Este fim-de-semana ficou marcado por duas grandes transformações
ocorridas no homem de Massamá, deixou de se estar lixando para eleições e
atirou-se às eleições autárquicas na única região do país onde tem menos medo
de aparecer em público, na sua terra adoptiva e, mesmo assim, só depois de o
papá ter preparado a recepção com uma entrevista ao jornal “i”. Ao mesmo tempo
que promovias iniciativas locais armou-se no grande modernizador, acabou com
burocracias e lançou uma barragem questionável em pleno parque do Montesinho,
prometeu relançar o túnel do Marão e disse que a reforma do Estado avançaria, O
problema é que levou longe demais a confusão entre o governante e o líder do
PSD, usou os recursos do Estado na sua campanha partidária.
Paulo Portas adoptou a sua nova versão, já não é o líder da
direita ou o liberal que odeia o Estado, agora é um democrata cristão desde
pequenino e os seus discursos já não têm pronuncia de tia de Cascais nem usa o
chapéu de palha como adereço, agora fala como se estivesse fazendo uma homilia
para apelar aos professores para que não façam greve. A lógica de Portas é a
velha lógica fascista, há sempre um grande motivo nacional para que os
trabalhadores se sujeitem a tudo e não façam greve. Da intervenção de Portas
ficou apenas uma dúvida se anda a dormir mal e são as olheiras que se afundam
ou se usou botox para aumentar as maçãs do rosto.
O governo demitiu os gestores dos swuaps, mas esqueceu-se de
um pormenor, não demitiu a sua secretária de Estado do Tesouro, uma velha
companheira de Pedro Passos Coelho, que parece ter feito negócios com swaps
menos tóxicas.
Isto de ser independente pode ter alguns inconvenientes,
pode-se ser convidado para iniciativas da oposição ou, quem sabe, abichar um
qualquer tacho governamental. Com o governo em queda o melhor é apostar na
oposição e para o fazer nada melhor do que um jantar de campanha autárquico. O
azar é quando de forma inesperada se é convidado uns dias depois para secretário
de Estado. A melhor desculpa que o Lomba arranjou foi a mais ridícula, estava
no jantar por engano. Enfim, foi roubar galinhas mas ficou à porta do
galinheiro.
A OLAF, unidade anti-fraude da Comissão Europeia, vai
investigar a empresa dos amigos Miguel Relvas e Passos Coelho. O
primeiro-ministro está tranquilo, foi tão mau gestor que a empresa não
conseguiu fazer nada e foi à falência.
A administração da CGD está em mudança, saem os boys e
entram os Gasparoys.