domingo, janeiro 24, 2016

Presidenciais

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Os candidatos

As campanhas presidenciais começam a ser as eleições dos idiotas, enquanto nas autárquicas é muito raro aparecerem candidatos da treta a concorrerem a juntas de freguesia, nas presidenciais aparecem quatro candidatos do tipo paspalho e dois candidatos de faz de conta. Foi penosos andar meses a aturar as alarvidades de Henrique Neto, ouvimos um candidatos a dizer que em dez milhões de portugueses só ele não é corrupto ou ouvir os disparates do Tino, para não referir aquele senhor vaidoso que não se percebe o que levou a participar na palhaçada.

A comunicação social

O país brincou às presidenciais graças a uma lei imbecil que obriga as televisões a terem uma equipa a acompanhar todos os candidatos como se fossem mesmo candidatos elegíveis. Se o Tribunal Constitucional não verifica as assinaturas nas próximas presidenciais o país arrisca-se a ter uma dúzia de malucos a concorrerem e o próximo debate televisivo terá de se realizar no Coliseu dos Recreios.

Os partidos

Nestas eleições os pequenos partidos apresentaram candidatos como se estivessem a disputar o parlamento e os grandes partidos estiveram ausentes, o PS porque não teve a coragem de fazer opções e tomou a decisão idiota de transformar estas eleições numas primárias internas, o CDS e o PSD porque o seu candidato natural os rejeitou.

Não é saudável para a democracia que os partidos fiquem de fora ouy que participem de forma oportunista e isso tem consequência no nível da abstenção.

A falta de respeito pela democracia

A campanha de Marcelo revela um desprezo pela democracia, excluiu os partidos como se a sua presença fosse um inconveniente, em vez de vencer os adversários pelo debate de ideias tudo fez para reduzir a campanha eleitoral a uma farsa onde haveria um vencedor antecipado. 

O nível do debate

Se Marcelo tentou eliminar o debate de ideias a estratégia de Maria de Belém revelou uma candidata a velhaca, sonsinha e sem grandes escrúpulos em recorrer a golpes baixos. Começou por atacar Marcelo convencida de que estava a disputar o acesso à segunda volta e acabou por se desorientar ao ponto de fazer ataques suicidas a Sampaio da Nóvoa.

O grande desastre

O país assistiu ao desmoronar de uma imagem política com uma candidata a oscilar entre o ridículo dos almoços de altos dignitários estrangeiros nos lares de idosos e a figura patética que fez ao comentar as subvenções a políticos como se nada tivesse que ver com o assunto e deixando no ar a ideia de que seria contra, mas teríamos de respeitar o TC. Lançou a candidatura para dividir o PS e acaba por destruir o que sobrava de Seguro e pondo fim às ambições do pessoal dos leitões.

Maria de Belém concorreu para dividir o seu partido e acaba por ter metade dos votos de Marisa Matias, mais uns dias de campanha e ficaria atrás do Tino de Rãs. Maria de Belém foi o maior desastre na história das presidenciais.

O grande vencedor

Com Marcelo a perguntar-lhe se queria que ele fizesse de tapete António Costa percebeu que fosse qual fosse o resultado das eleições ele seria o grande vencedor, saindo deste processo com um presidente da sua área ou com um Marcelo preso às promessas, com o líder da oposição tratado como se tivesse sarna por um candidato que foi fundador e presidente do PSD e com Portas a desertar deixando no seu lugar uma crente que pensa que a sua inspiração em Jesus a vai levar a São Bento.

Resta agora saber durante quanto tempo Marcelo apoia o governo de António Costa, sendo muito provável que isso só suceda enquanto Passos estiver na liderança do PSD. Se sai destas eleições como o grande vencedor, a verdade é que se Marcelo ganha à primeira volta muito pode agradecer à ajuda data pela posição de António Costa que não enfrentou os seguristas tomando uma decisão de apoio. Uniu o PS mas colocou a direita de novo na presidência.

O PS é o partido que sofreu a maior derrota nestas eleições, somando os votos dos seus candidatos às "primárias" os votos em candidatos do PS resultam na maior derrota eleitoral do PS. É uma vitória de António Costa com um sabor amargo, tão amargo que pode saber a veneno.

A festa

O Bloco de Esquerda teve mais uma gloriosa vitória e a direita agradece mais esta vitória da da extrema-esquerda chique, agora numa versão feminina.

O grande derrotado

Se compararmos o discurso de Marcelo com o desejo de realização antecipadas percebe-se que Passos estava condenado à derrota, resta-lhe desejar que surja um candidato à liderança do PSD pois percebeu que dificilmente ganhará eleições contra António Costa. Passos Coelho já estava vencido, estas eleições são o seu fim e se tivesse bom senso ia fazer companhia a Cavaco Silva e a Paulo Portas, arranjavam mais um parceiro e podiam entreter-se a jogar à sueca.

Sampaio da Nóvoa

Com um discurso centrado no apoio a António Costa o candidato não conseguiu apresentar-se com um presidente de todos os portugueses.

Marcelo rebelo de Sousa

Pela primeira vez Marcelo ganhou umas eleições, resta agora saber como se vai comportar no cargo e se o "bicho carpinteiro" lhe vai permitir manter-se até ao fim do mandato. Será um grande presidente ou o país entrará num período de crise permanente com as suas intrigas e os seus factos políticos?
 
Aditamento:

O que é feito do voto do milhão de protugueses de que Manuel Alegre era dono e dos 50% dos votos do PS que eram do pessoal dos leitões?