


Janelas na Lapa, Lisboa


Moinho do Cais, Montijo [A. Cabral]


Vítor Gaspar
Seria muito interessante se o ministro das Finanças explicasse a revisão dos valores da previsão de receita fiscal e se apresentasse dados consistentes de que a contracção económica muito acima das suas previsões tem um impacto mínimo nas receitas de impostos como o IVA ou o IRS. Começa a perceber-se a aproximação de Gaspar a Teixeira dos Santos, até parece que é o ex-ministro das Finanças que está ajudando o actual nas suas previsões.
Só falta a Gaspar garantir que as receitas fiscais estão em linha com as previsões, estão, não estão?
«Na proposta de orçamento rectificativo entregue agora na Assembleia da República, o governo reviu em baixa as previsões para a evolução das receitas fiscais este ano, estimando uma quebra de 198 milhões de euros na mesma face ao previsto na versão inicial do Orçamento do Estado para 2012. Contudo, e face ao resultado de 2011, as estimativas para 2012 ainda representam uma melhoria nas receitas fiscais.
Assim, e segundo a proposta de rectificativo, o Estado prevê encaixar 35,13 mil milhões de euros em impostos, valor que compara com os 34,16 mil milhões de euros de receitas fiscais conseguidas em 2011 segundo o OE para 2012.» [i]
Só falta a Gaspar garantir que as receitas fiscais estão em linha com as previsões, estão, não estão?
«Na proposta de orçamento rectificativo entregue agora na Assembleia da República, o governo reviu em baixa as previsões para a evolução das receitas fiscais este ano, estimando uma quebra de 198 milhões de euros na mesma face ao previsto na versão inicial do Orçamento do Estado para 2012. Contudo, e face ao resultado de 2011, as estimativas para 2012 ainda representam uma melhoria nas receitas fiscais.
Assim, e segundo a proposta de rectificativo, o Estado prevê encaixar 35,13 mil milhões de euros em impostos, valor que compara com os 34,16 mil milhões de euros de receitas fiscais conseguidas em 2011 segundo o OE para 2012.» [i]

Aquilo que dantes era asfixia democrática agora são gloriosos desafios colocados aos agentes da PSP que desempenham funções idênticas às que no passado eram desempenhadas por cavalos da GNR.

Toda esta diabolização de Sócrates a que estamos a assistir não é uma estratégia nova, da última vez que o PSD esteve no Governo Durão Barroso governou sem oposição à conta do Caso Casa Pia.


«Ainda não se extinguiu nem o eco mediático nem a indignação pela brutalidade policial do dia da greve geral e já a PSP entra em choque mais uma vez com a cultura da democracia, ao incluir entre os “desafios acrescidos” do seu plano de actividades para o ano de 2012 “as situações resultantes de manifestações”.
Ou seja, para a PSP "as situações resultantes de manifestações" são questões como o furto de carteiras ou o atropelamento e fuga. E é assim, com falinhas tecnocraticamente mansas, que um direito constitucional - "a todos os cidadãos é reconhecido o direito de manifestação", CRP Art.º 45, 2. - se vai pouco a pouco transformando num caso de polícia. Um dia destes os portugueses acordam num estado salazarista onde "são proibidos ajuntamentos de mais de duas pessoas".
A questão é que as polícias não funcionam simplesmente como órgãos do Estado com funções de defesa da legalidade democrática e garantia da segurança interna e dos direitos dos cidadãos. Também fazem doutrina, o que é próprio dos estados policiais. E o próprio Estado cada dia se identifica mais com concepções ideológicas e políticas e até mesmo com práticas culturais intolerantes e antidemocráticas. O Estado que supostamente anda a inquirir, muito preocupado, o que se passou no Chiado no dia da greve geral é o mesmo Estado que formou, educou, equipou, armou e comandou as forças de choque que actuaram no local com a brutalidade que os documentos fotográficos exibem.
Os "desafios acrescidos" significam que a Polícia espera por mais actuações ao longo do ano, na proporção directa do empobrecimento e dos protestos dos próprios polícias. Polícia contra polícias nem sequer seria uma originalidade em Portugal.» [DE]
Ou seja, para a PSP "as situações resultantes de manifestações" são questões como o furto de carteiras ou o atropelamento e fuga. E é assim, com falinhas tecnocraticamente mansas, que um direito constitucional - "a todos os cidadãos é reconhecido o direito de manifestação", CRP Art.º 45, 2. - se vai pouco a pouco transformando num caso de polícia. Um dia destes os portugueses acordam num estado salazarista onde "são proibidos ajuntamentos de mais de duas pessoas".
A questão é que as polícias não funcionam simplesmente como órgãos do Estado com funções de defesa da legalidade democrática e garantia da segurança interna e dos direitos dos cidadãos. Também fazem doutrina, o que é próprio dos estados policiais. E o próprio Estado cada dia se identifica mais com concepções ideológicas e políticas e até mesmo com práticas culturais intolerantes e antidemocráticas. O Estado que supostamente anda a inquirir, muito preocupado, o que se passou no Chiado no dia da greve geral é o mesmo Estado que formou, educou, equipou, armou e comandou as forças de choque que actuaram no local com a brutalidade que os documentos fotográficos exibem.
Os "desafios acrescidos" significam que a Polícia espera por mais actuações ao longo do ano, na proporção directa do empobrecimento e dos protestos dos próprios polícias. Polícia contra polícias nem sequer seria uma originalidade em Portugal.» [DE]
Autor:
João Paulo Guerra.

