Lealdade é um Presidente da República permitir que um dos seus braços direitos use o nome da Presidência da República para através de um jornal de referência fazer passar a falsa mensagem de que o governo poderá estar a promover escutas ao Presidente da República.
Lealdade é questionar a origem do dinheiro que poderá estar a financiar a dívida soberana quando o primeiro-ministro está afazer tudo para evitar a sujeição do país ao FMI e o seu ministro das Finanças está viajando pela China. Mas quando o país vende a EDP a uma empresa gerida pelo PC chinês e o responsável pelo financiamento da campanha presidencial foi promovido a gestor com um ordenado milionário já não há questões relativas a quem paga.
Lealdade é devolver vários diplomas de um governo com maioria absoluta ao parlamento com o argumento de que deveriam ser aprovados por uma grande maioria parlamentar e quando não há dúvidas quanto à constitucionalidade de uma medida e depois de ser o próprio Presidente a argumentar contra ela se opta pela promulgação passiva, como sucedeu com o corte dos subsídios prevista no OE.
Lealdade é um Presidente da República ganhar as eleições e usar o discurso de posse como libero acusatório e declaração de guerra a um governo eleito em eleições democráticas pelo povo português.
Lealdade é apelar aos jovens que se manifestem e depois fugir de uma manifestação de meia dúzia de alunos do ensino secundário.
Lealdade é um Presidente da República andar dois anos a elogiar as reformas promovidas por um governo e passar os dois seguintes a apoiar, receber em Belém e incentivar todos os opositores a essas reformas.
Lealdade é receber quase com uma estranha frequência o líder do sindicato dos magistrados do Ministério Público quando este é uma das personagens que mais se destaca na oposição ao governo.
Lealdade é perante um caso de justiça em vez de chamar o Procurador-Geral da República a Belém optar por chamar o líder do sindicato dos magistrados do Ministério Público.
Lealdade é um Presidente da República chamar a Belém uma série de amigos (como o João Salgueiro) que no fim das reuniões e em pleno Palácio de Belém usavam a oportunidade para fazerem longas comunicações ao país falando mal do governo e do primeiro-ministro.
Ainda bem que neste desgraçado país onde os valores ardem como um incêndio numa estepe, há uma ilha que resiste e é um bastião na defesa dos valores e virtudes pessoais. O que seria de nós sem um presidente que anda há décadas a ajudar o país com os seus conhecimentos de economia, a pedir aos seus melhores amigos para servirem Portugal de forma honesta e desinteressada, a perder dinheiro prescindindo de negócios menos transparentes e a servir de modelo de lealdade para os portugueses?
O que seria de nós sem esse farol em Belém?