro a verdade é que é dos poucos dirigentes de um pequeno país que fica na história ao lado dos líderes dos grandes países. Fidel nem tão cedo ficará esquecido e a seu pedido ser um dirigente julgado pela história.

Quando se diz que Fidel vai ser julgado pela história isso não significa o julgamento sumário que alguns políticos de direita que não se casam de referir que Castro é um ditador. É gente a quem nunca ouvimos condenar outros ditadores e o que odeiam em Fidel não é o regime político, mas sim a partilha de ideais que não se limitam À questão da democracia.

      
 Disfuncionalidade cognitiva temporária
   
«O secretário de Estado, jovem, um pouco tímido até, deveria ter-nos chamado a atenção pelo cantinho de boca maroto. Ele sorri não sorrindo, sinal de que se tem em boa conta, o que é, achava eu, um mínimo para um homem público. Era o Parlamento, era o debate na especialidade e a especialidade servida naquela manhã era a Caixa Geral de Depósitos. Bocejo. Então, Ricardo Mourinho Félix, governante de Finanças, tendo a oportunidade de florir o discurso, aproveitou.

Disse: "O Sr. deputado Leitão Amaro, com a sua intervenção, revela uma de duas coisas: ou um profundo desconhecimento do funcionamento do RGIC ou uma disfuncionalidade cognitiva temporária..." E mais não disse o secretário de Estado porque rebentou uma bomba no hemiciclo. Daquelas à portuguesa - branda, pois - que se manifestam por mãos no ar, gritos, olhares furibundos, muito sangue na guelra e nenhum daquele com plasma, leucócitos e plaquetas que, entre nós, acontecem mais nos laboratórios de análises e nunca como em Bagdad no Parlamento e mercados.

Pareceu-me que o secretário de Estado iria por ali fora com uma linguagem imagética rara no Parlamento. Rara neste, porque quando São Bento se chamou Palácio das Cortes e Camilo elegeu para lá o tribuno Calisto Elói de Silos de Benevides de Barbuda, as palavras eram preciosas. Ainda me lembro quando Calisto Elói, exaltado com um discurso anterior, se virou para o presidente da mesa e lançou: "Tomo a liberdade de perguntar a V. Exa. se as locuções repolhudas do ilustre colega são parlamentares; e se são, peço ainda a mercê de se me dizer onde se estudam aquelas farfalhices."

Infelizmente, não foi assim porque o secretário de Estado foi aparado da sua verve pelo escarcéu da oposição. E não só ele. Porque quando Mourinho Félix pretendia prosseguir, a câmara televisiva focou o visado, o deputado Leitão Amaro. E este, já depois das alegorias do adversário, olhava-o fixo, sem espanto nem ofensa pelo "profundo desconhecimento" nem pela "disfuncionalidade cognitiva", nem tão-pouco agradecido pela condição de "temporária" atribuída à sua putativa disfunção. Amaro olhava, queixo na mão esquerda e cotovelo apoiado na bancada, enquanto a mão direita volteava uma esferográfica.

Para mim, o deputado ia exatamente plagiar-me a evocação de Calisto Elói, ia pedir a palavra e diria, mais coisa menos coisa: "Estou a desconfiar que a minha linguagem seca raspará nos ouvidos do Parlamento, que ainda agora se deleitou com a retórica florida do Sr. secretário de Estado." Mas também ele não pôde contribuir para o renascimento do florilégio parlamentar. O hemiciclo foi tomado pelo frenesim da bancada social-democrata, durante quatro minutos de guerra civil. Tirando o já aludido Leitão Amaro, que logo percebeu que a algazarra lhe tirava o protagonismo, e o líder parlamentar Luís Montenegro, imbuído da noção prudente de que só os líderes mas pouco embarcam em tumultos, os deputados laranja pareciam tomados por espasmos.

