segunda-feira, janeiro 16, 2017

Cataventos

Quando Passos Coelho andava inchado e convencido de que não só ganharia as eleições legislativas, como era ele que escolhia o candidato que poderia vir a se presidente, decidiu em pleno congresso do PSD chamar cata-vento a Marcelo Rebelo de Sousa. Nunca o PSD tinha decido tão baixo com um presidente daquele partido a atribuir alcunhas de baixo nível a um antecessor e ainda por cima potencial candidato ganhador em eleições presidenciais.

Cá se fazem cá se pagam, Marcelo Rebelo de Sousa ganhou as presidenciais e o mesmo Passos que contava ser governo minoritário para ir a eleições logo que o próximo presidente tivesse poderes para dissolver o parlamento, acabou por ficar na oposição e desde então não sabe muito bem quem é e o que fazer.

O destino tem destas coisas, agora é outro ex-presidente do partido a dizer que Passos Coelho é um cata-vento, a propósito das cambalhotas oportunistas de Passos na questão da TSU marque Mendes diz que ele se comporta como um cata-vento.

Passos Coelho adoptou a guerrilha como estratégia política, não tem programa, não tem projecto, não respeita as suas bases, o único objectivo da equipa que lidera o PSD é infligir prejuízos ao governo. Não se importa de dar o dito por não dito, de ir contra a posição dos sindicatos do seu partido ou dos parceiros sociais que são a sua base social de apoio. O seu único objectivo é provocar feridas na coligação.

Já votou com o PCP e o BE na questão das declarações de rendimentos dos administradores da CGD, mas nesse caso não entrou em conflito com os seus princípios ou com as bases do seu partido. Desta vez, no caso da TSU, a posição de Passos Coelho é puro oportunismo político.

Daqui a uns dias o acordo de concertação social será assinado, o salário mínimo será aumentado e Passos terá tido a pequena alegria de ter criado uma pequena dificuldade ao PS, isso se o PCP ou o BE não decidirem tirar-lhe o tapete. O problema é que Passos Coelho perdeu toda a credibilidade, hoje é óbvio que o que o move não são valores ou interesses nacionais, para ele o poder e ambição pessoal estão acima de tudo.

Todo este desespero leva-nos a questionar que tipo de interesses estarão por detrás de muitas decisões do seu governo, é cada vez mais óbvio que o que move Passos não é propriamente o interesse nacional e talvez isso explique as reviravoltas que dá.