Perante a insistência de muitos militantes do PSD de Lisboa para que Passos Coelho se candidatasse à autarquia da capital a liderança deste partido respondeu dando a saber da intenção de apoiar a candidatura de Assunção Cristas. Por outras palavras, Passos Coelho não teve a coragem que tiveram António Costa, Jorge Sampaio ou Santana Lopes e preferiu atirar o seu partido para um buraco chamado Cristas. Ao não ter candidaturas a cidades como Lisboa e Porto o PSD quase estará ausente das autarcas. Passos tinha medo do resultado destas eleições e encontrou uma forma muito origina de as enfrentar, ignorando-as.
Se um teatro tivesse dificuldades financeiras no Verão de 1975 ia lá um capitão do MFA, chamava à sua presença o director-geral da Cultura, dava-lhe um raspanete e de seguida sentava as partes à mesa. O país evoluiu muito, o capitão do MFA deu lugar ao Presidente da República e o ministro aparece quase sem fôlego dizendo que tinha faltado a um compromisso na Guarda para estar ali. Esperemos agora que Marcelo intervenha em defesa do lince da Serra da Malcata, que apareça de repente junto à poluição do Alviela exigindo a presença do ministro do Ambiente ou que vá à Ilha da Culatra exigir a construção de mais um bairro de pescadores entre as dunas e a beira mar.
Em mais uma semana de frenesim marcelista o país foi avaliado pelo velho professor Marcelo e a avaliação foi óbvia, o país está muito bem, quem está mal é Passos Coelho e o PSD. Foi um dia difícil para Maria Luís Albuquerque que ouviu o Presidente dizer o contrário do que tinha dito sobre a CGD.
Jerónimo de Sousa termina a semana lembrando a geringonça que ali o líder do proletariado é ele anunciou o início de contactos para criar uma frente de esquerda e discutir a saída do euro.