domingo, dezembro 04, 2016

Umas no cravo e outras na ferradura




 Jumento do Dia

   
Alberto João Jardim

Pobre Alberto João, quase desapareceu e agora tem de recorrer a bocas sobre o Benfica para ter uma pequena notícia na comunicação social, como vão longe os tempos em que até se armava em pré-candidato a presidenciais ou do PSD. Agora é pouco mais do que uma alma penada da vidda política portuguesa.

«Falando à comunicação social, o ex-presidente do governo regional da Madeira sublinhou que o conjunto insular “não é obrigado a vencer o Benfica”, ainda que ressalve que “tudo é possível”.

“O Marítimo é uma nação e o Benfica um clube de bairro”, atirou. Quanto à cerimónia, onde também estarão presentes Fernando Gomes e Fernando Santos, em representação da Federação Portuguesa de Futebol, o antigo governante considerou ser “um orgulho para todos os maritimistas e madeirenses”.» [Notícias ao Minuto]

 Um ponto a favor do Paulo Macedo

Não são apenas os negócios desastrosos que têm vindo a público que afundaram a CGD, há sintomas que apontam para uma doença bem mais grave na CGD e pensar que a corrupção ética se revela apenas no topo da hierarquia seria ingenuidade.

Pelo pouco que tenho conhecido a CGD tornou-se num banco ao melhor estilo soviético, é uma instituição que serviu para tudo, desde negócios duvidosos a eleição de autarcas. 

Paulo Macedo tem uma abordagem diferente do negócio e se tem muitos defeitos, há um que não tem, não é corrupto e não está vinculado às estruturas locais dos partidos, o que combinando com a situação difícil do banco lhe dá mãos livres para limpar o banco. Isto se não fizer a mesma opção que fez na DGCI, onde manteve todas as hierarquias, os chefes ajudavam-no e ele garantia-lhes o lugar.

Na CGD não há apenas negócios que correram mal ou consequências perversas da crise financeira, há muito dinheiro perdido em créditos concedidos para negócios que já se sabia que iam correr mal e os responsáveis por estas decisões não foram vítimas de alguma crise de generosidade. Este é um filão imenso para Paulo Macedo explorar e mostrar resultados a curto prazo, até porque enquanto ex-administrador do BCP sabe muito bem o que por aí vai no submundo do negócio da banca.


      
 Papá babado
   
«O secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Pedro Nuno Santos, foi pai pela primeira vez na última quinta-feira. E resolveu tirar a licença de paternidade, conforme a lei define. Assim sendo, quem se vai sentar na bancada do Governo na Assembleia da República é Mariana Vieira da Silva, a secretária de Estado Adjunta do primeiro-ministro, confirmou o PÚBLICO.

Nem seria notícia não fosse uma raridade. É raro que as figuras de primeira linha dos governos assumam as respectivas licenças de paternidade ou maternidade. A última vez que o assunto veio à baila foi com Assunção Cristas, então ministra da Agricultura do Governo de Passos Coelho – e ainda não líder do CDS. “Os vários senhores secretários de Estado são sempre competentes para assegurar qualquer substituição, portanto não há sequer um problema em relação a essa matéria”, disse Cristas na altura.

Pedro Nuno Santos é um dos homens de confiança de António Costa, sendo o elo de ligação entre o Governo e os grupos parlamentares do Bloco e do PCP, que dão apoio parlamentar ao Governo.» [Público]
   
Parecer:

É bom ver governantes a terem um comportamento normal.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Desejem-felicidades à família.»
  
 Afinal, foram convidados ou não?
   
«O líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, afirmou, esta sexta-feira, que o seu grupo parlamentar não foi convidado para marcar presença na cerimónia de comemoração do 1.º de Dezembro — daí a ausência nas comemorações que se realizaram na Praça dos Restauradores, em Lisboa.

