As últimas sondagens, produzidas pela Universidade Católica,
não trazem surpresas, a anão ser o facto de um PSD de ultra direita ainda se
encontrar acima dos 29,11%, os resultados eleitorais conseguidos por Manuela Ferreira Leite. Para um partido liderado por alguém que considera que o crescimento
deve ser conseguido em prejuízo dos grupos profissionais que detesta ou
desconsidera por motivos ideológicos é um resultado que pode ser considerado
notável.
Apesar de uma tentativa de dar um ar de seriedade na
oposição é em provável que muitos eleitores esperem pelos resultados
orçamentais e económicos de 2016. Se o governo demonstrar que é possível reduzir
o défice sem alguns portugueses e que mesmo com uma política fortemente
restritiva, que respeita o Pacto de Estabilidade, a economia cresce, a direita
ultra que tomou conta do PSD ficará sem argumentos e o Passos terá de se arrastar
até às autárquicas. Esgotado o debate do OE e superados os problemas na CGD a
direita ficará sem agenda para se afirmar e iniciará a sua travessia no
deserto. Resta-lhe embirrar com as obras de Lisboa ou com os meios comboios da
Linha Verde do metropolitano de Lisboa, mas s mesmo aí enfrenta a dificuldade
na escolha de um candidato autárquico para a capital.
O grande vencedor nestas sondagens é Paulo Portas, apesar de
estar ausente e precisamente por causa disso, revelou a inteligência que Passos
perdeu desde que Miguel Relvas o abandonou e soube ir tratar da sua vida. Se algum
dos seus na liderança do CDS estaria sempre presente, mas ao escolher Assunção
Cristas, deixou no seu lugar alguém que o fez esquecer sem subir nas sondagens.
Ninguém se lembra de Portas e a culpada da queda do CDS é do lirismo religioso
de Assunção Cristas.
Na luta eleitoral entre BE e PCP, a mais acesa desde as
últimas eleições, o BE leva a melhor, mostrando que no mundo de hoje o
marketing tem por vezes mais influência na preferência dos consumidores. Apesar
do peso do PCP no sucesso deste governo tem sido o BE a ir à árvore colher os
fruto, à frente de todos os outros e principalmente d PCP. O problema é que são
tantas as vezes que se antecipa que acaba por comer a fruta ainda verde, acabando
por descer nas sondagens.
Costa assumiu todos os riscos, fê-lo contra Seguro, fê-lo
quando o deram por derrotado nas eleições, insistiu quando lançou a geringonça,
voltou a fazê-lo nas presidências. Manteve a sua tese em relação à política
económica, Nunca hesitou em manter a sua relação com os parceiros, em segurar
Centeno ou em manter com o Presidente a melhor relação que um Presidente teve
com um primeiro-ministro em democracia. O resultado está à vista, sendo e
esperar que se avolume no fim do ano e à medida que se aproximarem as
autárquicas.