quinta-feira, novembro 24, 2016

Umas no cravo e outras na ferradura




 Jumento do Dia

   
Miguel Poiares Maduro, rapazola inteligente

Miguel Poiares Maduro foi em tempos apresentado como uma vedeta inteletual que ia melhora um governo onde a inteligência escasseava, papel que ele assumiu convencido de que ia ser mesmo assim. Talvez por isso ainda se sinta uma espécie de príncipe, arrogando-se o direito de pensar que todos devemos ouvir com admiração cada uma das suas patacoadas.

Dizer que o crescimento económico ocorrido em 2015 era sustentado e que vem fazer propostas estruturantes que o governo deve receber com a humildade que deve caracterizar os pobres é digno de alguém que não deve saber muito bem o que é isso do sustentado. A verdade é qu, como todas as organizações internacionais afirmara, em 2015 o governo abriu os cordões à bolsa sem qualquer critério ou orientação, permitindo, designadamente, um aumento descontrolado das famosas "gorduas do estado". O objetivo era ganhar eleições.

O crescimento económico registado em 2015 foi motivado pela procura externa e aumento do consumo interno, rigorosamente o mesmo que sucedeu este ano. Mas com duas diferenças, um contexto externo mais favorável e uma total ausência de orientação, o aumento descontrolado da despesa, financiada pela antecipação das receitas fiscais de 2016.

«“É irónico que, não estando o PSD no Governo, seja do PSD que se espere que se apresentem propostas estruturais que permitam ao país retomar a trajetória de crescimento sustentado que tinha iniciado”, disse Poiares Maduro, um dos oradores escolhidos pelos sociais-democratas para defender as propostas relacionadas com a área da descentralização. São três as áreas em que assentam as propostas do PSD: além da descentralização, há a reforma da segurança social e a economia e o investimento. Tudo matérias onde, defendem os sociais-democratas, o Governo socialista concorda que é preciso reformar.

Quase em simultâneo com o discurso do Presidente da República, que numa conferência do Jornal de Negócios na mesma manhã disse que um “centrão artificial imposto” não era a solução ideal para o país, Miguel Poiares Maduro disse que não há desculpas para o Governo não responder positivamente a estes consensos “oferecidos de bandeja”.» [Observador]

      
 Pobre Passos
   
«O Presidente da República considera que a estabilidade política e social com a atual fórmula governativa superou as expectativas e que, neste quadro, "um centrão artificial imposto na governação do país seria pouco clarificador".

Marcelo Rebelo de Sousa defendeu esta posição num discurso de cerca de 45 minutos na abertura da conferência "Que direção para Portugal e a Europa?", promovida esta quarta-feira pelo "Jornal de Negócios", no ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa.

"Neste momento, tudo o que seja configurar um centrão artificial imposto na governação do país seria pouco clarificador. O clarificador é conhecer-se exatamente aquilo que é proposto por cada uma das fórmulas governativas que no momento existem, e que podem existir e desejavelmente deveriam existir até ao fim da legislatura", afirmou.» [Expresso]
   
Parecer:

Não há dia da semana em que esta pobre alma não sofra por causa de declarações de MArcelo, até parece vingança por causa da boca do cata-vento.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
  
 No melhor pano cai a nódoa
   
«Até o patrão dos patrões portugueses. A profunda crise que abalou o sector imobiliário português, e que se reflectiu nas empresas de comércio de materiais de construção, deixou a indústria do presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), António Saraiva, à beira da falência.

"Apesar dos continuados esforços na redução de encargos", a Metalúrgica Luso-Italiana, que fabrica torneiras da marca Zenite,  registava "sistematicamente" resultados negativos. Só entre 2011 e 2014, a empresa acumulou prejuízos de 1,4 milhões de euros, para uma facturação da ordem dos 1,6 milhões de euros anuais.

No final do ano passado, lê-se no seu Processo Especial de Revitalização (PER), "o nível de endividamento atingido e a inexistência de activos desonerados priva a empresa de recorrer a novos financiamentos", retirando-lhe assim "a possibilidade de manter uma política de ‘stocks’ que lhe proporcione alguma vantagem competitiva". Por outro lado, "a exigência dos fornecedores no recebimento contra entrega ou antecipadamente torna-se cada vez mais comum", pelo que "a premente exigibilidade do reembolso dos financiamentos limitará em definitivo a tesouraria".» [Jornal de Negócios]
   
Parecer:

O sigilo fiscal protege muito boa gente.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»


 Governante oportunista
   
«Passados dois anos, há novidades na operação que investiga a concessão dos vistos gold – a Operação Labirinto. Miguel Palos, ex-diretor do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), terá facilitado e acelerado processos a amigos do então ministro da Administração Interna Miguel Macedo, apenas para agradar ao governante e travar a extinção do SEF, avança o “Diário de Notícias” esta quarta-feira.

Esta é uma das conclusões do relatório do Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) preparado para o julgamento, que está marcado para janeiro, a que o matutino teve acesso. No mesmo documento, a dedicação de Manuel Palos ao SEF é descrita como “brilhante”. Ainda assim, o IGAI, tendo em conta a sua conduta, acusa-o de ter violado vários deveres profissionais e propõe a sua suspensão por 150 dias. “O arguido era pessoa extremamente preocupada com o serviço que dirigia e com as suas funções, tendo desempenhado de forma brilhante o cargo de diretor nacional”, lê-se no relatório.» [Expresso]
   
Parecer:

A ser verdade isto significa que o ex-ministro levou o oportunismo a níveis inimagináveis e merece uma condenação pesada. Usar e abusar da hierarquia de uma instituição, levando-a a decisões à margem da lei oferecendo em troca estabilidade no funcionamento das instituições do Estado requer uma imaginação própria de alguém muito mafioso.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Aguarde-se pelo julgamento.»

 A proposta mais idiota do ano
   
«O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, desafiou o Governo a fazer um “interregno” no caminho escolhido até agora e a aprovar as propostas da bancada social-democrata ao Orçamento do Estado (OE) em torno da descentralização autárquica e da atracção do investimento. Numa intervenção perante os deputados do PSD, no Parlamento, Passos Coelho acusou o executivo de não ter a coragem de assumir um plano B no OE 2017 ao tomar medidas como as cativações permanentes e os cortes no investimento público para atingir a meta do défice. E fez o retrato da governação socialista como não tendo estratégia, vivendo a “curto prazo”, a preparar o PS e os outros partidos “para a eleição autárquica, e vivendo um ano de cada vez”.

Depois de salientar a divergência entre as previsões do Governo e os resultados obtidos, Passos Coelho lançou o desafio ao Governo de António Costa para assumir uma posição clara e viabilizar as propostas do PSD. “O que vai fazer o Governo? Vai fazer como até aqui e dizer tudo o que vem do PSD não interessa, para no dia seguinte dizer que é uma pena o PSD não estar disponível?”, questionou, no encerramento de uma reunião da bancada sobre o OE.  “Ou quer o Governo mesmo aproveitar esta oportunidade para dizer que o tempo até aqui foi um interregno, ‘agora que aliviámos um bocadinho a pressão, vamos começar a trabalhar para um rumo diferente’”, desafiou, sublinhando que as propostas do PSD “não são fechadas” e que o partido está disponível para “modelar” as medidas.» [Público]
   
Parecer:
Este primeiro-ministro no exílio acordou um ano depois e com piadas novas.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»