quinta-feira, janeiro 05, 2017

Umas no cravo e outras na ferradura




 Jumento do Dia

   
Assunção Cristas, especialista em combustíveis

Assunção Cristas decidiu falar do preço de combustíveis um pouco como dondoca que por via familiar depende do negócio, como dona de casa e como líder partidária que vai a uma estação de serviço sem self-service para não sujar as mãos, mas acima de tudo como dona de casa que sabe comparar dois preços, pouco se importando com as causas. Se Sousa Franco fosse vivo diria dele o que certa vez disse de Jorge Coelho, que a líder do CDS fala como um cavador.

Percebe-se que a líder do CDS, habituada representar os mais cristãos interesses salariais na economia, dê ouvidos aos gasolineiros como o pai ou ao senhor UBER do marido. Tirando isso não disse mais nada intelectualmente audível, disse as suas baboseiras do costume.

«O CDS vai voltar a propor no Parlamento que seja eliminado o adicional do Imposto sobre os Produtos Petrolíferos (ISP), já que “o preço do petróleo está a subir e não há necessidade de fazer essa correção”. O alerta sobre o aumento dos combustíveis este ano foi feito pela líder do partido Assunção Cristas, que convocou os jornalistas para o momento em que abasteceu o carro (com 20 euros) numa bomba de Alvalade, sendo confrontada com um negócio que também é o do seu pai.

“O meu pai tem uma bomba de gasolina, por acaso não é aqui mas tem há muitos anos e foi durante muitos anos representante do setor através da ANAREC“, a Associação Nacional de Revendedores de combustíveis”. Cristas respondia desta forma à pergunta de uma jornalista, depois de na primeira abordagem ter contornado a questão. Quando questionada sobre se era sensível ao tema por ter um familiar com uma bomba de gasolina, a líder do CDS respondeu apenas que “não” e que era sensível “porque qualquer português tem de pôr gasóleo todos os dias ou com muita frequência para poder andar. É um exercício que todos fazem e os que não fazem pagam-no por via dos aumentos dos transportes públicos“. O pai de Cristas tem uma bomba em Belém, segundo confirmou o Observador junto do CDS, e foi presidente da mesa da Assembleia Geral da ANAREC.

Assunção Cristas diz que ao manter-se o adicional do ISP, “não está a ser cumprido o princípio da neutralidade fiscal”. “Quando o Governo aumentou o adicional disse que era para compensar a baixa do petróleo”, argumentou a líder centrista dizendo que entretanto os portugueses ficaram a saber “que a vantagem da baixa do petróleo não ia para o bolso dos consumidores mas para o cofre das finanças. Essa foi a primeira deceção, a segunda foi saber-se que a neutralidade fiscal prometida pelo governo rigorosamente não aconteceu”.» [Observador]

      
 Le Pen oportunista
   
«A líder da Frente Nacional, Marine Le Pen, defende a saída de França da zona euro, mas que a moeda se mantenha no resto da Europa. A líder da extrema direita francesa e candidata à eleições presidenciais de maio mostra, pela primeira vez, preocupação com os efeitos de instabilidade nos mercados cambiais provocada pela saída do país da moeda única.

“Eu quero uma moeda nacional com o euro como moeda comum”, disse Le Pen à BFMTV, mostrando que quer manter uma moeda francesa em paralelo com a existência do euro e acrescentou mesmo: “E o ECU o que era?” A Unidade de Conta Europeia era um mecanismo de estabilização cambial, criado em 1979, que servia para suavizar ou corrigir as oscilações entre as moedas dos vários estados-membros.» [Observador]
   
Parecer:

Le Pen quer ganhar na UE jogando com políticas cambiais, tirando partido de uma moeda nacional num mercado comum.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»