sexta-feira, junho 28, 2013

Umas no cravo e outras na ferradura


 
   Foto Jumento
 
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Praia do Cabeço, Castro Marim
 
 Os bem comportadinhos

O governo anda a tentar fazer passar a mensagem de que uma redução do IRS só será viável se os "portugueses" apoiarem a reforma do Estado e como a única medida dessa reforma é o despedimento de funcionários públicos isso significa que os portugueses de primeira só enriquecerão se apoiarem o despedimento dessas ratazanas despesistas que são os funcionários públicos.

Mas mais por receio do ridículo do que por vergonha na cara cada governante diz a mesma coisa mas os rodeios lançam a confusão. O Portas propõe, o secretário de Estado teoriza, o Gaspar admite e o Passos fica espantado. No fim, passou a mensagem, ajudem-nos a meter os funcionários nos vagões e depois podem ficar-lhes comas casas, os carros, os ordenados. Bem, não é assim, desta forma sucedeu na Alemanha nazi, por cá só sugerem que uma parte do vencimento dos funcionários públicos que forem despedidos será distribuído pelos portugueses de primeira.

A confusão é tanta que ninguém deu a devida importância à ideia do Gaspar, para o ministro poderá haver uma redução do IRS mas apenas para os contribuintes cumpridores. Isto é, já havia portugueses de primeira e de segunda, agora entre os de primeira distinguem-se entre cumpridores e não cumpridores, cidadãos de primeira exemplares e cidadãos de primeira de segunda.

Resta agora saber o que são cidadãos cumpridores e como serão marcados para que possam beneficiar da sua parte nos vencimentos dos funcionários públicos despedidos e convidados a juntarem-se à fila dos que fogem de Portugal. Digamos que estão cheios de sorte, dantes seriam transportados em vagões de gado. O problema é que neste momento nem, disso já temos.

 Os portugueses não são todos iguais
 
Há os que trabalham no sector privado e os que são despesa no sector público, há os que trabalham e os que fazem greve, há os que têm emprego e os que devem abandonar o país, há os jovens e os velhos que só dão despesa, há os bem comportados e os não cumpridores. Para este governo há portugueses de primeira, de segunda, de terceira e de quarta.