domingo, novembro 15, 2015

Umas no cravo e outras na ferradura

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Torre de Belém (Fernando Medina)



  
 Jumento do dia
    
João Duque, economista do ISEG

Tenho por  João Duque uma grande estima pessoal, é boa pessoa e de um ponto de vista humano só posso dizer bem dele, talvez por isso foram poucas as vezes que aqui o critiquei. Mas desta vez vou fazê-lo e não pelas muitas declarações que fez em apoio de um governo e de uma política execráveis. Critico-o porque usa sistematicamente o seu estatuto de economista, que o é como tal me mereça consideração, ainda que raramente se tenha pronunciado na sua área de especialização.

Um economista quando fala de economista deve ter a seriedade de um médico a falar de medicina, deve ser rigoroso, repeitar a  verdade e opinar de forma honesta. Acontece que João Duque usa o estatuto de economista para falar de política e muito dos que pensam ler o economista não percebem que a sua linguagem tem o rigor de um político que visa levar a água ao seu moinho.

Na sua coluna no Expresso João Duque destila demagogia, lê o que não está escrito, distorce o que se disse, manipula as palavras para exagerar e dar uma imagem que não correspondem à verdade. O que pretende João Duque? Pretende a desconfiança dos mercados que pode conduzir à bancarrota e à falência do sistema financeiro? Como economista ele sabe que a campanha de desconfiança em que participa é a isso que pode conduzir.

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 Estado Islâmico

A NATO, a Turquia, Israel e a Arábia Saudita criaram um monstro, um monstro que ignora a existência de Israel apesar de actuar nas suas fronteiras com o Sinai, que ignora a monarquia saudita, que quando ataca na Turquia é para matar turcos e que apenas mata na Europa. Será que os idiotas dos serviços secretos do Ocidente e os estrategas da NATO e de países como a França ou a Inglaterra vão aprender desta vez?

 As condolências

A França é um aliado histórico de Portugal, é o país com mais emigrantes portugueses e a sua capital é a segunda maior cidade de portugueses,daí os votos de pesar dos nossos govbernantes. Cavaco, apesar de muito ocupado a ouvir gente que está farta de ir aàs televisões dizer o que pensa e de tudo ter sucedido quando se preparava para umas merecidas férias no paraíso da direita, o território libertado da Madeira, ainda teve tempo para manifestar o seu pesar, como prova o site da presidência:

«Presidente Cavaco Silva transmitiu pesar e solidariedade ao Presidente francês
O Presidente da República enviou ao seu homólogo francês, François Hollande, uma mensagem na qual manifesta pesar e solidariedade pelos atentados de hoje em Paris.

É o seguinte o teor da mensagem do Presidente Aníbal Cavaco Silva:

“Foi com grande consternação que tomei conhecimento dos hediondos ataques terroristas, hoje, em Paris, e da perda trágica de um elevado número de vidas.

Nesta hora de profundo pesar, quero transmitir a Vossa Excelência, às famílias enlutadas e a todo o povo da República Francesa, em nome do povo Português e no meu próprio, os sentimentos do nosso sentido pesar e da mais sincera solidariedade.

Peço-lhe que aceite, Senhor Presidente, a expressão da minha elevada consideração e estima pessoal.

Aníbal Cavaco Silva”»

Passos Coelho também mandou a sua mensagem da praxe:

«O Primeiro-Ministro enviou uma mensagem de condolências e de solidariedade ao Presidente da República francesa na sequência dos atentados terroristas em Paris. Pedro Passos Coelho escreveu que «tendo tomado conhecimento dos atentados esta noite ocorridos em Paris, quero expressar, em meu nome pessoal, do meu Governo e do Povo português, a Vossa Excelência, às famílias enlutadas e a todo o Povo francês, as mais sentidas condolências e a mais sincera solidariedade face aos trágicos acontecimentos que assolaram a França».

O Primeiro-Ministro afirma que «Portugal repudia firme e veementemente toda a forma de terrorismo, que tem como único propósito colocar em causa a segurança e a estabilidade das nossas sociedades e dos nossos Povos», acrescentando que o Presidente e o povo francês podem «contar com a solidariedade e com a colaboração do Estado português para fazer face a este flagelo que ameaça os nossos valores, as nossas convicções e as nossas sociedades, perfeitamente imbuídas dos valores da tolerância e da Paz, que estão na génese do nosso projeto europeu comum».

«Queira, Senhor Presidente, neste momento de dor e de luto para a Nação francesa, aceitar os meus protestos da minha mais alta consideração e estima pessoal», conclui a mensagem.»

