A política económica deste governo assenta nalguns pressupostos:
- A ideologia: as medidas resultam de pressupostos ideológicos e não tem fundamento na teoria económica.
- O preconceito: as medidas são adoptadas em função dos preconceitos e ódios pessoais do primeiro-ministro e do seu ministro das Finanças.
- A mentira: as medidas são sempre o contrário das anunciadas, começa-se por sugerir uma coisa para depois se inventar um desastre para justificar outra.
- O ódio: quem manda no governo tem um ódio ao Estado e à Função Pública, um ódio que ultrapassa o que seria de esperar de preconceitos liberais.
A intenção inicial de Passos e Gaspar sempre foi sacrificar a Função Pública e usar o sacrifício desta como argumento para impor aos trabalhadores por conta de outrem uma redução de salários e de direitos. Por isso se começou por cortar os subsídios aos funcionários públicos e uma suposta aproximação do regime laboral. A propaganda centrou-se na ideia de que os funcionários públicos ganhavam em média mais do que os do sector privado.
Se tudo tivesse corrido bem o governo já estaria a tratar do crescimento e a preparar tranquilamente o ciclo eleitoral que se iniciará com as autárquicas e terminará com as presidenciais. Mas a incompetência foi muita, o Gasparoika lançou o país da recessão, o desemprego disparou, a receita fiscal colapsou e as despesas com os desempregados aumentaram. Ainda por cima o povo opôs-se ao golpe da TSU e o Tribunal Constitucional baralhou as contas ao orçamento.
Qual a solução encontrada por Passos e Gaspar? A mesma, se não lhes pode reduzir os salário a metade então despedem-se metade e põe-se os restantes a trabalhar o dobre. Inspiraram-se nos portões de Auschwitz (O trabalho liberta) e designaram o programa de desempregados estagiários por requalificação. Os funcionários públicos ficam durante um ano a ganhar metade e terminado este ano são despedidos sem quaisquer direitos. Mas que grande requalificação!
Mais uma vez a fundamentação revela um ódio do foro psiquiátrico ao Estado e aos funcionários públicos, corta-se uma brutalidade e diz-se aos portugueses que fiquem descansados, este cortes só se aplica aos outros “gajos”, a essa gente que não é portuguesa e trabalha no Estado. Mais uma vez ignora-se o efeito recessivo da medida, são tão burros que não aprenderam a lição.
Vão falhar outra vez, mas ao desemprego e à destruição das empresas acrescenta-se agora a destruição de muitos serviços públicos. Graças a esta troika formada por Cavaco Silva, Vítor Gaspar e Passos Coelho o país caminha para o colapso e ninguém sabe como isto vai acabar.