Se há instituição a que os portugueses nada devem e que podia muito bem implodir que ninguém lhe sentiria a falta é o Banco de Portugal. Não pretendo com esta ideia imitar o ex-ministro Nuno Crato que propôs a implosão do ministério e acabou ministro, na esperança de chegar a administrador do banco, ainda que um artista que no governo de Passos tentou fazer a implodir a Administração Público e foi premiado com um lugar.
Quando era criança morava ao lado de uma delegação do Banco de Portugal e nesse tempo e apesar da idade tinha uma ideia sobre a utilidade do BdP. Hoje, com muito mais formação não percebo muito bem para que serve essa coisa, além de dar bons tachos aos amigos do Bloco Central. Não serve para tornar transparentes as relações entre baços e clientes pois é sabido que a banca tem espoliado os cidadãos como bem quer perante a passividade do BdP.
Há quem diga que é um regulador, mas tanto quanto se sabe só tem sido regulador dos rendimentos dos seus administradores e quadros bem reformados, com destaque para os reformados, o mais famosos dos quais ressuscitou ontem no parlamento, talvez para se vingar do primeiro-ministro que lhe meteu os patins, mas como o povo já se esqueceu do seu direito adquirido à custa do bolso de todos nós, já fala outra vez com a voz grossa.
A verdade é que os bancos não se limitaram a “sacar” aos clientes incapazes de os enfrentar num tribunal e muito menos no tal regulador, também sacaram ao país perante a passividade de um regulador que não regulava nada. O tal banco da inteligência nacional da economia, que semestralmente diz cobras e lagartos da medidas ou das previsões dos governos, permitiu que os bancos destruíssem a economia portuguesa, para depois virem dizer que não deram por isso, que não tinham poderes para ver.
A desbunda chegou ao ponto de alguém, que foi gozado por uma juíza a propósito dos negócios off-shore do Millennium ter chegado a governador do BdP. Decisão de Teixeira dos Santos, um ministro que reunia muito com banqueiros e que decidiu escolher um modesto servir deles para lhes servir de regulador.
Não admira que tenha contratado o Sérgio Monteiro para vender o Novo Banco, pagou uma fortuna a esta sumidade para no fim ser feita uma proposta de venda digna de um taberneiro da minha terra. Em 2014 Vítor Bento tentou consolidar o bano no mercado, preparando-o para o valorizar e foi impedido por Carlos Costa, o governador pretendia uma venda rápida do banco.
Afinal Carlos Costa desvalorizou o banco durante dois anos e agora propôs a sua venda ao preço da uva mijona a uma entidade que o vai vender como se fosse um pacote de alcagoitas, para ficar com o seu património imobiliário e muito provavelmente com o controlo de muitos projectos imobiliários financiados pelo BES. De caminho os concorrentes do BES no sector privado, que aquando da resolução se comportaram como abutres tentando ficar-lhe com os depósitos e clientes. Começa a ser cada vez mais claro para que serviu a resolução do BES e porque razão alguém da máxima confiança de Passo e de Maria Luís foi “contratado” por Carlos Costa.