Desde o Verão que Passos Coelho parece o bruxo de Massamá, todas as suas intervenções parecem evidenciar uma grande capacidade de adivinhação. Sem ideias e sem programa Passos limita-se a uma estratégia de guerrilha, para isso actua em função da informação que consegue obter.
Em Agosto julgava saber que ia haver uma desgraça e anunciou o Diabo para Setembro. Foi o que se viu, o diabo não apareceu e Passos caiu no ridículo. Durante algumas semanas os deputados do PSD bem tentaram encontrar esqueletos escondidos no armário, mas tiveram azar. Ainda tiveram momento de ânimo proporcionados pelas intervenções de Teodora Cardoso, mas esta semana o FMI pôs fim às esperanças de em vez de um menino Jesus o presépio deste ano ter um diabinho na manjedoura.
No caso da CGD ficou também evidente que Passos Coelho parecia saber algo mais sobre um eventual acordo entre o governo e a administração para que não fosse cumprida a lei, no que toca à apresentação das declarações de rendimentos. Toda a estratégia suicida de Passos Coelho tinha por pressuposto que Passos sabia que tinha matéria para confrontar o governo.
O último caso ocorreu também com a CDG, ao sugerir que o plano de recapitalização do banco não estava aprovado o líder do PSD voltou a ter uma estratégia de guerrilha desenhada tendo por base supostas informações conseguidas por Passos Coelho.
São três situações que mostram um líder sem norte que vive de dicas que os amigos do partido lhe vão dando. Mostra um político pouco sério que em vez de debater as propostas com frontalidade opta pelo lado mais sujo da política, recorre a informação obtida por militantes sem escrúpulos para tentar dar golpes baixos no governo.