“Não fomos convidados. O grupo parlamentar do PSD não recebeu nenhum convite”, afirmou Luís Montenegro, sobre as comemorações de um dos feriados repostos pelo Governo Socialista de António Costa.

À entrada para a sessão de tomada de posse dos órgãos concelhios do PSD de Vouzela, Luís Montenegro sublinhou que “hoje em dia” é muito fácil criticar a suspensão de feriados levada a cabo pelo Governo PSD/CDS-PP, aludindo à critica feita esta quinta-feira pelo Presidente da República.» [Observador]
   
Parecer:

Pelos vistos a Assunção Cristas apareceu sem convite e lá lhe emprestaram uma cadeirinha.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a esse Monte não sei do que se acha mesmo que os portugueses são lorpas ou se não estará a sofrer de uma disfuncionalidade qualquer, mesmo que temporária.»

 Opus Dei lança opa a custo zero à banca portuguesa
   
«Historicamente ligado à maçonaria, o Montepio registou, ontem, uma viragem: pela primeira vez foi nomeado presidente do banco alguém "muito próximo" do Opus Dei, uma organização da igreja cristã com quem a maçonaria mantém, há centenas de anos, uma espécie de guerra nas sombras da sociedade. A escolha de José Félix Morgado para liderar a Caixa Económica - nomeação confirmada, ontem, durante uma assembleia geral - está a provocar um intenso debate em algumas lojas maçónicas, segundo testemunhos recolhidos pelo DN.

Segundo uma fonte próxima do gestor, ex-presidente da Inapa, José Félix Morgado não será numerário nem supranumerário do Opus Dei, como são designados os membros da organização. Porém, "faz parte de um grupo de católicos muito próximos" da Obra de Deus, fundada em 1928 pelo padre espanhol Josemaría Escrivá de Balaguer e posteriormente reconhecida e integrada na Igreja de Roma. Para muitos, a Obra de Deus (tradução de Opus Dei) é "igreja dentro da Igreja", até porque é a única prelazia pessoal reconhecida pelo Vaticano. Em Portugal, contará com um pouco mais de 1500 membros. No país, tal como no resto do mundo, a esmagadora maioria dos seus membros mantém-se no anonimato, ainda que, tal como os maçons, prefiram dizer que não são secretos, mas sim discretos.» [DN]
   
Parecer:

Perdeu influência no BCP onde os seus homens levaram o banco quase à ruína, agora e de uma penada toma conta da CGD e do Montepio.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Reze-se para que o que resta da banca portuguesa não se tranforme no banco Josemaria Escrivá de Balaguer.»

 Não a querem vestir
   
«Um dos estilistas mais requisitados da indústria de moda norte-americana já fez saber que não está interessado em vestir a próxima primeira-dama dos EUA, Melania Trump. Esta é, aliás, a segunda vez que Tom Ford se recusa a prestar serviço à mulher de Donald Trump, uma vez que ela não representa o seu estilo.

"Pediram-me que a vestisse há alguns anos e eu recusei. Ela não é, necessariamente, a minha imagem", explicou no programa de televisão The View. Pressionado, o estilista disse ainda que as suas roupas são "demasiado caras" para uma primeira-dama usar, já que esta deve aproximar-se do povo norte-americano.» [DN]
   
Parecer:

Convenhamos que a senhora já teve mais graça despida.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»

 Maldita raspadinha
   
«Na acusação deduzida há cerca de um mês, o Ministério Público (MP) observa que o arguido atravessava "graves dificuldades económicas" que eram fruto, também, da sua "dependência do jogo".

O militar, de 50 anos, não ostenta sinais de riqueza e, perante a Polícia Judiciária do Centro, confessou tudo e justificou-se com o vício de jogar na raspadinha. Um problema que seria invocado pelo Ministério Público, quando este acusou o arguido de crimes continuados de peculato, falsificação e subtração de documento, mas defendeu que lhe seja aplicada uma pena de prisão não superior a cinco anos e remeteu o julgamento para um tribunal singular (de um único juiz).» [JN]
   
Parecer:

Há um problema muito sério em Portugal com o vício da raspadinhas, mas como o lucro é da Santa Casa todos fazem de conta que desconhecem o fenómeno.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Aborde-se o problema.»

