segunda-feira, março 12, 2012

Umas no cravo e outras na ferradura

 
Foto Jumento

 
Arco do Rosário, Alfamal Lisboa
Imagens dos visitantes d'O Jumento
 

 
Descolagem [A. Cabral]
    
Jumento do dia

Albero João

Se algum dia o Alberto João conduzir a Madeira à independência, como parece ser seu desejo, criará um país proxeneta. Alguém que ontem pediu ajuda e hoje começa a falar em independência não criará grande coisa, criará um Estado onde florescerão negócios duvidosos.
 
«O presidente do Governo Regional, Alberto João Jardim, disse hoje que se a Madeira tiver a sua dívida pública controlada em 2015 os madeirenses poderão então questionar porque têm de aturar as "leis e os governantes" de Lisboa.

Alberto João Jardim deslocou-se hoje ao adro da igreja de Santa Cruz onde explicou às pessoas que iam saindo da missa dominical as razões pelas quais teve de assinar com o Estado português, "sob dominação estrangeira", o "Programa de Ajustamento Económico Financeiro" no valor de 1500 milhões de euros para fazer face a uma dívida pública regional de 6 mil milhões de euros, sublinhando que, na sua opinião, a Madeira não a teria se a República Portuguesa tivesse cumprido com as suas obrigações constitucionais ao nível da Educação e da Saúde que custaram à Região 9 mil milhões de euros desde 1976.» [DN]
   
 
 Políticos desleais'! Naaa...

«Nesta pacata aldeia suíça, a vida corre plácida como o ruminar da vaca dos chocolates. O pai vende o leite que a Nestlé paga bem, a mãe é caixa no Crédit Suisse e de aventura só o filho, que coordena, de Genebra, o envio de comida para o Sudão. O franco, forte, o emprego, garantido, a crise, dos outros, por cá é um bocejo. Mas, de vez em quando, o Presidente decide mandar uma pedrada ao lago Léman. Desta vez, foi a deslealdade. Deslealdade entre políticos?! Como se quer que nós, povo feliz e sem histórias, acreditemos que um primeiro-ministro do partido X esconda do Presidente do partido Y um PEC IV? Aqui na aldeia pensávamos que fosse preciso nascer um político duas vezes para encontrar um desleal. Até aceitamos que um Presidente mande o seu homem de mão pedir a um jornalista para lançar o boato que o primeiro-ministro lhe anda a escutar os telefones. A política é assim, tem traquinices. Agora, esconder um PEC IV?! Ainda por cima sabemos, foi público, que o primeiro-ministro do partido X falou do PEC IV ao líder do partido Y, o do Presidente. Queres ver que o líder do partido Y também escondeu o PEC IV do seu Presidente, e lhe foi desleal? Naaa... Agora só nos faltava que o tal homem de mão tivesse dito ao jornalista para sugerir que a fonte do boato das escutas era o chefe de um cantão - um jardim, por sinal - que até era do partido do Presidente!!! Deslealdade entre políticos? A pacata aldeia não acredita.» [DN]
 
Autor:
 
Ferreira Fernandes.
   
 O ódio e a política
 
«1. Com que objectivo o sr. Presidente da República escreve aquele prefácio nos seus "Roteiros"? Para quê abrir feridas antigas que apenas servem para dividir mais os portugueses? Que tipo de incómodo ainda lhe provoca José Sócrates? Será que não sabe que José Sócrates e o antigo Governo já foram julgados pelo eleitorado? Desconhecerá que nas suas funções não estão incluídos julgamentos morais? Lealdade institucional? Será o sr. Presidente capaz de dizer que foi sempre leal com o antigo Governo? De que tipo de lealdade ou mesmo de dignidade estamos a falar quando se ataca alguém que está afastado da vida política e que não se pode defender? Que diria se o Presidente da República na altura em que deixou de ser primeiro-ministro o viesse julgar na praça pública? A que propósito um Presidente em plenas funções faz balanços sobre as qualidades pessoais ou políticas de antigos primeiros-ministros? Terá esquecido as suas funções, a sua dignidade institucional?

Não, não pode ser. Cavaco Silva não pode estar a transformar-se numa caricatura dos colunistas que ficaram sem assunto quando Sócrates desapareceu da vida pública e que subitamente deixaram de escrever ou falar sobre política para se dedicarem a assuntos "mais elevados".

Não, o Presidente da República não pode estar a pensar em concorrer com pasquins que descobriram que a simples menção do nome Sócrates lhes faz subir as vendas, mesmo que seja preciso mandar às malvas as mais básicas regras da decência e que confundem jornalismo com insídia e desprezo pelos mais simples direitos de personalidade.

