Em bom português Marcelo vai a todas, representa uma espécie de presidente hiperactivo, nada, nenhum acontecimento, nenhuma homenagem, nenhuma morte em Portugal ou no estrangeiro, nada escapa ao nosso Marcelo. O George morre e o Marcelo manda condolências, o Passos fala e o Marcelo responde, a Maria Luís abre a boca e o Marcelo dá-lhe na cabeça.
Ligamos a RTP e Marcelo está de visita ao Hospital da Cruz Vermelha, passamos pela TVI e Marcelo está nas urgência do São José, fazemos zapping para a SIC e Marcelo está emborcando uma ginjinha e mais meia porque pode ter o azar de ir ao balão, ainda em que ninguém ouviu senão alguém se ofereceria para o levar de balão do Barreiro para Belém.
Vamos ao site da Presidência da República e quase ficamos cansados só de ver o que o Presidente fez, só no dia 27 promulgou um decreto, ofereceu um concerto aos responsáveis pelas misericórdias, visitou os cuidados paliativos do Hospital da Luz, mandou condolência às famílias de José Pracana e de José Silva Marques. Um dia antes tinha ido à festa de Natal do Re-Food.
Em três ou quatro dias Marcelo criou uma página de obituário nacional e internacional, entre visitas privadas e públicas foi a tantos hospitais que até parece que além de um problema hipocondria tem várias doenças graves, esteve em duas cerimónias com o pessoal das Santas Casas, bebeu umas ginjinhas e ainda teve tempo para acender uma vela. Passos Coelho até teve sorte pois numa semana menos natalícia e sem o Rui Rio a rondar, ainda teria tempo para lhe dar meia dúzia de bordoadas.
O problema é que entre unidades de cuidados paliativos, santas casas, hospitais, urgências e almas caridosas o Presidente não vai ter mãos a medir. Ir ver todos os velhinhos, beber todas as aguardentes e ginginhas tugas, visitar todas as misericórdias, manter um obituário nacional e internacional, tomar conta do Passos Coelho e da Maria Luís não é para qualquer um.
Como diria o Augusto Santos Silva vai ser um verdadeiro cavalo de corrida!