Com António Costa no governo e Marcelo na Presidência da República este ritmo foi alterado, Costa e Marcelo praticam o fim de semana inglês, Assunção Cristas dedica o sábado e domingo às suas obrigações religiosas e familiares e é Passos Coelho que reaparece quando os outros se retiram, para chamar a si os holofotes da comunicação social.
Houve um tempo em que Passos alinhava com Costa, este fazia de primeiro-ministro em exercício e o líder do PSD ou fazia de morto ou assumia uma agenda paralela à de António Costa para promover a sua pantomina do primeiro-ministro no exílio. Com o falhanço desta estratégia e depois de vários ensaios o líder do PSD voltou a querer aparecer como líder da oposição.
Mas tinha perdido espaço e depois de um ano sem propostas perdeu também credibilidade, o que se tornou evidente nas sondagens. Resta-lhe agora voltar aos truques típicos de um jota, conseguir espaço na comunicação social e recorrer a estratégias de guerrilha. Como o governo entra em regime de descanso a partir do almoço de sábado Passos tem agora uma agenda que se concentra no sábado à tarde e no domingo, ganhando tempo de antena e promovendo o debate centrado nas suas posições nos primeiros dias da semana, quando os jornalistas andam nos caixões em busca de matéria para encher os jornais.
Resta agora perceber se os portugueses estão interessados em saber que carta tira Passos da manga em cada sábado ou se preferem sem especialistas em avaliação de grandes penalidades. A verdade é que poucos sabem que Passos esteve algures passando a mensagem do político construtivo, o seu último "widget", o que importa é saber se a grande penalidade ocorreu quando a bola bateu na mão esquerda ou se quando resvalou para a mão direita de Pizi.
Longe vão os tempos do Passos dedicado à família, quando andava de xanatas na Manta Rota enquanto o BdP desmontava o BES, ou quando acompanhava a esposa à feira dos canitos de Cascais.