Enfim, se ao a França fosse governada pela direita os sentimentos seriam outros... A miséria humana manifesta-se das formas mais originais.

 Acabar com o ISIS

Só há uma forma de acabar com o ISIS, acabando com a organização, eliminando os seus combatentes e condenado todos os Estados que o apoiam, seja Israel, a Turquia, a Arábia Saudita ou mesmo alguns países ocidentais através das suas secretas terroristas. Chamemos os bois pelos nomes, os terroristas não são apenas os sunitas iraquianos ou sírios do ISIS ou os ocidentais que se "radicalizam" e vão para a orgia de sangue da Síria onde os agora terroristas são simpáticos quando atacam Assad.

Enquanto os terroristas e os fascistas forem tratados como libertadores ou democratas porque atacam Assad ou a Rússia os atentados de Paris vão-se repetir. É tempo dos povos do Ocidente porem fim ao terrorismo promovido pelos seus Estados, pelos seus governos, pelos seus serviços de informações, pelos aliados mantidos no poder.
  
 Em exibição nos cinemas de Portugal

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 A  hora de Cavaco
   
«Derrubado o governo no Parlamento, onde tinha de ser numa democracia parlamentar, o Presidente da República desencadeou novo processo de consultas. Os patrões, que não são eleitos, desfilaram na ladainha do costume. Disseram-lhe o que se esperava, que tenha cuidado porque os comunistas são um perigo para a democracia - como se estivesse no horizonte um governo com PCP e Bloco - e que o que era bom era um governo de gestão - à falta de um bloco central, esse mesmo dos interesses, porque era bom para os negócios. Os sindicatos, mais ou menos encarniçados, sugeriram que indigite António Costa, mal por mal é de esquerda e até cumpre os requisitos constitucionais. Em pista paralela, os líderes partidários vão-se desmultiplicando em frases típicas do PREC - fala-se de usurpação e fraude com a mesma facilidade com que o diabo esfrega um olho - e o país suspenso de sua excelência o Presidente da República. Entretanto, na pré-campanha para Belém, os candidatos a sucessores desdobram-se na unanimidade da crítica a Passos Coelho e seus devaneios constitucionais e nos apelos para que Cavaco Silva não deixe resvalar para quem lhe suceda a batata quente da decisão. Nem Marcelo quer arcar com as consequências de um governo de gestão. E o que faz Cavaco? Mantém o silêncio em que, dizem os cavacólogos, é mestre a gerir. Mais ainda, segue viagem para a Madeira em plena crise política que urge resolver. A margem de que dispõe é estreita, muito estreita. Mesmo a contragosto pouco lhe resta que não seja indigitar António Costa. Afinal de contas é alternativa constitucional e política legítima, por mais que as "posições conjuntas" lhe causem dúvidas e até comichões. Nem os mercados lhe dão argumentos de instabilidade. E até há as agências de rating que afirmam que as palavras de Mário Centeno são cruciais para que a avaliação de risco do país se mantenha em perspetiva de estabilidade. Governo de gestão não é solução aceitável para ninguém. Seriam oito meses de sobressalto e agitação social, com o país em risco e sitiado pelo protesto e a direita a queimar em lume brando. Portugal precisa de um governo que governe e não que gira o abismo. Cavaco sabe disso melhor do que ninguém. E é por isso que, mesmo a contragosto, não deixará de assumir as suas responsabilidades. Até porque, honra lhe seja feita, se há coisa que Cavaco não ignora é que tem aqui a derradeira oportunidade para concluir o seu mandato com dignidade.» [DN]
   
Autor:

Nuno Saraiva.

 A teoria da democracia limitada
   
«1. Em 1968, a URSS e um grupo de países do Pacto de Varsóvia invadiram a Checoslováquia em nome da teoria da soberania limitada. Frente aos interesses prioritários do “campo socialista”, a independência da Checoslováquia era secundária. Hoje, a teoria da soberania limitada é a essência daquilo que se chama a “Europa”, ou as “regras europeias”, que nada tem que ver com a intenção original dos fundadores da União Europeia. Não se faz com as lagartas dos tanques, mas com a torneira do dinheiro.

