quinta-feira, novembro 10, 2016

Umas no cravo e outras na ferradura




 Jumento do Dia

   
António Domingues, presidente da CGD

A partir do momento em que se tornou óbvio que não se ia escapar à entrega da declaração de rendimentos o presidente da CGD tinha apenas duas soluções, ou entregava a solução ou se demitia. Preferiu ser confrontado com a decisão do TC, arrastando a crise por tempo indeterminado. Não é assim que os bons gestores gerem bancos.

«Doze dias depois do prazo, o Tribunal Constitucional notificou finalmente os administradores da Caixa Geral de Depósitos para que entreguem as declarações de rendimentos, confirmou ao Observador fonte oficial do TC. As notificações seguiram esta quarta-feira de manhã para os 19 administradores, incluindo o presidente António Domingues, após uma decisão tomada na terça-feira numa reunião que se prolongou até ao final do dia. Os administradores da CGD têm, a partir de agora, 30 dias para responder ou renunciar. Caso não façam uma coisa nem outra, o caso segue para o Supremo Tribunal Administrativo e os gestores incorrem na perda de mandato.

O tribunal acabou por decidir em menos de 24 horas o que tinha protelado nos últimos doze dias: a 28 de outubro tinham passado os 60 dias permitidos por lei para os gestores enviarem a declaração. Na terça-feira, os serviços ainda nem tinham, a título oficial, a composição da administração da CGD e os respetivos contactos para fazerem a notificação pessoal — como impõe a lei. Mas tudo se precipitou no final do dia de ontem e foi dada esta manhã luz verde aos serviços para fazerem as notificações. A pressão sobre o Tribunal Constitucional estava a chegar de todos os lados — incluindo o Presidente da República — e, após uma reunião que terminou no final do dia de terça-feira, os juízes conselheiros decidiram avançar para a notificação. Esta manhã, mesmo sem o ofício que a CGD costuma enviar (e não enviou desta vez, com as moradas dos novos gestores), o TC fez o contacto direto com os administradores da CGD, um procedimento diferente do que foi seguido nos últimos anos. Circunstâncias especiais, mereceram um procedimento especial. Contactada pelo Observador, a administração da CGD continua em silêncio.» [Observador]

 Quem votou naquela trampa

Não tenhamos ilusões, se fossem apenas os homens brancos sem formação e mesmo que todos estes eleitores tivesse votado em Trump o candidato republicano não teria chegado a presidente. Votaram muitos mais e nesses muitos mais estão eleitores improváveis. Muito provavelmente Trump terá ganho onde era suposto não ganhar, mas onde era evidente que Hillary iria perder.

Trump ganho nos brancos iletrados, Hillary perdeu nos latinos, nos afro-americanos, nas mulheres, nos brancos esclarecidos e nos jovens, por outras palavras, Hillary ganhou nos europeus e perdeu nos americanos.

Enfim, nada de novo, tal como o Brexit perdeu na Europa e ganhou no Reino Unido, o Cintonxit perdeu na Europa mas ganhou nos Estados Unidos.

 Onde estavam apoiantes do Trump

Até ontem ninguém apoiava Trump, hoje ligo as televisões e vejo sorrisos, os comentadores da SIC notícias que acompanhavam a comunicação de Clinton quase festejavam, José Milhazes quase não escondiam o sorriso de orelha a orelha, um outro dizia que Hillary era da mesma cavalariça que Obama. Enfim, quanto a cavalos estamos conversados.

 Pobre Trump

Vai deixar o seu luxuoso apartamento na Trump Tower, em Nova Iorque, para passar a viver numa modesta residência em Washington, ainda por cima vai ver a esposa sempre acompanhada e presa por uns rapazes espadaúdos.