Jumento do Dia
Parece que as sondagens irritaram a ex-ministra e atual funcionária da Arrows, só isso explica o tem agressivo que usa e alguma perda de lucidez no discurso. Ao acusar Costa de que teria jogado foram milhares de milhões de euros, sugerindo que o primeiro-ministro teria feito no BES o que fez na CGD, está ignorando que a CGD além de ser um banco público não estava falido como, aliás, o BES também não estava, está também a esquecer que a intervenção do governo no BANIF foi bem diferente do que sucedeu com o BES.
«A ex-ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, utilizou estas sexta-feira as declarações do governador do Banco de Portugal para dizer que as declarações de António Costa sobre a banca durante a governação PSD/CDS são “sinal de grande ignorância”. A vice-presidente do PSD, diz ainda que se no lugar de Passos tivesse estado Costa, “milhares de milhões de euros dos contribuintes teriam sido entregues ao dr. Ricardo Salgado“.
Maria Luís fez uma declaração na tarde desta sexta-feira no Parlamento porque entendeu que são de grande “gravidade e falsidade” as “acusações” que o primeiro-ministro fez ao PSD numa entrevista à agência Lusa. Para a vice-presidente da bancada do PSD “numa tentativa de justificar o injustificável comportamento do Governo relativamente à Caixa Geral de Depósitos acusou o Governo anterior de ter destruído o Banco Espírito Santo, de ter destruído o Banif e que — segundo o dr. António Costa — só a mudança de Governo impediu que houvesse mais destruição.”
As declarações do chefe de Governo levam a ex-ministra das Finanças “a concluir que fosse o dr. António Costa primeiro-ministro em 2014 e teriam sido entregues milhares de milhões de euros de dinheiro dos contribuintes ao dr. Ricardo Salgado para evitar o colapso do BES.”
Maria Luís quis ainda “remeter o dr.António Costa para as declarações do governador do Banco de Portugal proferidas ainda ontem, [onde] esclareceu que os problemas que ainda hoje colocam grandes desafios à banca nacional são problemas que tiveram a sua origem antes de 2011 e é ainda um legado desses tempos que pesa na banca nacional.” Ou seja: a culpa dos problemas da banca começaram, pelo menos, ainda no governo de Sócrates.» [Observador]
Disfuncionalidade cognitiva temporária
«Quando chegou ao Governo, Mourinho Félix, primo de José Mourinho, foi chamado de “special two“. Esta sexta-feira fez jus ao apelido, com declarações polémicas ao jeito do treinador português. Provocador, incendiou a bancada adversária. Tudo corria morno, quando o secretário de Estado do Tesouro e Finanças atirou uma farpa dura a um vice-presidente da bancada social-democrata: “Ou o deputado Leitão Amaro tem um profundo desconhecimento do RGIC [Regime Geral das Instituições de Crédito] ou uma disfuncionalidade cognitiva temporária“. Estava aceso o rastilho.
Durante sete minutos, Ferro Rodrigues não conseguiu ter mão na câmara. Foi audível a forte pateada na bancada do PSD, com vários protestos dirigidos à mesa e à bancada do Governo. A bancada socialista ficou quase toda petrificada. Sem reação. O próprio presidente da Assembleia da República deu, desde logo, uma reprimenda ao secretário de Estado, que avisou que podia “continuar, mas com respeito pelos deputados e pela câmara.”» [Observador]
Parecer:
Não se percebe o porquê de tanta irritação, eu até julgava que o deputada sofria de alguma disfuncionalidade permanente ou, pelo menos, com a duração da legislatura.
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»
Afinal, onde é que ele quer ser julgado?
«Em nota enviada à agência Lusa, João Costa Ribeiro Filho, advogado no Brasil de Duarte Lima, refere que o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro decidiu enviar o processo para Portugal para ser julgado pelos tribunais portugueses, mas salientou que esta decisão "não é definitiva", porque "dela cabe recurso", o que irá ser feito pela defesa do antigo deputado do PSD.
O advogado lembra que o processo estava concluído para julgamento no início de 2016 na comarca de Saquarema, mas "estranhamente, nessa data, o Ministério Público (MP) brasileiro, que teve a direcção do processo durante mais de seis anos, não confiou no sistema de justiça brasileiro e pediu ao juiz da comarca de Saquarema que os autos fossem remetidos para as autoridades portuguesas, para que o julgamento ocorresse em Portugal".» [Notícias ao Minuto]
Parecer:
Mas não queria ser julgado em Portugal?
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»