terça-feira, novembro 22, 2016

O ideólogo da treta de Passos Coelho



Vale a pena ler Rui Ramos, quando um dos ideólogos desta direita extrema e chique recorre ao incidente da queda da estátua, no Museu de Arte Antiga, como argumento ideológico em defesa de Passos, diz tudo sobre a total falta de argumentos. Tudo o resto na sua escrita é mentira e manipulação sem grande consistência. Pobre Passos Coelho, não é com ideólogos como este que vai longe.

“O problema de Passos é comercial. Passos, quando anuncia o “diabo”, fala para o público em geral, em nome do bem comum.”

Não, quando Passos anunciam o diabo não está pensando no bem de ninguém, quem prevê ou deseja um desastre nas contas públicas não deseja o bem de ninguém.

“Durante o ajustamento, Passos governou para todos e para ninguém em especial.”

Mentira, durante muito tempo os alvos da austeridade foram os funcionários, opção explicada por gente do governo como sendo eleitoralistas, Passos optou por concentrar a austeridade naqueles que mais odiava e continua a odiar. Mais tarde alargou a austeridade a alguns pensionistas e só adoptou a sobretaxa para financiar a descida do IRC, quando falhou o golpe sujo da TSU.

“A austeridade foi transversal, perdoando apenas, na sua incidência directa, os rendimentos mais baixos.”

Mais uma mentira, para além de todos os cortes nos apoios sociais e antes de adoptar qualquer medida de austeridade transversal, Passos aumentou o IVA nos bens alimentares de primeira necessidade e na electricidade.

“Entre 2011 e 2015, não negligenciou apenas a comunicação e o “networking”. Desprezou a ideologia, para aumentar impostos.”

Mentira, a tese da desvalorização fiscal é ideológica e levou a que alguns rendimentos que suportam o IRC financiassem das descidas na TSU. Na hora das eleições, em 2015, Passos montou uma mega fraude fiscal com o intuito simular a mentira do reembolso da sobretaxa.

“Enganou-se: a folga que ele deixou está a ser gasta por Costa para fazer precisamente o que Passos julgou que tinha acabado.”

A “folga” que Passos deixou foram reembolsos por fazer no IVA, em resultado da fraude eleitoral do reembolso da sobretaxa e o exagero de retenções na fonte de IRS que tiveram de ser reembolsadas em 2016. 2016 não foi um ano de folga mas sim de redução do défice.

“Na oposição, Passos continua a falar para todos, em nome do bem público.”

Mentira, Passos continua a falar apenas para os que não odeia e é por isso que chega a dizer que com ele os capitalistas gostariam mais de investir.

“Nos seus discursos, mesmo quando os escreve, Passos cita estatísticas, raciocina, é didáctico.”

Quando é que isto sucedeu, as únicas estatísticas que Passos citou foram as que supostamente seriam divulgadas em Setembro e que ninguém percebeu quais eram, talvez porque o seu golpe fiscal falhou.

“Podem os sábios vir ensinar que o crescimento económico é metade do espanhol, ou que os juros da dívida estão a subir. Podem os jornais notar que o Metro de Lisboa circula no Terceiro Mundo, ou que há estátuas derrubadas no Museu de Arte Antiga."

A dívida nunca foi pequena, os juros nunca foram baixos e o Metro começou a ser miserável com a gestão de Passos. Quanto à queda da estátua só revela a pouca inteligência de Ramos.

“Quem quer saber disso, se os funcionários vão ser aumentados, e os “precários” entrar no quadro?”

Os funcionários não foram aumentados, deixaram de perder tanto e ao contrário do que sucedeu em Espanha não foram ressarcidos do que lhes foi tirado.