quarta-feira, dezembro 21, 2016

Umas no cravo e outras na ferradura




 Jumento do Dia

   
Juiz Mário Alexandre

A entrevista do juiz de instrução ao Expresso foi um momento pouco digno para a justiça portuguesa, mas já se sabia que o magistrado dificilmente teria de se explicar. A sua figura tem algum apoio junto de alguns sectores da população e do jornalismo, e, apesar de tudo, o lóbi dos Magistrados viria em sua defesa. desta vez o magistrado escapou-se, ainda que tenha partido uma asa.

Resta-nos esperar que os juízes passem a ter critérios tão tolerantes ciomo os do CSM para com os arguidos que julgam por delitos de opinião e que outros magistrados não decidam ser vedetas televisivas usando essa mesma tolerância.

«O Conselho Superior da Magistratura decidiu nesta terça-feira arquivar um inquérito que tinha sido aberto na sequência de declarações proferidas pelo juiz Carlos Alexandre numa entrevista à estação televisiva SIC.

A deliberação dividiu, porém, os membros do conselho, que não são todos juízes: foram sete os membros que se manifestaram contra o arquivamento, tendo apenas oito votado a favor. “Pese embora sendo pouco felizes algumas dessas declarações, não se revestem de relevância disciplinar”, refere uma nota informativa deste órgão que tutela os magistrados judiciais.

A abertura do inquérito surgiu na sequência de uma queixa do antigo primeiro-ministro José Sócrates contra o magistrado do Tribunal Central de Instrução Criminal. Carlos Alexandre disse na entrevista, emitida no início de Setembro passado, que não tinha amigos ricos, o que foi visto por muitos como uma referência à Operação Marquês, que tem como figura central precisamente o antigo líder do PS.» [Público]

      
 Hillary perseguida pela infedilidade
   
«Foi no estado de Washington que houve mais democratas a não votar em Hillary, com quatro dos 12 eleitores a escolherem outros candidatos. Destes, três votaram em Colin Powell, antigo secretário de Estado republicano. Um outro voto foi para Faith Spotted Eagle, uma idosa nativa-americana que tem sido uma voz ativa contra a instalação de oleodutos no Dakota. A ideia destes democratas era, ao votar no republicano Colin Powell, encontrar um ponto de consenso entre os dois partidos que pudesse evitar a eleição de Trump, já que a derrota de Hillary era garantida. Ouvido pela Reuters, o eleitor Bret Chiafalo, que votou em Colin Powell, sublinhou que os Pais Fundadores [nome dado aos líderes que assinaram a declaração de independência dos EUA no século XVIII] “disseram que o Colégio Eleitoral não serviria para eleger um demagogo, não serviria para eleger alguém influenciado por potências estrangeiras e não serviria para eleger alguém que não está preparado para o cargo. Trump falha nos três, ao contrário de todos os candidatos que já vimos na história americana”.

Clinton teve cinco votos democratas contra si, mas teria tido mais se não fossem as leis de alguns estados que impedem os eleitores de votarem contra o partido. Mas não foi por falta de tentativas. David Bright, eleitor democrata no estado do Maine, ainda tentou votar em Bernie Sanders, mas o voto foi rejeitado, acabando por ter de votar em Clinton. No Havai, um eleitor conseguiu mesmo votar em Sanders, apesar da lei que obriga os membros do Colégio a votar no vencedor do seu partido. No estado do Colorado, Michael Baca, um dos eleitores democratas por aquele estado, tentou votar em John Kasic, mas foi substituído por outro eleitor na sequência do seu acto. Por fim, no Minnesota, um eleitor que anunciou que não queria votar em Hillary Clinton acabou por ter de pedir a dispensa antes da eleição.» [Observador]
   
Parecer:

Coitada.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
  
 Eliminar as propinas
   
«O Bloco de Esquerda quer recomendar ao Governo que crie um plano para acabar com as propinas no Ensino Superior em três anos. O projeto de resolução entrou na semana passada na Assembleia da República e, de acordo com o Diário de Notícias, terá apoios dentro da bancada socialista — pelo menos para que as propinas sejam reduzidas gradualmente.

Na edição desta terça-feira, o jornal adianta que o PS não antecipa o sentido de voto do projeto de resolução que o BE apresentou, mas que a intenção de acabar com as propinas no Ensino Superior não passa ao lado dos socialistas, nomeadamente da JS. O fim das propinas era defendido pelo secretário-geral da Juventude Socialista que foi substituído no último fim-de-semana, João Torres, e mantém-se como uma exigência do novo líder, Ivan Gonçalves. Está inclusivamente previsto que se caminhe nesse sentido, na moção que aprovou no Congresso .

Em declarações ao DN, Ivan Gonçalves admite que “este não é um objetivo que se possa alcançar nos próximos anos” e fala em “começar a pensar em reduções graduais“, mas que “o caminho, para já, é o congelamento”. O jornal cita também o deputado Alexandre Quintanilha, da comissão parlamentar de Educação, a dizer que “apesar de as propinas não serem a parte mais importante do financiamento das universidades, só representam perto de 30%, é óbvio que todos nós desejaríamos que essa componente no financiamento do ensino superior pudesse ser reduzida“» [Observador]
   
Parecer:

É uma medida peregrina pois quem mais gasta no ensino superior são so que são empurrados para as universidades privadas e uma boa parte desses têm menos recursos do que os que estudam nas universidades públicas.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «lamente-se a falta de seriedade com que este debate é feito.»

 O PSD é a favor de alguma coisa
   
«O PSD já reagiu à solução apresentada pelo primeiro-ministro António Costa para os lesados do BES. O deputado social-democrata Duarte Pacheco começou por anunciar que o PSD vai requerer ao Governo que envie à Assembleia da República toda a informação sobre este compromisso, por recear que tenha sido divulgada “apenas parte da verdade”.

Com a informação de que o PSD dispõe, Duarte Pacheco teme que acabem por ser os contribuintes a pagar, porque é isso que tem acontecido sistematicamente. “Se a solução foi encontrada sem pôr os contribuintes a pagar, excelente. Se os contribuintes, na primeira linha ou numa segunda linha, vierem a ser chamados a pagar, foi um mau compromisso”, declarou Duarte Pacheco aos jornalistas, no Parlamento.» [Observador]
   
Parecer:

O mundo está de pernas para o ar, a direita castiga o capital e é a gerigonça que defende os investidores.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Avalie-se a decisão.»