segunda-feira, março 26, 2012

Umas no cravo e outras na ferradura




Foto Jumento


Hospital de São José, Lisboa
Imagens dos visitantes d'O Jumento


Chaminé de Tomar [A. Cabral]
    
Jumento do dia


Sôr Álvaro

Parece que Passos Coelho encontrou utilidade para o seu ministro mais incompetente e idiota, o sôr Álvaro parece ter por função o trabalho sujo de falar sem classe do maior partido da oposição. Desde que ficou sem pastas o sôr Álvaro é uma espécie de ministro da mobilidade, o pobre anda de um lado para o outro falando mal do PS.

Alguém explica a este palerma que um ministro deve comportar-se com classe e não baixar o nível do debate político. Alguém livra este pobre país da poluição provocada por este palerma?

«O ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, acusou este domingo o PS de gostar de dizer que tem "responsabilidades" na concorrência e nos transportes, mas só ter deixado "dívidas", numa resposta ao líder parlamentar socialista.» [CM]
 
 

O bocejo mata o jornalismo

«O problema do jornalismo político num congresso do PSD em março de 2012, quando ninguém contesta a liderança do partido, é idêntico ao do jornalismo desportivo em julho, quando já não há campeonato e às manchetes de A Bola só resta gritar: "Vem aí Borongonga!" Ao voltar do almoço, ontem, Passos Coelho disse aos repórteres: "Deixem-me entrar no congresso", o que, por mais estranho que pareça, queria só dizer que ele queria entrar no congresso. Sem se deixar iludir pela quietude dos propósitos, um repórter pôs-se a esgaravatar e lançou ao homem que só queria entrar: "Quase que disse: deixem-me trabalhar..." Há dias, Sarkozy lançou a um repórter: "Idiota." Mas isso é França, sem brandos costumes. Daí o repórter de ontem ter insistido: "Sabe quem disse 'deixem-me trabalhar', não sabe?" É duro ser repórter de congressos pacatos. Mais, só comentador. Pelo menos por cá. Num país em que os comentadores fossem tão pândegos como um dirigente do PSD que sobe à tribuna e diz que há que passar à fase pós-capitalista - num país em que os comentadores merecessem Alberto João Jardim -, um congresso pacato podia ser interessante. Mas na televisiva mesa redonda para que depois Jardim foi convidado, e onde ele falou da dialética e d'O Banquete, de Platão, ninguém lhe deu para troca Epicteto ou outro filósofo da Antiguidade. Rir-nos-íamos todos. Mas não, falou-se de coisas graves. Se calhar também nos devíamos rir disso, mas dói.» [DN]

Autor:

Ferreira Fernandes
  
A culpa é 'deles'

«Ninguém estará esquecido de declarações de políticos condenados, acusados, indiciados ou simplesmente questionados sobre eventuais problemas com a lei do tipo "o povo responderá nas urnas" ou "os cidadãos mostraram em quem confiam". Lamentavelmente, não foram proferidas apenas por personagens menores do nosso panorama político, mas por gente com as mais elevadas responsabilidades. São frases que mostram um absoluto desprezo pelo Estado de direito. Neste, ninguém está acima da lei e não há eleição que possa pôr em causa a decisão de um tribunal ou uma investigação a quem quer que seja.
  
A Associação Sindical de Juízes (para quando uma associação sindical de deputados?) fez uma denúncia ao Ministério Público sobre eventuais ilegalidades no pagamento de despesas a membros do anterior Governo. Bom, se há indícios de irregularidades, investigue--se. Ninguém está acima da lei - como já se disse. É estranho, porém, que a associação sindical tenha razões para fazer uma denúncia contra o anterior Executivo e não tenha encontrado nenhuma hipótese de irregularidade noutros. Também não me recordo de denúncias da associação sindical deste ou doutro género contra quem quer que seja. Acresce a isto, como neste espaço José Manuel Pureza salientou, uma acção ser iniciada por quem depois a vai julgar. Causa, no mínimo, perturbações ao princípio fundamental da divisão de poderes.
  
Vários observadores justificaram esta atitude da associação sindical (não confundo a agremiação com a inteira classe profissional) com decisões do antigo Governo, nomeadamente a retirada de regalias, e até de poder servir como ameaça a possíveis futuras tomadas de posição do género já deste ou de próximos Governos.
  