E há eu! Peço imensa desculpa mas mesmo em momentos históricos como os vividos ontem, eu não me consigo desligar da minha humilde pessoa. Acontece que segui o discurso ainda antes de lhe conhecer o tsunami e, ao dar-me conta deste, tresli. Tenho de o dizer. Quando vi tanta indignação, dei por mim também a aquiescer: "De facto, não se diz aquilo..." Depois, quando vi a ex-ministra Teresa Morais, uma senhora tão serena, a chispar entre as cadeiras da bancada, olhar incendiado e dando pancadas no tampo, convenci-me da enormidade. O raio do secretário de Estado não podia dizer que o deputado não conhecia, e não conhecia profundamente, "o funcionamento do RGIC". Ora, Mourinho Félix disse-o. O vídeo já estava na net, passei-o e repassei-o, pus auscultadores e não há dúvidas, ouvi: "(...) do funcionamento do RGIC."

O pessoal das secções de economia e de política do meu jornal estava fascinado pelo banzé transmitido pelas televisões. Pus as mãos nos bolsos e fui pelos corredores até encontrar uma estagiária que escreve sobre assuntos mais ligeirinhos, sobre a Cristina Ferreira e assim. "Olha lá, sabes o que é o funcionamento do RGIC?", perguntei-lhe. Pouco interessada, ela disse não saber. Eu também não sabia, é certo, mas preocupa a displicência destas novas gerações que vão para o jornalismo e não se preocupam com o funcionamento do RGIC. Há anos, noutro 25 de Novembro, o RALIS, o RASP, o CICAP e outras siglas puseram o país dilacerado. No 25 de novembro de ontem, um RGIC quase repetia o país de pantanas e a jovem jornalista, indiferente...

Voltei aos seniores. As televisões continuavam no hemiciclo e eu lancei devagarinho, a ver se compreendia pelo menos minha indignação: "Dizer aquilo do RGIC foi tramado..." Os meus colegas olharam para mim, pasmados: "Mas qual RGIC?!", disse um que frequenta os Passos Perdido. E prosseguiu ele: "Os protestos foram por causa da disfuncionalidade cognitiva temporária."

Fiz que sim com a cabeça, meti as mãos no bolsos e já ia pelo corredor, a ver se alguém me elucidava melhor. O jornalista da política foi amigo, pôs-me uma mão no ombro: "Como chamas àquilo de clicar com o polegar e os outros dedos, à procura duma palavra ou de um nome?", perguntou-me. "Ter uma branca", respondi. "Pois, isso no hemiciclo tinha pouco efeito", disse o meu colega.

Fiquei na minha. Acho o RGIC, ou o funcionamento do meu RGIC, ou lá o que é, mais ofensivo.» [DN]
   
Autor:

Ferreira Fernandes.

     
 Se calhar é por ser português
   
«A Universidade de Genebra e o Instituto de Altos Estudos Internacionais e do Desenvolvimento anunciaram que o contrato de Durão Barroso como professor convidado não vai ser renovado. “O mandato de José Manuel Barroso era por dois anos e chega ao final no fim deste ano. Nenhuma disposição no contrato previa a sua renovação”, anunciou o vice-reitor da instituição, Jacques de Werra, citado pelo jornal suíço Les Temps.

E a causa é, segundo o Le Temps, apenas uma: o facto de Durão Barroso se ter tornado presidente não-executivo da Goldman Sachs, considerada uma das responsáveis pela crise financeira de 2008 e ter ajudado a Grécia a maquilhar as suas contas para tentar evitar o inevitável resgate financeiro do país. A conversão de Barroso causou muitos protestos por toda a Europa e provocou um rude golpe à credibilidade da União Europeia.» [Público]
   
Parecer:

Lamentável e triste.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Durão Barroso se está sendo perseguido por ser português.»


 É melhor do que andar às cuspidelas
   
«Mais branco, o símbolo mais esbatido no peito, o nome do patrocinador quase imperceptível. A frente da camisola que os jogadores do Real Madrid envergaram neste sábado, no encontro com o Sporting Gijón, tem pistas suficientes para se perceber que se trata de uma ocasião especial. Este jogo da 13.ª jornada da Liga espanhola foi escolhido para dar corpo a uma campanha contra a poluição marítima.

