Não admira que estando há quase um ano no poder tudo se
justifique com desvios, memorandos inultrapassáveis e que o debate político em
vez de ser feito no parlamento esteja a arrastar-se em processos judiciais
lançados pelo “braço armado” do PSD, que não servirão para outra coisa senão
para lançar suspeitas sobre um diabo chamado Sócrates.
O governo não quer discutir as suas ideias, governa segundo
determinação divina, as medidas económicas são decididas pelo Gaspar e isso é
motivo suficiente para que os portugueses não as possam questionar, aliás, se
um qualquer ministro não pode pôr em causa a vontade de Vítor Gaspar muito
menos o poderá fazer um qualquer labrego.
Se o povo quiser andar entretido com política, esse exercício
superior reservado a políticos que consigam demonstrar que não o são, então que
leiam o DN, o SOL ou o Correio da Manhã, ficam a saber o que pode interessar a
gente pouco qualificada e que seria perigoso decidir ou opinar sobre o governo,
para além da condenação do Rei Gohb terá a oportunidade de acompanhar o grande
folhetim nacional que é o caso Freeport, se não gostar tem a possibilidade de
acompanhar a telenovela apresentada pelos magistrados de outra comarca, o caso
Face Oculta.
É mais fácil acompanhar estes casos, devidamente explicados
por magistrados, advogados e jornalistas do que meter bedelho em coisas que o
p+ovo nunca compreendeu, a política é para os políticos, deve ficar reservada a
seres superiores como o Marques Mendes, o Gaspar, o Teixeira dos Santos, o Carlos
Costa, o Passos Coelho ou o Ângelo Correia, gente a quem a natureza teve o
cuidado de colocar um pirilampo no rabo para que não sejam confundidos com a imensidão
de idiotas a que se costuma designar por povo.
Começa a ser um hábito da direita este de governar sem
oposição, dá-se sempre a coincidência de aparecerem processos judiciais para
entreterem o maior partido da oposição enquanto o governo actua segundo
determinação divina. Dantes haviam os tribunais plenários que calavam a oposição,
agora são processos duvidosos que envolvem destacados dirigentes do maior
partido da oposição. Dantes havia uma PIDE e magistrados que a troco de
mordomias vendiam a alma ao diabo, agora não há PIDE mas aparecem por aí umas
organizações que não se sabe muito bem o que são mas que têm tido um papel mais
importante na política dos que os eleitores.
Durante quarenta e oito anos o país ficou prisioneiro da
mentalidade ruralista, durante dez anos foi governado por um senhor de
Boliqueime e foi o que se viu, de Durão Barroso não reza a história, agora é o
que se está a ver. Aproveitou-se Sá Carneiro, o único líder da direita
portuguesa com formação democrática, sem patrocínios duvidosos, sem a tacanhês
do ruralismo beirão ou do barrocal algarvio e que governou sem a muleta da
burguesia das magistraturas.
Sá Carneiro foi o único líder de direita que soube governar com ou sem maioria absoluta e que não se serviu de processos judiciais para eliminar a oposição, optou pelo debate de ideias. Agora parece que voltamos ao costume e não admira que quanto mais desagradáveis sejam os indicadores do insucesso governamentais mais animados andam os tribunais. Os idiotas dos eleitores não se devem preocupar com o desemprego, o défice ou a bancarrota, isso são coisas para os Gaspares, a populaça ignorante deve ir ao circo, onde, sem pagar bilhete, pode andar entretida com o inglês técnico do Sócrates e com as declarações de gente que nunca viu ou com as perguntas da juíza sobre os pormenores relacionados com o eng. Pinto de Sousa.
Sá Carneiro foi o único líder de direita que soube governar com ou sem maioria absoluta e que não se serviu de processos judiciais para eliminar a oposição, optou pelo debate de ideias. Agora parece que voltamos ao costume e não admira que quanto mais desagradáveis sejam os indicadores do insucesso governamentais mais animados andam os tribunais. Os idiotas dos eleitores não se devem preocupar com o desemprego, o défice ou a bancarrota, isso são coisas para os Gaspares, a populaça ignorante deve ir ao circo, onde, sem pagar bilhete, pode andar entretida com o inglês técnico do Sócrates e com as declarações de gente que nunca viu ou com as perguntas da juíza sobre os pormenores relacionados com o eng. Pinto de Sousa.