Não, Cavaco Silva não pode estar a pensar que ao pôr em causa o antigo primeiro-ministro compra alguma simpatia do actual Governo, numa altura em que as relações entre Passos Coelho e ele estão tão debilitadas, para ser austero nas palavras, e em que é notório que as soluções advogadas pelos dois não podem ser mais díspares. Passos Coelho estará até a pensar nos "Roteiros" do Presidente quando deixar de ocupar São Bento...

Não, o Presidente da República não pode imaginar que tirando o esqueleto de Sócrates do armário faz esquecer episódios como o das pensões ou o das escutas. Nós até estávamos dispostos a esquecer esses dislates, mas era por propósitos bem mais altos e bem mais importantes.

Não, Cavaco Silva não pode estar a embarcar na nau dos infelizes que é capaz de culpar Sócrates pela chuva na eira ou pelo sol no nabal.

Não, não é possível que o nosso representante desça a esse nível.

Mas, afinal, que objectivo quis o Presidente da República atingir com aquele texto ressabiado a tresandar a ajuste de contas? Não servirá, de certeza absoluta, para gerar consensos e unir os portugueses; não servirá para dignificar o papel institucional da Presidência da República, que não se coaduna com queixinhas e ataques a pessoas que lideraram, bem ou mal, o País; não dará peso político e respeitabilidade a quem vai ter de liderar o processo político quando, infelizmente, a crise económica degenerar em crise política; não ajudará o Governo que precisará do Presidente para mediar conflitos entre os partidos e parceiros sociais. Bom, conseguiu unir o PS, que pela primeira vez em muito tempo aparece a falar a uma só voz, mas a única coisa, pelos vistos, que agora agrega os socialistas é a indignação contra Cavaco Silva.

Só há uma explicação, e bem humana, para mais um infeliz momento do Presidente da República: há quem não domine os ódios e os rancores pessoais.

Pensar que há apenas uma semana pedia, neste mesmo espaço, para que o Presidente não voltasse a desiludir...

2. O Sindicato dos Magistrados do Ministério Público obteve o patrocínio de várias instituições financeiras para a realização do seu Congresso.

Francisco Proença de Carvalho, na sua página do Facebook, resumiu exemplarmente a situação e a sua gravidade. Escreveu o advogado: "Se o sindicato do Ministério Público lhe pedisse um patrocínio, recusava?"

Como disse João Palma ao Expresso sobre investigações que não deram em nada: pois...

Por decisão pessoal, o autor do texto não escreve segundo o novo Acordo Ortográfico»
[DN]
 
Autor:
 
Pedro Marques Lopes.
    
 
 PSD continua em queda
 
«O PSD mantém a tendência de queda e obtém no barómetro mensal de Março 36,2 por cento, segundo uma sondagem CM/Aximage.» [CM]
Parecer:
 
E não se percebe como poderá recuperar com as asneiras sucessivas que vai cometendo.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»
  
 Há políticos que são como as putas
 
«Joaquim Pina Moura disse acreditar que o país já ultrapassou o pior da desorientação da política económica.

"Eu acho que de uma forma ténue começam a aparecer indicadores, nomeadamente, aqueles que refletem o andamento da produção, ou seja o lado da oferta, que nos levam a perceber que o pior já passou" , afirmou o presidente da Iberdrola em Portugal, no programa "Gente que Conta" na TSF.

Pina Moura defendeu que Portugal não vai precisar de uma nova ajuda financeira, uma vez que os objetivos que o Governo de Passos Coelho negociou com o Banco Central Europeu (BCE), Comissão Europeia (CE) e Fundo Monetário Internacional (FMI) são os "necessários e suficientes".

"Goste-se ou não se goste é preciso reconhecer que temos com este Governo um rumo no sentido nacional", concluiu o econoimista e político cada vez mais afastado das suas origens comunistas
.» [Expresso]
 
Parecer:
 
Estão sempre do lado do poder.
 
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Vomite-se.»
  
 A anedota do dia
 
«Maria Luís Albuquerque explicou no Telejornal da RTP que “não temos uma situação de não haver cortes. Não há excepções. O que acontece é que está prevista uma suspensão do subsídio de Natal e de férias para todos os trabalhadores” e cortes médios nos gastos com os salários de 5%.

E em ambos os casos, não há empresas ou entidades que escapem a estes cortes. “Não há qualquer excepção. O que é possível é fazer adaptações nas empresas do sector empresarial do Estado, na condição absoluta de que se obtenha o mesmo corte”, isto dependendo de como são compostos os salários.»
[Jornal de Negócios]
 
Parecer:
 
Parece que a rapariga lê com atenção as declarações do Relvas.
 
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»