Quando Cristiano Ronaldo apontou o primeiro golo da tarde e surgiu no primeiro plano das câmaras percebeu-se ao detalhe que é um dia diferente. O plantel do Real Madrid envergou, nesta ronda, uma camisola totalmente fabricada a partir de garrafas de plástico recicladas.» [Público]
   
Parecer:

Talvez por cá se tenham de fazer camisolas com cuspidelas recicladas.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Aprove-se.»
  
 Este Marquês ainda passa a Conde
   
«O procurador titular do caso Sócrates, Rosário Teixeira, pediu, no mês passado, à comissão de inquérito parlamentar que investigou o alegado plano governamental para controlar a TVI o processo confidencial sobre este caso, conduzido pelo ex-procurador-geral da República, Pinto Monteiro. A comissão concluiu, em 2010, que José Sócrates teve conhecimento do plano enquanto primeiro-ministro. 

O pedido do magistrado surge no âmbito da Operação Marquês, depois de numa busca ao antigo Banco Espírito Santo de Investimento (agora Haitong) se ter encontrado um documento manuscrito da directora do Departamento de Serviços Financeiros da instituição, Catarina Guerra, com anotações de uma reunião na qual se discutiu a aquisição da Media Capital, que detém a TVI, por parte de um consórcio que integrava o Taguspark, o grupo Lena e investidores angolanos.» [Público]
   
Parecer:

Começa a ser evidente o desespero da investigação em busca de algo que salve o processo.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»

sábado, novembro 26, 2016

Gostaria de criticar Fidel



O yate 'Granma' onde Fidel partiu para Cuba em 25 de Novembro de 1957
Precisamente 60 anos antes do dia em que morreu

Gostaria de dizer que em Cuba as eleições são viciadas e o poder não é escolhido pela maioria. Pois, mas a América vai ter um presidente que teve menos voto do que a rival em eleições sobre as quais há muitas dúvidas e o mesmo já tinha sucedido na Florida, a mesma Florida dos exilados cubanos.

Se fosse descendente de um proxeneta dos tempos de Baptista, de algum latifundiário ou da burguesia cubana estaria a festejar agora a vitória de Fidel. Mas não tenho a certeza de que os cubanos estejam contentes ou mesmo indiferentes, como sugere uma blogger cubana.

Gostaria de dizer que os cubanos vivem mal por causa de Fidel, mas a verdade é que há mais miséria em todos os países da América Latina do que em Cuba, a verdade é que em muitos indicadores de desenvolvimento Cuba está ao nível dos países mais desenvolvidos e nalguns cassos mesmo acima dos Estados Unidos.

Gostaria de dizer que em Cuba há uma ditadura, mas como posso ignorar que muitos dos democratas que criticam a ditadura cubana apoiaram uma ditadura no meu país, como posso fazer de conta que algumas democracias da América Latina têm tantos ou mais presos políticos do que Cuba.

Gostaria de criticar Fidel por ter optado pelo isolamento, mas como posso esquecer que foi Cuba quem travou uma das maiores batalhas no continente africano, derrotando as forças armadas do Apartheid, em Cuito Cuanavale. Como posso criticar o isolamento de Cuba se foram os EUA que lhe impuseram o maior boicote comercial na história da humanidade.

É verdade que Cuba não é uma democracia, mas está longe de ser sido a pior das ditaduras da América Latina. É verdade que os cubanos poderiam viver melhor, mas são dos povos com menos miséria da América Latina. É verdade que Fidel foi um dilatador, mas muitos dos que dizem que Fidel é um ditador, ajudaram ou apoiaram o mais brutal dos ditadores a derrubar Salvador Allende. Fidel, o ditador, tinha mais autoridade democrática do que muitos governantes democratas que ajudaram ou promoveram diadores bem mais brutais.

Nesta hora gostaria de critica Fidel, seguindo os meus princípios. Mas, peço desculpa, não consigo.

