terça-feira, novembro 24, 2015

Umas no cravo e outras na ferradura


  
 Jumento do dia
    
Cavaco Silva

Cavaco Silva perdeu, a sua chantagem sobe o PS falhou, a sua tentativa de manter a direita no poder falhou, a sua manobra para dividir e destruir o PS falhou e todos estes falhanços custaram ao país um mês e meio sem governo. Agora Cavaco tenta salvar a sua face e sair da situação dizendo que assegurou a estabilidade.

Cavaco, o mesmo homem que derrubou governos minoritários, vem agora exigir que se verifique um cardápio de condições preconceituosas. condições que não colocou a um Passos Coelho sem maioria parlamentar. Mas mesmo assim compreende-se a decisão de Cavaco, tendo consciência do espectáculo que tem dado e sem ninguém a querer ajudá-lo a acabar o mandato com dignidade esforça-se agora por se armar em salvador da democracia, da Nato e da estabilidade, enfim, um presidente que acaba como o pacóvio que nunca conseguiu deixar de ser.

E enquanto Cavaco brinca aos poderes presidenciais vai dando tempo a Passos Coelho para fechar negócios, fazer promoções, limpar os computados dos gabinetes, fazer promoções de chefias e muitas outras coisas. Cavaco está a ajudar a direita a amanhar-se e armadilhar o caminho, designadamente, no domínio das receitas fiscais onde os dados apontam para a inércia do fisco.

Talvez também faça sentido fazer seis perguntas a Cavaco Silva:

  1. Se recebe Costa porque não aproveitou para lhe fazer as perguntas?
  2. Se fez as perguntas a Costa o facto de ter insistido significa que não confia na palavra de um líder do PS?
  3. Por que motivo não fez as mesmas perguntas a Passos Coelho?
  4. Acha que se o PCP propuser a saída de Portugal da NATO tanto o PS como o PSD e o CDS votarão a favor?
  5. Não havendo dúvidas em relação às posições do PS em relação às questões internacionais, posições anteriores a Cavaco ser político, porque motivo Cavaco não faz essas perguntas ao CDS e ao PSD, únicos partidos que poderiam votar favoravelmente tal proposta do PCP?
  6. Fez estas exigências a pedido de Passos Coelho?
«Cavaco Silva apresentou ao secretário-geral do PS um conjunto de exigências relativas aos acordos com a esquerda que, para Cavaco Silva, “suscitam dúvidas quanto à estabilidade e à durabilidade de um governo minoritário do Partido Socialista”. Essa “clarificação”, conforme foi assumida num documento escrito entregue a António Costa, refere-se a um conjunto de questões políticas que o Presidente considerou estarem “omissas” nas posições conjuntas assinadas entre PS, BE, PCP e Verdes.

Cavaco Silva pediu assim a Costa que desse outras garantias em relação à “aprovação de moções de confiança”, “aprovação dos Orçamentos do Estado, em particular o Orçamento para 2016”, o “cumprimento das regras de disciplina orçamental aplicadas a todos os países da Zona Euro e subscritas pelo Estado Português, nomeadamente as que resultam do Pacto de Estabilidade e Crescimento, do Tratado Orçamental, do Mecanismo Europeu de Estabilidade e da participação de Portugal na União Económica e Monetária e na União Bancária”, o “respeito pelos compromissos internacionais de Portugal no âmbito das organizações de defesa colectiva”, o “papel do Conselho Permanente de Concertação Social, dada a relevância do seu contributo para a coesão social e o desenvolvimento do País” e a “estabilidade do sistema financeiro, dado o seu papel fulcral no financiamento da economia portuguesa”.» [Público]

 Ainda há esperança!

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 Cavaco  continua a ouvir personalidades da sua confiança

Cavaco ainda queria ouvir algumas personalidades da sua confiança, mas depois de tanto tempo gasto entre audições e viagens achou que o melhor era recorrer ao mais velho truque dos professores da miudagem, quando não sabe o que fazer manda-se fazer trabalhos de casa, foi isso que Cavaco ordenou a Costa, vai fazer TPC e volta daqui a uns dias com os acordos passados a limpo.

Entretanto Cavaco vai continuar as suas audições, tendo começado por alguém que ele sempre gostou de ouvir, a Amália Rodrigues. Só não se sabe se decidiu usar o canal com que a sua esposa costuma falar com a Nossa Senhora de Fátima ou se prefere ouvir os recados de Amália no "Ouça lá, senhor Vinho!"

É mau procedimento
E há intenção naquilo que faz
Entra-se em desequilíbrio
Não há equilíbrio que seja capaz

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 Porta-voz de Cavaco

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Não é nada de novo, Marques Mendes até já foi secretário de Estado Adjunto de Cavaco Silva.
  
 Hpocrisia

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Cavaco Silva e a direita tudo fizeram na esperança de enervar os mercados, andaram um mês e meio a consultar as cotações nos mais diversos mercados, a ler os relatórios dos bancos, a procurar más notícias que fundamentassem a tese do Apocalipse. Dizer agora que as condições de Cavaco visam acalmar os mercados é pura hipocrisia, até porque no plano internacional o PS e António Costa merecem mais credibilidade do que Cavaco Silva.

Enfim, é caso para dizer que não há mercado que aguente...



      
 O Bilhim ainda não pediu a demissão?
   
