Pode
dizer-se que o governo de Passos Coelho duas fases, a do verde e a do maduro,
resta-nos esperar que mais dia, menos dia salte a rolha ao povo português para que
o governo entre na fase do espumante.
A
fase verde foi a do académico Relvas, um académico recauchutado que nem deve
fazer ideia de onde fica Yale, algo que o primeiro-ministro, que ele próprio
inventou, também não deverá saber, enfim, como diria o outro quem sai aos seus
não degenera. A verdade é que a fase verde foi a fase do sucesso, o ministro
tinha uma licenciatura comprada na loja do chinês, os assessores eram bloggers
e o facto é que foi um tempo de sucesso. Apesar disso tudo corria bem, os três
estarolas da troika não tinham mãos a medir com os convites para dizerem
baboseiras em seminários, os gregos roíam-se de inveja, o Durão Barroso sentia que
tinha pago a dívida ao país, as exportações iam de vento pela popa, o Gaspar já
se imaginava a ser convidado para ensinar em Harvard.
A
fase do verde do Relvas acabou da pior forma, correram com o Relvas, os desvios
colossais do melhor aluno da turma emparelharam Portugal com a Grécia, o Sócrates
voltou, Cavaco auto-promoveu-se a presidente de iniciativa governamental, foram
só desgraças.
Passos
Coelho achou que o problema estava no verde e mudou-se para o maduro, da Lusófona
para Yale, da conversa de taberna para discursos de fino recorte, ainda que um
pouco repetitivos na linguagem. O Relva deu lugar ao Maduro, um maduro mais
frutado e florido, jovem e com perfumes delicados, um verdadeiro néctar dos
deuses.
Só
que o Maduro teve azar, as desgraças sucederam-se, nada lhe tem corrido bem.
Naturalmente, o Maduro descobriu que tudo está a correr às mil maravilhas, o
problema é que os portugueses não são tão brilhantes quanto ele e não conseguem
analisar a realidade, em vez de cantar o Grândola ao Passos Coelho deviam
cantar-lhe os parabéns a você em sinal de gratidão.
A
partir de agora os portugueses vão ter meia hora de espectáculo comunicacional
dado pelo auxiliar do Maduro. É uma pena que tenha chegado com uns dias de
atraso, teria sido muito interessante ver o que ele teria a dizer sobre a
eventual redução do IRS. Mas oportunidades não lhe vão faltar, veremos como vai
explicar melhor as intervenções de Paulo Portas como vai corrigir o Rosalino
quando este disse que vai despedir em vez de dizer que vai requalificar os
funcionários.
Oportunidades
para o Lomba falar não vão faltar, o único problema é saber o que é que ele vai
dizer na primeira metade da semana, este país produz tão poucas novidades que só
a meio da semana começam a ouvir-se notícias. Será que o Lomba vai ocupar as
meias horas dos briefings diários a contar anedotas, ou optará por nos
proporcionar espectáculos de striptease com barra e tudo?