Umas no cravo e outras na ferradura




 Jumento do Dia

   
Maria Luís Albuquerque, empregada da Arrows

Parece que as sondagens irritaram a ex-ministra e atual funcionária da Arrows, só isso explica o tem agressivo que usa e alguma perda de lucidez no discurso. Ao acusar Costa de que teria jogado foram milhares de milhões de euros, sugerindo que o primeiro-ministro teria feito no BES o que fez na CGD, está ignorando que a CGD além de ser um banco público não estava falido como, aliás, o BES também não estava, está também a esquecer que a intervenção do governo no BANIF foi bem diferente do que sucedeu com o BES.

«A ex-ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, utilizou estas sexta-feira as declarações do governador do Banco de Portugal para dizer que as declarações de António Costa sobre a banca durante a governação PSD/CDS são “sinal de grande ignorância”. A vice-presidente do PSD, diz ainda que se no lugar de Passos tivesse estado Costa, “milhares de milhões de euros dos contribuintes teriam sido entregues ao dr. Ricardo Salgado“.

Maria Luís fez uma declaração na tarde desta sexta-feira no Parlamento porque entendeu que são de grande “gravidade e falsidade” as “acusações” que o primeiro-ministro fez ao PSD numa entrevista à agência Lusa. Para a vice-presidente da bancada do PSD “numa tentativa de justificar o injustificável comportamento do Governo relativamente à Caixa Geral de Depósitos acusou o Governo anterior de ter destruído o Banco Espírito Santo, de ter destruído o Banif e que — segundo o dr. António Costa — só a mudança de Governo impediu que houvesse mais destruição.”

As declarações do chefe de Governo levam a ex-ministra das Finanças “a concluir que fosse o dr. António Costa primeiro-ministro em 2014 e teriam sido entregues milhares de milhões de euros de dinheiro dos contribuintes ao dr. Ricardo Salgado para evitar o colapso do BES.”

Maria Luís quis ainda “remeter o dr.António Costa para as declarações do governador do Banco de Portugal proferidas ainda ontem, [onde] esclareceu que os problemas que ainda hoje colocam grandes desafios à banca nacional são problemas que tiveram a sua origem antes de 2011 e é ainda um legado desses tempos que pesa na banca nacional.” Ou seja: a culpa dos problemas da banca começaram, pelo menos, ainda no governo de Sócrates.» [Observador]

      
 Disfuncionalidade cognitiva temporária
   
«Quando chegou ao Governo, Mourinho Félix, primo de José Mourinho, foi chamado de “special two“. Esta sexta-feira fez jus ao apelido, com declarações polémicas ao jeito do treinador português. Provocador, incendiou a bancada adversária. Tudo corria morno, quando o secretário de Estado do Tesouro e Finanças atirou uma farpa dura a um vice-presidente da bancada social-democrata: “Ou o deputado Leitão Amaro tem um profundo desconhecimento do RGIC [Regime Geral das Instituições de Crédito] ou uma disfuncionalidade cognitiva temporária“. Estava aceso o rastilho.
  
Durante sete minutos, Ferro Rodrigues não conseguiu ter mão na câmara. Foi audível a forte pateada na bancada do PSD, com vários protestos dirigidos à mesa e à bancada do Governo. A bancada socialista ficou quase toda petrificada. Sem reação. O próprio presidente da Assembleia da República deu, desde logo, uma reprimenda ao secretário de Estado, que avisou que podia “continuar, mas com respeito pelos deputados e pela câmara.”» [Observador]
   
Parecer:

Não se percebe o porquê de tanta irritação, eu até julgava que o deputada sofria de alguma disfuncionalidade permanente ou, pelo menos, com a duração da legislatura.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»
  
 Afinal, onde é que ele quer ser julgado?
   
«Em nota enviada à agência Lusa, João Costa Ribeiro Filho, advogado no Brasil de Duarte Lima, refere que o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro decidiu enviar o processo para Portugal para ser julgado pelos tribunais portugueses, mas salientou que esta decisão "não é definitiva", porque "dela cabe recurso", o que irá ser feito pela defesa do antigo deputado do PSD.