2. Todos os fundamentos do processo de integração europeia estão de há muito abandonados, e o que existe é uma coisa muito diferente e contrária ao projecto inicial dos fundadores que veio com as tropas americanas para a parte da Europa que ficou fora da ocupação soviética e que foi consolidado com o gigantesco esforço de solidariedade do Plano Marshall. A Guerra Fria ajudou a consolidar a vontade de construção de uma outra Europa, de democracia, paz e cooperação, mas estes fundamentos não existem na “Europa” que hoje se invoca para pôr na ordem os países mal comportados. E esses princípios originais eram claros: a “comunidade” era em primeiro lugar uma construção política para acabar a guerra na Europa; todos os membros da “união” eram iguais em poderes e direitos, mesmo que cada um soubesse que era desigual; nunca se dava um passo sem que isso correspondesse à vontade colectiva de povos e governos; esses passos eram “pequenos” e prudentes, porque havia a consciência de que na Europa as nações têm muita história e interesses diversos, e, também por isso, deixavam-se de fora políticas de defesa e segurança (que ficavam para a NATO), e negócios estrangeiros que deviam ser minimalistas. A “alma” da “comunidade” era a Comissão e não o Parlamento, e muito menos o Conselho.

3. O outro aspecto essencial era o de que a política da “comunidade” era solidária, como tinham sido os americanos com o Plano Marshall e, com Delors, instituía-se a ideia da “coesão social”, ou seja, uma deslocação de recursos dos países mais ricos para os menos desenvolvidos. Sendo assim, com os “pequenos passos” de Jean Monnet, a “comunidade” deu grandes passos.

4. O que aconteceu depois foi que tudo isto foi mudado: o experimentalismo político vanguardista substituiu os “pequenos passos”; à medida que as coisas falhavam em baixo, acelerava-se em cima; o medo ao voto foi crescendo à medida que “projectos europeístas”, como a Constituição Europeia, caíram aos pés do “canalizador polaco”; o receio de que os países do centro e do Leste na Europa pusessem em causa o poder do “motor franco-alemão” (e que os agricultores polacos quisessem receber o mesmo que os agricultores franceses…) foi criando uma hierarquia, depois um directório e depois um poder solitário da Alemanha; o crescimento do poder da burocracia de Bruxelas, que acha que sabe melhor como governar os países do que os parlamentos e governos; as divisões sobre o Iraque; o cepticismo inglês que cresceu com a ideia de que “um buldogue inglês é melhor do que uma couve-de-bruxelas”; e uma patética e perigosa política externa que destruiu a Líbia ajudou ao incêndio sírio e gerou a guerra civil da Ucrânia. Chega?

5. Não chega. Há mais e, agora, cada vez mais é no cerne da soberania e da democracia que a “Europa” suga como um vácuo. Deu-se então a tempestade perfeita, a crise bancária de 2008, chocando com uma Europa dominada pelos partidos conservadores do PPE, a começar por esse tandem altamente capaz Merkel-Schäuble, acolitado pelos anões em que se tornaram os partidos socialistas europeus. A resposta à crise financeira foi transformá-la artificialmente numa crise de outra natureza, a das dívidas soberanas, e tornar essa crise num poder sólido dos alemães que se exerceu sempre como poder político. Tudo começou com a punição à Grécia, que o PPE, aliás, governava com a Nova Democracia e o Pasok, e depois Sócrates, mais a “coligação negativa” que o derrubou, entregou-lhe, com regozijo do PSD e do CDS, Portugal numa bandeja.

6. Depois é que se sabe: da troika ao Governo dos não “piegas”, a utilização de uma ideologia da austeridade e do “não há alternativa” para proceder a uma engenharia social que destruiu uma parte da classe média, desequilibrou as relações laborais, transformou o desemprego num meio de baixar salários e acelerar a precariedade, tornou os velhos um fardo e violou todos os contratos com os mais fracos para manter aqueles que eram sacrossantos com os mais fortes. Portugal retrocedeu dezenas de anos, sem que haja uma única mudança estrutural que possa ser creditada a esta governação. E, pior que tudo, disseminou com sucesso, mas como um veneno, uma concepção egoísta entre os portugueses, que passaram a olhar para o vizinho do lado com ressentimento e inveja, ou porque tinha emprego, ou porque tinha direitos e força para os manter, ou porque tem uma pensão “milionária” de mil euros, em vez de olharem para cima. Pergunta-se “quem paga” a quem é aumentado 1,80 euros na sua reforma de 600 euros, e não a quem meteu milhares de milhões para salvar um banco ou para comprar um parecer a um escritório de advogados, ou a uma consultora financeira, depois de ter atirado para fora da função pública os funcionários competentes que o podiam fazer. Quem paga? Nós. Mas a pergunta certa devia ser: quem é que não paga e devia pagar?