«Quando a Revolução Russa ocorreu, com a tomada do Palácio de Inverno, em Sampetersburgo (então, Petrogrado), a 7 de novembro de 1917, um jovem publicista italiano, Antonio Gramsci, escreveu o texto mais lúcido sobre o significado histórico desse acontecimento. Dizia Gramsci, que a tomada do poder político pelo partido de Lenine e Trotski constituía uma "Revolução contra o Capital". Não o capital, como categoria económica e social, mas contra O Capital (Das Kapital), a obra com que Marx efetuou a mais profunda caracterização da economia de mercado alguma vez realizada pela inteligência humana. Com efeito, para Marx e Engels, as revoluções proletárias, que derrubariam o capitalismo impondo uma nova sociedade e economia de modelo socialista, só poderiam ter sucesso em países de capitalismo avançado: a Grã-Bretanha, os EUA, a Alemanha ou a França. Nunca na Rússia, um atrasado país rural. Os bolchevistas foram uma espécie de marxistas da vontade, da autonomia do político. A realidade seria fraca desde que a vontade fosse forte. O custo do voluntarismo bolchevique não poderá ser feito nunca. Dezenas de milhões de mortos na Rússia, e depois na China, um país ainda mais improvável para o socialismo. Hoje, a mesma cega determinação ideológica governa os círculos monetaristas que dominam em Bruxelas e em Berlim. O seu objetivo é fazer de toda a Europa uma Grande Prússia fiel às regras de disciplina das finanças públicas, ditadas pelo Bundesbank, na altura da criação da União Económica e Monetária. A pressão da Comissão Europeia sobre a Espanha, no sentido desta recorrer ao fundo de resgate para acudir ao sector bancário, é mais um ato de agressão. Para estes ideólogos da "austeridade expansiva", a realidade do sofrimento social é um detalhe negligenciável.» [DN]
Autor:
Viriato Soromenho Marques.


«"Uma deterioração do cenário macroeconómico poderá conduzir à necessidade de adopção de medidas adicionais que garantam o cumprimento do objectivo orçamental", lê-se no boletim. Essas medidas poderão revestir-se da forma de aumentos nos "impostos indirectos e preços administrados"
O BdP está agora mais pessimista quanto à evolução da economia; espera uma recessão mais grave este ano e estagnação no próximo.
Ora, os objectivos orçamentais contratualizados entre Portugal e a 'troika' são definidos em percentagem do Produto Interno Bruto (PIB). Isto é, quanto menor for o PIB, mais difícil é cumprir as metas para o défice (para este ano, Portugal comprometeu-se a um défice de 4,5 por cento do Produto).» [CM]
O BdP está agora mais pessimista quanto à evolução da economia; espera uma recessão mais grave este ano e estagnação no próximo.
Ora, os objectivos orçamentais contratualizados entre Portugal e a 'troika' são definidos em percentagem do Produto Interno Bruto (PIB). Isto é, quanto menor for o PIB, mais difícil é cumprir as metas para o défice (para este ano, Portugal comprometeu-se a um défice de 4,5 por cento do Produto).» [CM]
Parecer:
Só Passos Coelho é que ainda fala em optimismo.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Façam-se mais furos no cinto.»

«A NATO deve assumir responsabilidades por ter ignorado os pedidos de socorro a uma embarcação, o que levou à morte de 63 refugiados vindos da Líbia em 2011, refere um relatório de uma investigação levada a cabo pelo Conselho da Europa e que hoje será apresentado na assembleia parlamentar da instituição.
Uma série de falhas por parte dos navios de guerra da NATO e de guardas costeiros europeus levou ao trágico desfecho, após o barco em que seguiam os emigrantes ter permanecido à deriva, sem auxílio, ao longo de duas semanas, conclui o Conselho da Europa ao fim de nove meses de investigação, cujo relatório foi divulgado na noite de quarta-feira pelo "The Guardian".» [Expresso]
Uma série de falhas por parte dos navios de guerra da NATO e de guardas costeiros europeus levou ao trágico desfecho, após o barco em que seguiam os emigrantes ter permanecido à deriva, sem auxílio, ao longo de duas semanas, conclui o Conselho da Europa ao fim de nove meses de investigação, cujo relatório foi divulgado na noite de quarta-feira pelo "The Guardian".» [Expresso]
Parecer:
Lamentável e sujo.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Proteste-se.»

«Mónica Mendes, que trabalhou na empresa de consultoria Smith & Pedro, voltou esta quinta-feira ao tribunal do Barreiro, onde decorre o julgamento, para precisar declarações feitas durante o inquérito e em anterior sessão de julgamento, segundo as quais ouviu o arguido Manuel Pedro dizer ao engenheiro João Cabral ter pago 500 mil contos ao então ministro do Ambiente, José Sócrates, para conseguir a aprovação do outlet Freeport em Alcochete.» [JN]
Parecer:
Coitada.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Exponha-se o caso a Miguel Relvas, talvez lhe arranje um lugar no banco off-shore.»