O advogado lembra que o processo estava concluído para julgamento no início de 2016 na comarca de Saquarema, mas "estranhamente, nessa data, o Ministério Público (MP) brasileiro, que teve a direcção do processo durante mais de seis anos, não confiou no sistema de justiça brasileiro e pediu ao juiz da comarca de Saquarema que os autos fossem remetidos para as autoridades portuguesas, para que o julgamento ocorresse em Portugal".» [Notícias ao Minuto]
   
Parecer:

Mas não queria ser julgado em Portugal?
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»

sexta-feira, novembro 25, 2016

Sondagens

As últimas sondagens, produzidas pela Universidade Católica, não trazem surpresas, a anão ser o facto de um PSD de ultra direita ainda se encontrar acima dos 29,11%, os resultados eleitorais conseguidos por Manuela Ferreira Leite. Para um partido liderado por alguém que considera que o crescimento deve ser conseguido em prejuízo dos grupos profissionais que detesta ou desconsidera por motivos ideológicos é um resultado que pode ser considerado notável.

Apesar de uma tentativa de dar um ar de seriedade na oposição é em provável que muitos eleitores esperem pelos resultados orçamentais e económicos de 2016. Se o governo demonstrar que é possível reduzir o défice sem alguns portugueses e que mesmo com uma política fortemente restritiva, que respeita o Pacto de Estabilidade, a economia cresce, a direita ultra que tomou conta do PSD ficará sem argumentos e o Passos terá de se arrastar até às autárquicas. Esgotado o debate do OE e superados os problemas na CGD a direita ficará sem agenda para se afirmar e iniciará a sua travessia no deserto. Resta-lhe embirrar com as obras de Lisboa ou com os meios comboios da Linha Verde do metropolitano de Lisboa, mas s mesmo aí enfrenta a dificuldade na escolha de um candidato autárquico para a capital.

O grande vencedor nestas sondagens é Paulo Portas, apesar de estar ausente e precisamente por causa disso, revelou a inteligência que Passos perdeu desde que Miguel Relvas o abandonou e soube ir tratar da sua vida. Se algum dos seus na liderança do CDS estaria sempre presente, mas ao escolher Assunção Cristas, deixou no seu lugar alguém que o fez esquecer sem subir nas sondagens. Ninguém se lembra de Portas e a culpada da queda do CDS é do lirismo religioso de Assunção Cristas.

Na luta eleitoral entre BE e PCP, a mais acesa desde as últimas eleições, o BE leva a melhor, mostrando que no mundo de hoje o marketing tem por vezes mais influência na preferência dos consumidores. Apesar do peso do PCP no sucesso deste governo tem sido o BE a ir à árvore colher os fruto, à frente de todos os outros e principalmente d PCP. O problema é que são tantas as vezes que se antecipa que acaba por comer a fruta ainda verde, acabando por descer nas sondagens.


Costa assumiu todos os riscos, fê-lo contra Seguro, fê-lo quando o deram por derrotado nas eleições, insistiu quando lançou a geringonça, voltou a fazê-lo nas presidências. Manteve a sua tese em relação à política económica, Nunca hesitou em manter a sua relação com os parceiros, em segurar Centeno ou em manter com o Presidente a melhor relação que um Presidente teve com um primeiro-ministro em democracia. O resultado está à vista, sendo e esperar que se avolume no fim do ano e à medida que se aproximarem as autárquicas.

Umas no cravo e outras na ferradura




 Jumento do Dia

   
João Rebelo, deputado do CDS

Parece que o CDS, o tal partido que tem um grande sentido de Estado defende que as promoções ou niomeações nas forças armadas deve ser matéria de discussão na praça pública. Alguém devia explicar a este deputado que as coisas não se fazem assim e que a nomeação de um chefe militar não é bem a mesma coisa que as nomeações que o CDS fazia nos seus tempos de governo.

Quanto ao argumento de qe se algo é notícia deve ser discutido no parlamento só há uma coisa a dizer, é ridículo, e os deputados devem ter a noção do ridículo, sob pena de ninguém levar o parlamento a sério.