7. Daqui resulta que, na Europa de hoje, apenas no espaço da soberania é que ainda há uma possibilidade de democracia. Quanto mais soberania, mais democracia. Daí a pressão contínua, nunca sufragada pelos povos, para tornar a “Europa” e “Bruxelas” numa sede de poder que obedece à sua burocracia e aos partidos do PPE, para retirar aos parlamentos nacionais e aos governos qualquer poder de decidir sobre o destino dos povos e das nações. O meu voto vale quase nada e, quando o uso para valer alguma coisa, há que pedir novas eleições. Tantas quantas forem precisas para haver um resultado “europeu”, amigo dos negócios, amigo do “não há alternativa”, amigo de colocar na ordem sindicatos e partidos desalinhados.

8. É essa possibilidade que hoje está a ser atacada com aquilo a que chamo "a teoria da democracia limitada", forma de interiorizar e materializar a soberania limitada. Com mais ou menos sofisticação, significa que votem os povos como quiserem, quem manda são os mercados. Na verdade, a frase mais correcta é “mandam os partidos dos mercados”. E os “partidos dos mercados” são a expressão orgânica dos grandes interesses financeiros – o eufemismo é “os nossos credores” –e representam a desaparição do primado do poder político sobre o poder económico, ou seja, da autonomia do poder político assente no voto numa democracia.

9. Portugal está nessa encruzilhada. O governo do PSD-CDS é o que a “Europa” do PPE quer e precisa para não haver contágio em Espanha. O governo do centro-esquerda do PS, com apoio do PCP e do BE, não só não pode ter sucesso, como nem sequer pode existir como possibilidade, para o caso miraculoso de mostrar que “há alternativa”. Não é um jogo a feijões – é um jogo, se se pode chamar assim, em que estão todos os grandes interesses europeus e nacionais que agitam fantasmas, que vão da CGTP ao PREC, para gerar o medo e impor o monopólio político da direita. É verdade que o mecanismo ideal da teoria da democracia limitada é ver os partidos socialistas a fazerem a política da direita e com a direita. Mas isso parece falhar em Portugal, como já falhou no Partido Trabalhista inglês. Não é porque Costa seja um Corbyn – não é certamente –, mas porque a recusa visceral de que “os mesmos” continuem a governar, traduzida em 62% dos votos, mudou as regras do jogo e levou o PCP a abrir uma porta que nunca tinha sido aberta e pela qual entraram o PS e o BE.

10. Não sei se vão falhar, tudo aponta para que as dificuldades sejam imensas. Mas há quem deseje ardentemente que falhem, mesmo que isso signifique dar cabo da economia que resta, criar um sério conflito institucional entre um governo em gestão a testar sempre os seus limites (como fez com a TAP), um Presidente que será pressionado para meter na gaveta tudo o que uma Assembleia hostil decidir e uma Assembleia a ter de “governar”, sem ter o governo que apoia em funções. Isto, sim, é o PREC. Aliás, nada é mais parecido com a linguagem e as atitudes do PREC do que o que diz e o que faz a direita radicalizada que hoje temos. Obra da “Europa” da soberania limitada, a querer impor à força uma democracia limitada. E não é com “eles” – é connosco.» [Público]
   
Autor:

Pacheco Pereira.

      
 Sem custos para os contribuintes
   
«Os resultados dos testes de stress do Novo Banco identificaram um desvio de 1398 milhões de euros no cenário mais adverso, revelou o Banco Central Europeu este sábado. No cenário base, a instituição liderada por Stock da Cunha passou no teste, com um rácio core tier 1 de 8,24%, acima do mínimo exigido. 

A insuficiência de fundos próprios que foi identificada nos testes do esforço ocorre no pior cenário testado apenas para 2017. A necessidade de reforço de fundos agora conhecida fica aquém dos montantes que eram apontados por analistas e que variavam entre os 1500 e os 2000 milhões de euros,

De acordo com um comunicado do Banco de Portugal, esta falha de capital será ultrapassada via implementação do plano estratégico, que já está em marcha e que deverá ser apresentado nas próximas semanas, mas também através do processo de venda da participação detida pelo Fundo de Resolução no Novo Banco a um investidor privado. Ou seja, o esforço de recapitalização passará também para o comprador, o que terá impacto no preço de venda. » [Observador]
   
Parecer:

É cada vez mais evidente a razão porque Cavaco e Passos Coelho lutam desesperadamente contra a perda do poder, é preciso esconder os podres do seu governo.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se por mais más notícias.»
  

   
   
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