Foto Jumento
Melro do Jardim Gulbenkian, Lisboa
O novo lince da Serra da Malcata
«A sala do Centro Cultural Recreativo "Amigos da Carrapateira" encheu-se na quinta-feira à noite para ouvir falar de nomes estranhos como o fracking ou a fraturação hidráulica, que possibilita a extração de combustíveis líquidos e gasosos do subsolo. Mas nem alguma confusão criada pelos termos técnicos consegue mudar as certezas da população: Terra da costa vicentina, a Carrapateira (concelho de Aljezur) quer continuar a ser conhecida pelo surf e pela bela praia do Amado e não por ter furos para encontrar petróleo ou gás de xisto. "Nem Allgarve nem Oilgarve. Queremos o nosso Algarve", sintetizou ao DN Laurinda Seabra, presidente da Associação de Surf e Atividades Marítimas do Algarve (ASMAA).
Está em marcha um movimento popular e de autarcas algarvios contra a prospeção e exploração de petróleo e gás naquela "fatia" da costa, prevista tanto em terra (onshore) como no mar (offshore), na bacia do Alentejo e na bacia do Algarve. "Nem um furo, nem agora nem no futuro", é o nome da campanha da ASMAA lançada oficialmente na quinta-feira, com autocolantes para colar no carro, t-shirts e uma petição para as populações assinarem. A comunidade da Carrapateira foi a eleita para a primeira de várias sessões públicas de esclarecimento das populações dos concelhos de Aljezur e Tavira contra o "Oilgarve".» [DN]
Parecer:
Pela forma como o assunto é abordado até parece que o pessoal da Carrapateira tem uma mina de ouro e a costa do Algarve tem mais crude do que o deserto da Arábia Saudita.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada e pergunte-se ao pessoal da Carrapateira de onde vem o combustível que usa e se a sua produção não poluiu a terra de ninguém.»
Discreto para ser eficaz
"Acham que enganámos os gajos com essa da esquerda da direita?"
«Marcelo Rebelo de Sousa encerrou esta noite a campanha em Celorico de Basto, aproveitando para deixar um aviso à navegação sobre o que esperar da sua Presidência. Caso seja eleito Presidente, o seu papel "vai ter de ser muitas vezes discreto para poder ser eficaz, renunciando a intervenções públicas que sejam mais fatores de perturbação do que de acalmia". Ou seja: Marcelo vai gerir os silêncios.
Terminando a campanha perto das onze da noite na terra da sua falecida avó Joaquina, Marcelo contou que - quando há três meses iniciou a caminhada para Belém - chegou sozinho, mas nunca se sentiu assim neste percurso: "Nunca estive isolado. Nunca estive sozinho."» [DN]
Parecer:
Isto quer dizer que o intriguista promete melhorar os seus métodos.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
Tempos difíceis
«A saída de Passos Coelho do governo e o seu regresso ao PSD em full-time mexeu com o dia a dia na sede nacional. Marco António Costa, o vice-presidente do partido que Passos escolheu para coordenador da Comissão Permanente enquanto esteve no governo, perdeu esse estatuto. Bem como o gabinete, que embora sempre tenha sido o do líder, foi ocupado por ele durante dois anos.
Em 2011, quando Passos ganhou as eleições e passou a ter residência oficial em São Bento, o seu gabinete na São Caetano à Lapa foi ocupado por Jorge Moreira da Silva, o primeiro vice-presidente do partido. Quando Passos o chamou para ministro do Ambiente, manteve-o como primeiro vice no PSD mas encarregou Marco António Costa (que não foi para o Governo) de coordenar a direção e ser porta-voz.
Com a vitória nas legislativas, a única dúvida era se Marco António subiria ao Executivo. Mas com a reviravolta que António Costa deu aos resultados tudo mudou e foi preciso rever a logística na São Caetano. Passos voltou para o seu gabinete (passará algum tempo no Parlamento mas a sua nova residência oficial é no partido). E Marco António deixará de coordenar a Comissão Permanente, tarefa que será assumida pelo próprio líder.» [Expresso]
Parecer:
Toca a todos.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se e sugira-se que recorram à UBER, pode ser que algum taxista lhes dê uma caldeirada em nosso nome.