«O deputado do CDS-PP João Rebelo manifestou hoje estranheza pela não recondução do almirante Macieira Fragoso na chefia da Marinha e exigiu do Governo esclarecimentos sobre as razões dessa decisão, apelando também à intervenção do Presidente da República.

"Apelamos ao senhor Presidente da República, como Comandante Supremo das Forças Armadas e em última instância quem nomeia o próximo CEMA, para que acompanhe com muito cuidado esta situação e que tenha uma intervenção que modere e reequilibre tudo o que tem a ver com este processo", afirmou João Rebelo, em declarações à agência Lusa.

O deputado afirmou esperar que "por trás de tudo isto não exista outro tipo de motivações absolutamente alheias à dinâmica normal da substituição de um chefe militar" e considerou que o ministro da Defesa Nacional, Azeredo Lopes, e o Governo, devem esclarecimentos ao parlamento e ao país.» [DN]

 Curiosidade

Parece que quanto mais pobres há em Portugal, mais estrelas Michelin  são atribuídas aos seus "chefs".

 Serão virgens?

Onde estará o mal em que alguém convidado para vir a presidir à CGD participar a título informal numa reunião sem que isso implique acesso a informação confidencial? Em quantas privatizações, incluindo de bancos, participou Ricciardi como consultou, sabendo-se das suas responsabilidades no Grupo BES. Se bem me lembro até fazia telefonemas ao Passos Coelho tratando-o por tu, em que o questionava sobre aspectos das privatizações ainda antes destas estarem discutidas em Conselho de Ministros.

E quantos homens próximos de Passos Coelho ou que integraram o seu governo tinham sido quadros da Gooldman Sachs que esteve presente em tantos negócios em Portugal durante os governos do PSD?

Ver agora Passos Coelho tão empertigado só porque o atual presidente da CGD ter participado em reuniões ainda antes de assumir o cargo, porque pertencia ao BPI só pode ser uma anedota.

      
 Em nome da competitividade
   
«Em Portugal, ao contrário do resto da Europa, trabalha-se cada vez mais horas, especialmente quadros e chefias, e o fenómeno tem implicações nas relações familiares mas também na saúde, alerta o psiquiatra Pedro Afonso.

O aumento da permanência no local de trabalho tem vindo a aumentar e isso tem implicações na saúde, aumentando a hipertensão, as doenças cardiovasculares ou a diabetes, mas também os casos de depressão, ansiedade e insónia, disse o especialista à Lusa.» [Público]
   
Parecer:

E há quem diga que se trabalha pouco.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
  
 Passos sofre da síndrome das autárquicas
   
«O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, disse hoje que vai votar contra a integração dos trabalhadores precários na função pública.

Numa intervenção durante a 1.ª Convenção Anual de Administração Pública Reforma do Estado: principais estratégias e desafios, em Leiria, Passos Coelho considerou também que as reformas do Estado não são feitas desta forma e que na discussão na especialidade do Orçamento do Estado para 2017 votará contra a medida anunciada.

"O Governo já está a prometer para setembro do próximo ano, que é o mesmo da campanha eleitoral autárquica, integrar no Estado os precários todos. Não sabemos quem são, o que fazem, o que é que vai custar para futuro e quem é que vai ter de pagar isso. Enquanto as reformas do Estado forem feitas assim, estamos mal. E espero ir votar contra isto hoje de manhã, justamente daqui a pouco, no parlamento, dentro da discussão da especialidade do Orçamento do Estado", adiantou Pedro Passos Coelho.» [DN]
   
Parecer:

Anda com tanto medo das autárquicas e do que poder´ser o seu futuro que já sofre da síndrome das eleições autárquicas, em tudo o que seja decisão política do governo o diabrete de Massamá só vê eleitoralismo. Por este andar vai exigir que o governo fique em gestão até saber por quantos perdeu nessas eleições.