Este cenário, a ser real, é grave. Os poderes conferidos pela Constituição aos juízes não podem ser utilizados como arma para lutas corporativas. Ou pior, para pressionar a feitura de leis, neste ou naquele sentido. Fazer isso seria pôr em causa todo o edifício constitucional. O juiz julga, não legisla. Quem faz as leis são os representantes do povo escolhidos em eleições.

A denúncia feita pela associação pode ser um indício de uma tendência perigosíssima a que vamos assistindo para que se criminalizem actos políticos. Mas, na essência, não é essa imensa perversão que está agora em causa. Não são decisões políticas que irão ser avaliadas. Esta atitude da associação vem, sim, na linha de um comportamento que passa por responsabilizar o poder político por todos os males do País - sobretudo os que se prendem com o sistema judicial. Os mesmos responsáveis sindicais do Ministério Público e dos juízes, que se mostram preocupadíssimos com as atitudes dos políticos, não demonstram qualquer tipo de preocupação ou de capacidade de olhar para a actuação dos seus representados.
   
Um exemplo: a corrupção é apenas um problema dos políticos, os juízes e os homens e as mulheres do Ministério Público são todos impolutos. O retrato que deles se traça é o de pessoas tocadas pelos deuses, entidades de uma superioridade ética e moral inquestionável, paladinos da justiça e da liberdade.
  
Mas a realidade é outra. Os processos arrastam-se nos tribunais durante anos e anos, o segredo de justiça é violado todos os dias, escutas ilegais aparecem em órgãos de comunicação, empresas vão à falência porque não conseguem reaver os seus créditos em tempo útil, a previsibilidade duma sentença é uma espécie de totobola. De quem é a culpa? Dos políticos, e das suas leis.
   
Um superprocurador tem indícios fortíssimos de gigantescas conspirações, de autênticos sindicatos de crime organizado, organiza-se uma equipa de peritos, faz-se uma equipa especial. Nada se descobre, nada se apura, a montanha pare um rato. De quem é a culpa? Dos políticos, pois claro.
  
Um agente judicial convence-se que um indivíduo qualquer é um criminoso. Vai tentar obter provas que consubstanciem a sua percepção (escuso-me de qualificar a iniquidade de um comportamento destes). Não as descobre. Mas como tem uma fé inabalável na sua intuição, diz a um amigo jornalista de que o tipo é um bandido. O jornalista faz uma manchete com base em indícios irrelevantes. Fica assim condenado o cidadão na opinião pública. De quem é a culpa desta vergonha? Dos políticos, obviamente.
  
O nosso sistema judicial está gravemente doente, e não há pior doença numa democracia. Os políticos terão a sua quota de culpas, mas convinha que os maiores responsáveis pelo estado de coisas assumissem os seus erros e tratassem da sua casa em vez de se meterem em assuntos que não são os seus e, principalmente, não arranjassem desculpas de mau pagador.»[DN]

Autor:

Pedro Marques Lopes.
      

Padre maroto

«Um padre de Tomar foi há duas semanas agredido por um marido, cego de ciúmes, que acabara de apanhar a sua mulher a ter relações sexuais com o pároco nas traseiras da casa do casal. O padre não apresentou uma queixa formal na GNR, mas o caso, cuja veracidade foi confirmada pelo CM, é já conhecido na cidade. E anteontem o sacerdote viu-se forçado a dar uma justificação durante a homilia – embora não tenha reconhecido a relação sexual com uma mulher casada.» [CM]
  
Barco desparecido no Tsunami no Japão aparece no Canadá

«Um barco de pesca japonês arrastado pelo tsunami de março de 2011 foi localizado à deriva na costa Oeste do Canadá, informaram as autoridades canadianas.
  
Marc Proulx, coordenador do Centro de Resgate Conjunto de Victoria, divulgou, sábado, o avistamento do barco.
   
O pesqueiro foi visto pela primeira vez por uma patrulha aérea militar canadiana, que percebeu que a embarcação estava à deriva sem ninguém ao leme desde o terramoto e o tsunami que abalaram o Japão, a 11 de março de 2011.» [JN]