O treinador do SCP designou as suas máquinas futebolísticas por Ferraris e questionou se o seu herdeiro no SLB teria unhas para conduzir o bólide que lhe deixou de herança. Mais ou menos pela mesma altura a direita designou o governo de maioria parlamentar por Geringonça e apostou que iria gripar ainda antes de crescerem as unhas a António Costa.
Passado um ano e apesar de se saber que nem as sondagens contam, nem há campeões de Inverno, constata-se que o treinador do Benfica parece ter unhas para Ferraris alheios enquanto a Geringonça parece estar bem oleada. Pelo contrário, a máquina do PSD parece ter gripado e só se ouvem rateres por todo o lado, enquanto o treinado do SCP conduz o seu calhambeque como pode, com esperança de não ser despedido antes do Natal.
2016 foi um ano dramático para a bola e a política. Na bola Jorge Jesus bateu todos os recordes, jogou melhor, foi o melhor treinador, mas perdeu o campeonato, na política Passos Coelho assegura que ganhou as eleições mas perdeu o parlamento, um esqueceu-se que a Liga de Futebol não é um concurso de beleza, o outro confundiu as eleições parlamentares com uma corrida de corta-mato, ambos ganharam o que dizem ter ganho e perderam o que queriam ganhar.
Chegados ao final de Dezembro o Pai Natal já meteu no sapatinho do Passos Coelho uma derrota eleitoral nas autárquicas e um ano de 2017 longo e penoso. No sapatinho de Jorge Jesus já lá estão oito pontos de atraso, que mais logo poderão ser onze. Passos Coelho bem pode dizer que não olha para as sondagens e Jesus pode assegurar ao Mustafa da Juve Leo que vai ser campeão que já ninguém acredita.
São cada vez menos os independentes que se deixam fotografar ao lado de Passos Coelho, como se o líder do PSD tivesse sarna, e são cada vez mais os sportinguistas que vão ao estádio devidamente equipados com um lenço branco no bolso, não vá a coisa correr mal. A Geringonça surpreendeu e o Ferrari parece não conhecer donos.