Jumento do Dia
Um líder da oposição tem a obrigação de fazer oposição, de dizer o que está mal, de propor melhores soluções. é bom para a democracia que exista oposição e que esta se afirme como alternativa. Mas Passos tem optado por outra estratégia, é uma palhaçada mas ele está convencido de que é a melhor para derrotar António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa.
Passos tem vindo a promover a pantomina do primeiro-ministro legítimo e mais competente que foi impedido de governar, não importa que o regime seja parlamentar e a maioria dos deputados o tenham rejeitado, não importa que mais de 50% dos eleitores manifestem a intenção de votar nos partidos que apoiam o governo, não importa que a maioria dos eleitores apoiem o governo e as suas políticas.
Mas Passos ignora esta realidade, está convencido de que tem uma estrelinha e que sobrevive à sua desgraça nas sondagens, prefere ser ele a impor a sua agenda, ainda que a sua agenda seja marcada por ausências prolongadas ou por visões apocalípticas. Passos insiste em permanecer em estado de negação e talvez não seja o seu deputado a ter uma disfuncionalidade cognitiva temporária e muito provavelmente nem será temporária.
«O estado de graça do governo socialista ainda dura, pelo menos para os inquiridos pelo Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica. Questionados sobre como avaliam o desempenho do atual governo, 63% respondem que o executivo tem tido uma atuação boa ou muito boa. Do outro lado da balança, apenas 25% dos inquiridos classificam o desempenho como mau ou muito mau. A esta pergunta, 13% afirmam não saber ou recusam responder.
Há cerca de um ano, em dezembro de 2015, o país vivia em plena tensão pós-eleitoral, com a coligação PAF (PSD e CDS-PP) a digerir com alguma dificuldade o facto de ter ganho as eleições de outubro sem ter conseguido depois fazer passar o governo pelo crivo da Assembleia da República. O coelho tirado da cartola por António Costa - um governo PS com maioria relativa, sustentado em acordos bilaterais de incidência parlamentar assinados com Bloco, PCP e Verdes - era algo de inédito no sistema político português. Questões como a legitimidade, a estabilidade e a durabilidade do novo governo marcavam o debate político e o espaço público por essa altura - final de 2015 -, data do último estudo do CESOP da Católica para o DN, JN, RTP e Antena 1.» [DN]