«As quase 30 páginas da acusação do processo dos vistos gold com os factos imputados a Maria Antónia Anes, que era secretária-geral do Ministério da Justiça e vogal não permanente da Comissão de Recrutamento e Selecção para a Administração Pública (Cresap), parecem mais um manual sobre como apenas um membro de um júri pode manipular o concurso para um alto cargo na Administração Pública.

O alegado favorecimento do então presidente do Instituto dos Registos e do Notariado (IRN), António Figueiredo, candidato em dois concursos sucessivos para esse mesmo cargo e outras situações similares em que a arguida terá estado envolvida valeram a Maria António Anes a acusação de quatro crimes: dois de corrupção e dois de tráfico de influência.

Segundo a acusação, a relação de amizade entre Maria António Anes e António Figueiredo remontará a 2004, quando a arguida era directora do centro de formação e António Figueiredo director dos Registos e Notariado. Desde então visitavam-se com frequência e passavam férias juntos, com as respectivas famílias.

Concurso feito à medida é uma expressão que cai que nem uma luva no caso, já que os investigadores encontraram emails entre a vogal da Cresap e o então presidente do IRN que mostram que o próprio candidato terá ajudado a definir o perfil do cargo a que concorreu em Novembro e Dezembro de 2013.» [Público]
   
Parecer:

Depois disto só resta a João Bilhim demitir-se.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Ofereça-se um Bic bico fino ao senhor.»
  
 Até tu Wolfgang?
   
«Portugal não deve ter um governo de gestão. A opinião é de Wolfgang Munchau, o influente colunista e diretor adjunto do Financial Times. “Isso não é suficiente para Portugal”, afirmou ao Expresso. “O presidente deve respeitar o Parlamento”, adiantou.

Sublinhou que não é a favor de nenhum partido. Mas entende que Portugal não pode ficar a ser gerido meses a fio por um governo de gestão e precisa de um executivo em plenas funções. À margem de uma conferência internacional anual da Schroders, em Londres, frisou que viu o “o programa de Costa e não é nenhum programa comunista”, ou algo do género.» [Expresso]
   
Parecer:

A opinião de Munchau de pouco serve, Cavaco está naquela fase da vida em que já não ouve, se ouve já não pensa e se pensa já não acerta.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»

 Donos da TAP já estão arranjando o dinheiro
   
«Já estão à venda os terrenos onde se situam escritórios, oficinas e instalações de apoio da TAP, em Lisboa.

A zona em causa é próxima do aeroporto da Portela e o Dinheiro Vivo, que avança com a informação, adianta que já há interessados no negócio.

David Neeleman e Humberto Pedrosa, os novos donos da TAP, através do consórcio Gateway, estarão já a preparar medidas de reestruturação da empresa. E a venda de terrenos poderá fazer parte deste processo.

Os terrenos em causa fazem parte da TAP desde 1989, altura em que um decreto-lei assinado por Cavaco Silva, primeiro-ministro português de então, e promulgado por Mário Soares, passou estes 22,45 hectares do domínio público para a esfera da empresa, na altura também ela pública.» [Notícias ao Minuto]
   
Parecer:

Estes capitalistas investem que se fartam.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»

 Governo enganou os portugueses
   
«O bastonário da Ordem dos Contabilistas Certificados, Domingos Azevedo, acusou hoje o Governo de mentir intencionalmente sobre a devolução da sobretaxa de IRS para ganhar as eleições e disse não serem esperadas mais receitas fiscais que permitam essa devolução.

Os números oficiais das receitas fiscais até outubro só vão ser conhecidos na quarta-feira, mas o Jornal de Negócios antecipou na semana passada, sem citar fonte, que se o ano fechasse agora não haveria qualquer devolução da sobretaxa de 2015 no próximo ano, contrariando os anúncios do Governo em agosto, de devolver 35,3% dessa sobretaxa, e em setembro, de devolver 9,7%.

“Esta medida foi meramente eleitoralista. Isto é grave porque é feito intencionalmente”, defendeu o bastonário, à margem de um encontro em Lisboa sobre educação fiscal, explicando que considera ter havido intenção de mentir porque as contas não são complexas e o Governo optou por anunciar as receitas fiscais sem delas retirar os reembolsos do IVA.» [Observador]
   
Parecer:

Há aqui matéria para um inquérito parlamentar para apurar responsabilidades políticas, criminais e disciplinares nesta fraude eleitoral.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se a proposta.»

 Estratégia de Cavaco dá resultado
   
«Os juros da dívida pública portuguesa subiram esta segunda-feira, 23 de Novembro, pela segunda sessão consecutiva, acompanhando a tendência da generalidade dos países do euro. A ‘yield’ associada à dívida a dez anos voltou mesmo a superar os 2,5%, tendo subido pela segunda sessão, depois de cinco consecutivas de forte alívio.

A ‘yield’ da dívida a dois anos aumentou 0,9 pontos base para 0,192%, enquanto os juros das obrigações a dez anos subiram 5,8 pontos para 2,543%.

Além dos juros, também a percepção de risco de Portugal aumentou, já que a subida da ‘yield’ associada à dívida alemã a dez anos foi ligeiramente menos acentuada – aumentou 5,0 pontos para 0,530%. Quer isto dizer que o prémio de risco que os investidores estão a exigir para comprar dívida portuguesa em detrimento da alemã (o chamado "spread") está mais alto, subindo esta segunda-feira, para 199,8 pontos base.» [Jornal de Negócios]
   
Parecer:

Segundo a lógica económica da direita esta subida dos juros resulta da falta de confiança dos mercados em Cavaco Silva.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»

   
   
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