Votar contra a integração de quem já trabalha no Estado há muitos anos é uma sacanice de quem odeia o Estado e os funcionários públicos. Tudo o resto é treta por parte do diabrete de Massamá.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»

 Revogada mais uma sacanice de Passos
   
«O Conselho de Ministros aprovou o regime de valorização profissional dos trabalhadores em funções públicas que respeita a carreira, a categoria e a área de origem do trabalhador e mantém o nível remuneratório, revogando o regime da requalificação.

Na conferência de imprensa do Conselho de Ministros desta quinta-feira a secretária de Estado da Administração e do Emprego Público, Carolina Ferra, apresentou este novo regime, que revoga o aprovado pelo anterior Governo da requalificação da administração pública, justificando que este "falhou em todos os aspetos, além de que implicava uma redução remuneratória, uma redução de direitos e, no limite, a cessação de contratos de trabalho".» [DN]
   
Parecer:

Além de um falhanço foi mais uma velhacaria do velhaco de Massamá.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «»

 Metade dos portugueses andam ao tio, ao tio
   
«Mais de metade dos consumidores portugueses (51%) afirmam que não pagam as faturas dentro do prazo por falta de dinheiro, segundo um estudo hoje divulgado.

De acordo com o Relatório de Pagamentos Europeu do Consumidor, desenvolvido pela Intrum Justitia, apesar de 94% dos inquiridos considerarem que "é importante pagar sempre" as contas dentro do prazo, 29% afirma que, neste momento, "não tem dinheiro suficiente para ter uma vida digna".

O estudo, feito a partir de dados recolhidos numa pesquisa realizada em simultâneo a 21.317 cidadãos europeus de 21 países e que contou com a participação de 1.010 portugueses, visou conhecer a situação e saúde financeira das famílias face ao atraso nos pagamentos.» [DN]
   
Parecer:

E há os que não têm nem  dinheiro, nem contas.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Lamente-se.»

 Esqueceram-se da execução orçamental
   
«éfice acumulado até outubro das Administrações Públicas (AP) diminuiu 357 milhões de euros face ao período homólogo, acentuando a melhoria observada até setembro.

Em comunicado agora divulgado pelo Ministério das Finanças pode ainda ler-se que "este desempenho resulta do aumento de 1,7% da receita, superior ao crescimento de 1,1% da despesa". No mesmo documento refere-se ainda que "o quarto trimestre inicia-se com perspetivas positivas na frente orçamental, dando continuidade às boas notícias relativas ao crescimento económico do terceiro trimestre, 0,8%, em cadeia".

O Ministério das Finanças sublinha que até outubro, o défice fixou-se em 4 430 milhões de euros, "representando 80,7% do previsto para o ano, quando em 2015 já apresentava um valor próximo do défice anual".

O excedente primário das administrações públicas foi de 3 118 ME, uma melhoria de 683 ME face a 2015.» [Expresso]
   
Parecer:

Desta vez a oposição, que há poucos dias exigia as previsões até ao final do ano, ignorou a execução orçamental. Porque terá sido?
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»


 Estalou o verniz
   
«Carmona Rodrigues, apoiante de Assunção Cristas na candidatura à capital nas autárquicas do próximo ano, cancelou a sua participação, esta noite, numa tertúlia do PSD sobre "o futuro de Lisboa" para que não possa ser lida como "estando com um pezinho aqui e outro ali".

"Estou a apoiar Assunção Cristas a 100%, estou empenhado, motivado e convicto na sua eleição", diz ao Expresso. Repete: "Quero que ela ganhe. Estou-lhe dedicado e... fiel".

O antigo presidente da Câmara admite que se sentiu "desconfortável" com a divulgação da sua participação no debate e não mede as palavras para a classificar: "É um atentado à minha honra". Explica: "Quando há um conjunto de amigos que me convidam para ir à Biarritz discutir Lisboa, eu vou porque gosto e porque sou um homem livre. O estar presente num debate não quer dizer que dou o apoio a alguém".» [Expresso]
   
Parecer:

O mesmo PSD que em tempos queimou Carmona, agiora tenta exibi-lo como troféu.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»