O Maduro acreditou nalguns comentadores que sendo antigos líderes do PSD evitam dizer que Passos Coelho e os seus ministros são incompetentes, em vez disso dizem que o problema do governo está na comunicação. Ora, o nosso Maduro é um prestigiado académico e descobriu que por cá somos todos parvos, a partir de agora isto é à americana e todos os dias vai haver show governamental. Num país onde os jornais se arratam até quarta-feira vamos ver o que o Maduro tem a dizer à segunda e à terça.
António Costa é um político com alguma sorte, como é costume a direita não luta por valores mas apenas pelo poder e quando este não está ao seu alcance concorre com personagens como o Mestre Seara. Ainda por cima a candidata suplente é ainda pior do que o candidato contratado nos restos de colecção de Sintra. Como se isto não bastasse Lisboa não tem um candidato de direita a lutar pela autarquia, a apresentar argumentos para convencer os portugueses de que o Seara é mesmo alguém credível, em vez disso o Seara procura argumentos em favor de uma teses estapafúrdia, a de que a limitação de mandatos permite que, em limite, qualquer autarca pudesse exercer unas largas centenas de mandatos, um por cada autarquia portuguesa. Lá que o PSD escolha o Seara para que os lisboetas gozem dele, mas ser o Seara a gozar com os lisboetas já é demais.
Crato achou que uma greve em dia de exames lhe trazia vantagens numa luta ideológica contra os sindicatos, de um lado um ministro ao lado das famílias e dos jovens, do outro um sindicato que põe os interesses corporativos acima do futuro dos jovens e do pais. Talvez os comentadores contratados, os movimentos da extrema direita, os abades reformados e as velhinhas beatas concordem com o ministro, mas a maioria dos portugueses tem formação política suficiente para não debater estas questões como se estivéssemos nos primórdios do Estado Novo. Do ministro da Educação, um político estagiado na extrema-esquerda, esperava-se melhor argumentação do que a dos livros da Mocidade Portuguesa e um combate político frontal sem recurso a manobras de propaganda duvidosa e golpes baixos como a da divulgação de que foram feitas propostas aos sindicatos que, ao que parece, ninguém ouviu.
Mais uma vez Passos Coelho e Cavaco Silva fizeram a vontade ao Gasparoika, o senhor das troikas, o ministro não gostou que o obrigassem a pagar subsídios e vingou-se, levam os subsídios mas só quando ele quiser. Só que o governo é incompetente e quando deram por ela não havia outra lei senão a que se encontrava em vigor, apenas restava a Gaspar forçar a Administração Central a desrespeitar a legislação, já que o mesmo não podia fazer, por exemplo, em relação às autarquias. Mas teve uma preciosa ajuda, o nosso presidente que parece andar a concorrer com o Lucky Luke e já puxa da esferográfica mais depressa que a própria sombra, aderiu ao Simplex, numa estranha homenagem a um filho pródigo chamado Sócrates, e promulgou a lei do Gasparoika em menos de um ápice. Como diria Cavaco Silva, manda quem pode e obedece quem deve, ou na versão dona Maria, no país manda o Cavaco e no Cavaco manda o Gasparoika.