 Corrupção com barbas brancas
   
«O esquema de corrupção nas messes da Força Aérea investigado pela Polícia Judiciária dura há mais de 30 anos. Pelo menos esta foi a informação recolhida pela investigação da Operação Zeus junto de um sargento da Base Aérea de Sintra que, ao telefone, terá confidenciado com o seu interlocutor os contornos do esquema de sobrefaturação de compras e posterior distribuição de comissões pelos militares envolvidos. O mesmo sargento terá adiantado ainda estar envolvido no esquema e que, por essa razão, até tinha pedido para não ser transferido.

Este é um dos dados que consta da Operação Zeus, processo que no início do mês levou à detenção de seis militares da Força Aérea e que envolve mais de 40 suspeitos, e que foi transmitido aos arguidos pelo juiz de instrução que os interrogou. No despacho, o juiz declarou que o esquema de sobrefaturação nas messes "tem-se revelado universal" a quase todas as bases do país, com a exceção de Ovar e Açores, sendo que os principais militares envolvidos no esquema já tinham manifestado "preocupação" pelo facto de os responsáveis daquelas duas bases da Força Aérea não terem aderido, uma vez que isso poderia trazer problemas, caso o valor das compras de alimentos fosse comparado.» [DN]
   
Parecer:

Há muito que a anedota do sargento que enriquece na cozinha não é anedota.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Lamente-se.»

 Não seria melhor uma repartição no Alto de São João
   
«A Autoridade Tributária (AT) avisava que havia dívidas por regularizar e ameaçava com penhoras. A família, que mora em Lisboa, estranhou: a idosa era viúva há vários anos, não era de se endividar e nunca trabalhou fora de casa.

A notificação foi remetida para o email do neto. Era Bernardino Almeida quem costumava fazer o IRS da avó e associou o seu endereço ao "perfil" de Maria José no portal da Autoridade Tributária. "Da consulta ao sistema informático da AT foi detetada a existência de dívidas relativamente reduzidas, resultantes do não pagamento dessas importâncias, dentro do prazo legal", começam por dizer os emails, assinados pelo "chefe de Finanças".» [JN]
   
Parecer:

Ainda lhe vão penhorar o caixão, se é que consta no cadastro do património imobiliário a título de residência permanente.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
  
 Ideia peregrina
   
«A dívida pública portuguesa deve ser transferida para o “direito português” de modo a que “seja paga não em euros mas em escudos”, defendeu Carlos Carvalhas ao intervir este sábado no XX Congresso do PCP, em Almada. Uma posição que pressupõe uma outra premissa do discurso do PCP sobre a política financeira, a preparação da saída do euro, aspecto que não foi referido pelo ex-secretário-geral. Mas Carvalhas deu um passo em frente na assunção explícita de que Portugal deve abandonar a moeda única, como forma de recuperar a sua "soberania monetária".

Centrando-se na abordagem da posição do PCP sobre a renegociação da dívida, Carlos Carvalhas perguntou: “Quantos mais anos serão necessários para se retirar as devidas ilações?” Isto depois de ter defendido que Portugal vive uma “soberania limitada” e uma “asfixia” económica pela imposição do “garrote da dívida”. E sustentou que, “tendo perdido a soberania monetária”, Portugal está “nas mãos do BCE”.» [Público]
   
Parecer:

Por algum motivo o Carvalhas nunca foi candidato  Nobel de Economia e de coisa nenhuma. Paga-se a dívida em escudos, volta-se a pedir outro tanto em euros e no fim volta a pagar-se em escudos, terminado o processo declara-se a República Democrática e Socialista de Portugal e muda-se o nome da capital para La Habana 2.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Sorria-se de forma condescendente.»