domingo, novembro 22, 2015

Umas no cravo e outras na ferradura


  
 Jumento do dia
    
Marco António

Marco António está contando as derrotas de António Costa e espera que as presidenciais sejam a terceira. Enfim, a direita vai de vitória em vitória até à derrota final.

«O vice-presidente do PSD Marco António Costa previu que o secretário-geral do PS terá “a terceira derrota” eleitoral nas presidenciais, transformando-se no líder político “que mais eleições perdeu”.

Estou certo de que contribuirão todos para, nas eleições presidenciais, oferecer ao secretário-geral do PS a sua terceira derrota eleitoral, ficando conhecido como o secretário-geral do Partido Socialista que mais eleições perdeu num curto espaço de tempo”, sublinhou Marco António Costa, num discurso perante militantes de Leiria.
Antes, o dirigente social-democrata apontara as derrotas dos socialistas nas eleições regionais na Madeira e nas legislativas de 04 de outubro passado.

As eleições presidenciais foram marcadas para o dia 24 de janeiro. Na área social-democrata avançou o ex-líder Marcelo Rebelo de Sousa. Entre os socialistas há apoiantes de Sampaio da Nóvoa e de Maria de Belém (ex-presidente do PS no tempo de António José Seguro).» [Observador
  
 Cavaco e o Benfica-Sporting
   
Parece que as decisões de Cavaco andam ao ritmo dos jogos entre o Benfica e o Sporting, a Presidência só abre depois destes jogos. resta agora ver se Cavaco é um cata-vento como o outro e as suas decisões são inspiradas nos resultados. 

 Ainda que mal pergunte
  
Se os recursos são escassos, o centro da investigação do Caso amrquês está em Lisboa, cidade onde corre o processo, porque motivo o MP foi buscar apoio do fisco em Braga?  E já que falamos em Braga há outra pergunta que começa a fazer sentido, se o titular do processo é o procurador Rosário, como se explica que seja cada vez maior a sensação de que quem manda efectivamenbte no processo é o inspector do fisco?

 Independente do quê?

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Como é que  este artista que ainda há pouco tempo andava na arruada ao lado de Passos Coelho diz agora que a sua candidatura é independente? Deve estar a gozar connosco. Esta queda repentina do senhor cata-vento para a independência explica-se porque a sua direita está muito longe dos 50% e com o extremismo de Passos e Portas a tendência é para encolher.

Marcelo precisa de simular uma birra com o PSD para tentar ganhar as presidenciais, até porque sabe que em conflito com Passos este dificilmente sobrevive a essas eleições.

      
 A geringonça e a avantesma
   
«O governo minoritário do centro-esquerda do PS com a apoio parlamentar do BE e do PCP ainda é uma geringonça, mas quanto mais baixas forem as expectativas mais a geringonça se pode transformar numa máquina a sério. Ou talvez não.

A caracterização do eventual governo do PS como uma “geringonça” foi feita por Vasco Pulido Valente e repetida com evidente gozo por Portas, dando o mote para vários deputados do CDS que costumam repetir o chefe. Muito bem, não me parece que haja qualquer problema em aceitar a classificação, tanto mais que ela não é tão pejorativa como eles pensam. Mas proponho outra simétrica para o governo PSD-CDS, muito menos ambígua e que não há imaginação criadora que lhe encontre qualquer sentido positivo: a avantesma. A geringonça apareceu para que não nos assombre a avantesma.

Geringonça não é uma designação tão má como isso. É verdade que é “coisa mal feita, caranguejola, obra armada no ar”. Mas perguntem ao MacGyver e dêem-lhe um canivete suíço. A primeira máquina a vapor, a primeira lâmpada, o avião dos irmãos Wright podiam ser designadas como geringonças, mas as máquinas a vapor, as lâmpadas e os aviões que vieram a seguir já não eram geringonças. O governo minoritário do centro-esquerda do PS com a apoio parlamentar do BE e do PCP ainda é uma geringonça, mas quanto mais baixas forem as expectativas mais a geringonça se pode transformar numa máquina a sério. Ou talvez não.

Mas, o governo tombado na Assembleia não é uma geringonça, é já uma máquina a sério, com quase cinco anos de experiência, e é por isso que a continuidade da direita no poder foi sentida como sendo tão assustadora que conseguiu que o MacGyver invisível da esquerda, à pressa, construísse com o seu canivete suíço, a geringonça.

É que, para uma maioria dos portugueses, que votou “contra o governo” – insisto a única interpretação sólida dos 62% de votos –, ficarem lá “os mesmos”, seria o pior dos pecados e é essa força invisível e visível que permitiu a geringonça. É também por isso que o cimento da geringonça não está nos acordos, nos “papéis” como diz pejorativamente a direita, mas no que permitiu que eles se fizessem.

Vamos à avantesma. Os nossos dicionários são inequívocos “aparição de uma pessoa morta”, “pessoa ou objecto assustador, disforme ou demasiado grande”. Morto está, mas o Presidente da República ainda lhe permite que mexa, para ainda maior susto dos portugueses. Mete medo? Mete e ainda devia meter mais. Todo o processo da avantesma, o seu “conceito” como agora se diz, está bem explícito na história da devolução dos 35% da sobrecarga do IRS, que agora se verifica ser zero. Porque é que a história da devolução do IRS fantasma está na massa do sangue da avantesma? Porque foi isso que reiteradamente semana sim, semana sim, a coligação fez nestes últimos quatro anos e continua a fazer como quem respira.

É a mentira muito comum na esfera pública e política? É. Há uns especialistas na mentira que estão agora a contas com a justiça e que vinham do lado da geringonça. Mas isso não justifica o uso sistemático da mentira como mecanismo de governação, com a agravante de que uma comunicação social que nunca esteve tão perto do poder, em particular no chamado jornalismo económico, mas não só, dá uma amplificação enorme a estas mentiras. Transformaram-se naquilo que é o mais próximo que já alguma vez conhecemos, do “pensamento único”. E o “único” tem muita força, mas é do domínio dos “objectos disformes”, “demasiado grandes”, das avantesmas.

Denunciei várias vezes que se estava a criar artificialmente um panorama paradisíaco da situação económica portuguesa para efeitos eleitorais, e que iriamos ter um despertar abrupto depois do dia 4 de Outubro. Assim foi. Não o disse porque tinha qualquer varinha mágica ou informação privilegiada para o afirmar. Bastava somar dois e dois e verificar que não davam quatro e as coisas não encaixavam. A pergunta certa é por que razão não se fazia a soma a ver o que é que dava?

Mas a voz do governo e dos interesses que com ele se fundiam, funcionavam como um megafone ensurdecedor. Hoje, que se começa a perceber melhor qual era a verdadeira situação orçamental, os números preocupantes sobre a evolução da economia portuguesa, as prevenções do Banco de Portugal, o que está a acontecer com o Novo Banco e com a TAP, a censura dos números sobre a emigração, ainda vamos ver culpar retrospectivamente a esquerda pelos números negativos. Aliás, não é “vamos ver”, é “já vimos”, porque já vi o desplante de um jornalista da área económica de um grande jornal, dizer que a culpa destes números, no caso do IRS que fugiu, foi “das eleições”.» [Público]

   
   
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