quarta-feira, janeiro 04, 2017

Umas no cravo e outras na ferradura




 Jumento do Dia

   
Catarina Martins, santa inquisitora ideológica do PS

Já estive internado num hospital público gerido através de uma PPP e o meu testemunho é o de que a gestão era mais competente e os serviços de melhor qualidade do que os proporcionados por um outro grande hospital público onde estive internado na mesma ocasião. Mantive-me em contacto com profissionais desse hospital e garantiram-me que tinha ocorrido uma queda abrupta da qualidade com o regresso à gestão pública conduzida pela respectiva ARS.

Seria interessante comparar o desempenho e os custos dos dois modelos de gestão nesta unidade hospitalar, não se confundindo a construção e exploração de uma auto-estrada com a gestão de um hospital. Desde que tive doente e fi tratado num hospital público gerido por uma entidade privada que não tenho os preconceitos que a Catarina Martins evidencia.

Não tenho a certeza de que hospitais geridos por gente escolhida pelas concelhias dos partidos tenham melhor resultados e apresentem custos mais baixos do que os hospitais geridos com base na malditas PPP. O meu critério é o da qualidade e não tenho a certeza que o critério da ideologia conduza a melhores resultados.

Já agora, convém dizer que é muito feio a líder do BE falar em nome dos militantes e eleitores do PS, chamando a si a função de intérprete dos seus desejos. Já foi feito o senhor dos leitões ter dito que representava metade dos eleitores do PS, é ridículo que a líder do BE venha agora armada em Santa Inquisição do PS.

«A coordenadora do Bloco de Esquerda afirmou hoje que o seu partido está "frontalmente" contra novas Parcerias Público-Privadas (PPP), nomeadamente na saúde, antevendo que "muitos socialistas ficarão altamente desiludidos" se o Governo mantiver tais intenções.

Catarina Martins, após uma visita ao Estabelecimento Prisional de Lisboa (EPL), comentava assim o facto de o ministro da Saúde admitir a hipótese de um concurso internacional para os operadores privados fazerem uma proposta de valor melhor do que a atual para o Hospital de Cascais.

"O BE opõe-se frontalmente a novas PPP na saúde. O Governo pode ainda e deve recuar. Este não é um problema que conte só com a oposição do BE. Acho que ninguém no país percebe que se façam novas PPP. Atrevo-me mesmo a dizer que muitos socialistas ficarão altamente desiludidos se este Governo, ao invés de ter gestão pública do que é público, prosseguir no caminho das PPP, que todo o país sabe que tem sido desastroso", disse.» [Notícias ao Minuto]

 Um ministro cheio de Pica

O ministro do Ambiente está cheio de pica para a democracia e a propósito da entrega do STPC aos autarcas da região mais parecia um António Aleixo, construindo versos como "A pica que o PICA me dá". Enfim, um ministro inspirado pela pica.

Já tinha visto António Costa oferecer geringonças, agora é o ministro do Ambiente que distriibui pica para quem a quer sem pastilhas do Paulo Futre, só me resta ver o ministro da Agricultura oferecer-nos um espectáculo de porcos a andar de bicicleta.

 O défice certo



      
 Proibir a venda de produtos de risco na banca
   
«O Bloco de Esquerda quer proibir a venda de produtos de risco nos balcões dos bancos, que têm criado lesados como ocorreu com o BES e o Banif, e António Costa já se mostrou disponível para “pôr em ordem” o sistema financeiro. Ou seja, há interesses convergentes à esquerda.

O BE pretende recuperar um pacote de iniciativas da anterior legislatura – em que o PS se absteve e PSD e CDS chumbaram – para evitar “mais lesados” da banca, conta o “Diário de Notícias” esta terça-feira. Esta informação foi avançada por Pedro Filipe Soares, dirigente do Bloco, em declarações ao matutino.

“Não havendo nenhuma alteração à lei, dependendo apenas e só de uma ideia de que todos cumprirão as regras existentes, essas regras são permissivas ao ponto de podermos estar a criar novamente lesados para o futuro”, apontou o deputado.» [Expresso]
   
Parecer:

Resta esperar que as tabacarias deixem de vender tabaco, os talhos acabem com o toucinho, as lojas da Santa Casa ponham fim ao vício do jogo.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Elogie-se o BE por tanta bondade sanitária.»
  
  Boicotar a Ford é boicotar Trump
   


«A Ford Motor Company anunciou esta terça-feira que vai cancelar os seus planos de construção de uma estrutura de 1300 milhões de dólares (1235 milhões de euros) no México para investir 700 milhões de dólares (665 milhões de euros) na construção de uma fábrica no Michigan nos EUA. A decisão foi tomada com base nas políticas “pró-crescimento” defendidas pelo Presidente eleito, Donald Trump.

À CNN, o presidente-executivo (CEO) do fabricante automóvel americano, Mark Fields, explicou que a decisão é um “voto de confiança” em relação ao ambiente favorável ao investimento que está a ser criado por Trump. Desta feita, ficam salvaguardados pelo menos 700 postos de trabalho que iriam passar para o México.» [Público]
   
Parecer:

A partir de agora a marca Ford está associada a Trump, podendo sujeitar-se a um boicote global. Curiosamente esta ligação da Ford ao que de pior existe na política vem dos tempos de Hitler.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»

 O outro lado da UBER
   
«Entrámos no carro de Cândida* numa noite chuvosa de dezembro. O trânsito de hora de ponta prolongou a viagem entre a estação de Santa Apolónia e o Bairro Alto, em Lisboa, dando tempo à condutora para resumir os primeiros dois meses de trabalho para a Uber. “Como entrei a meio de outubro não o trabalhei completo, por isso ganhei muito pouco”, começa por explicar, para logo percebermos que, pelo seu primeiro mês de trabalho completo, novembro, Cândida conseguiu apenas 440 euros. Foram seis dias de trabalho por semana, 12 horas por dia. “Treze horas em vésperas de feriado”, acrescenta.

Fazendo a conta aos 26 dias que trabalhou, por cada uma das 312 horas recebeu 1,41 euros à hora. Brutos, porque grande parte dos motoristas são contratados em regime de recibos verdes e, daquele valor, ainda é preciso subtrair os impostos a pagar. Não há subsídio de férias, de Natal nem de almoço. Não há dias de férias pagos, nem proteção em caso de doença. Por cada viagem feita em Portugal, a Uber ganha 25%. Cândida ganha 35% do total das viagens, mais 5% se for assídua, ficando a empresa que a contratou com o restante. Apesar de fazer o horário de quem tem um emprego e meio, ganha menos que os 530 euros de salário mínimo fixados pelo Governo — que subiu para 557 euros a 1 de janeiro de 2017.

Mesmo assim, Cândida mantém o sorriso, com o entusiasmo de quem só agora começou um novo desafio. “Se calhar eu ainda não conheço os melhores sítios, onde há mais clientes”, arrisca. Mas também não pode circular muito à procura deles, porque o contrato que a empresa tem com o rent-a-car sobe consoante o número de quilómetros feitos. E a condutora é avaliada por tudo o que faz: quilómetros percorridos, acelerações, travagens. Tudo medido pela tecnologia. “O meu filho já tinha estado na Uber, mas não se deu bem com isto”, conta.» [Observador]
   
Parecer:

Talvez Assunção Cristas tenha algo a dizer sobre o assunto.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Questione-ser a esposa do Mr. UBER.»