prometeis um mundo novo,
calai-vos, que pode o povo
qu'rer um Mundo novo a sério.
António Aleixo
Se alguém se questionasse sobre o futuro do regime de Marcelo dias antes do 25 de Abril de 1974 poderia concluir sobre a mansidão de um povo, apesar da guerra estar a ser perdida em África ou do impacto da crise petrolífera nacional na economia portuguesa (algo que depois entrou no rol de culpas do gonçalvismo) o povo continuava tranquilo, se não fossem alguns estudantes mais agitados tudo estaria calmo no país. O nosso povo tem destas coisas, uma vezes parece cobarde, outras comporta-se de forma que pode ser apelidado de manso, ao contrário dos espanhóis ou dos gregos os portuguese não fervem em pouca água.
Curiosamente, esta mansidão é mais típica à esquerda do que à direita, a direita portuguesa tem um longo historial de golpes e contra golpes ou de arruaças. A maior parte dos golpes e tentativas de golpes de Estado pertenceram à direita e no seu currículo constam ainda os muitos atentados terroristas do ELP, a destruição de muitas dezenas de sedes partidárias ou as manifestações violentas que ficaram simbolizadas pela moca de Rio Maior.
A direita tem alguma razão ao considerar a esquerda como “mansa” quando se vê um glorioso sindicalista dos professores e destacado membro do CC do PCP batendo os calcanhares quando cumprimenta Passos Coelho, quando um Jerónimo de Sousa pouco mais faz do que ará uns guinchos, Louçã parece ter sido atacado pela doença de Parkinson e José Seguro lá continua todo inchado no seu papel de líder do PS.
O problema do povo é que ao fim de mais de um século de revoluções falhadas sabe que não pode confiar nas suas elites, os políticos querem o poder para se corromperem, os magistrados estão mais interessados em poder e mordomias do que em justiça, que os padres apalpam meninos entre as homilias. De que serve ao povo tirar Passos e meter Seguro ou vice-versa se tem a percepção de que ficará tudo na mesma? De que serve ao povo manifestar-se violentamente se acaba por levar ainda mais “nos cornos” e ter de pagar a despesa do arranjo e mais uns carros de luxo para os políticos por conta da corrupção no negócio dos arranjos?
O povo sabe muito bem que só pode contar com ele próprio, que nas horas difíceis os pobres só podem contar com os outros pobres, que as elites portuguesas não passam de proxenetas. É por isso que muita gente que anda a abusar da sorte dizendo que o povo é manso ou que o povo gosta da austeridade brutal deve ter cuidado. Os que vão aos seus congressos partidários dizer que estão fazendo uma revolução é melhor terem tento no que dizem, não vá o povo, como dizia Aleixo, querer uma revolução a sério.
Curiosamente, esta mansidão é mais típica à esquerda do que à direita, a direita portuguesa tem um longo historial de golpes e contra golpes ou de arruaças. A maior parte dos golpes e tentativas de golpes de Estado pertenceram à direita e no seu currículo constam ainda os muitos atentados terroristas do ELP, a destruição de muitas dezenas de sedes partidárias ou as manifestações violentas que ficaram simbolizadas pela moca de Rio Maior.
A direita tem alguma razão ao considerar a esquerda como “mansa” quando se vê um glorioso sindicalista dos professores e destacado membro do CC do PCP batendo os calcanhares quando cumprimenta Passos Coelho, quando um Jerónimo de Sousa pouco mais faz do que ará uns guinchos, Louçã parece ter sido atacado pela doença de Parkinson e José Seguro lá continua todo inchado no seu papel de líder do PS.
O problema do povo é que ao fim de mais de um século de revoluções falhadas sabe que não pode confiar nas suas elites, os políticos querem o poder para se corromperem, os magistrados estão mais interessados em poder e mordomias do que em justiça, que os padres apalpam meninos entre as homilias. De que serve ao povo tirar Passos e meter Seguro ou vice-versa se tem a percepção de que ficará tudo na mesma? De que serve ao povo manifestar-se violentamente se acaba por levar ainda mais “nos cornos” e ter de pagar a despesa do arranjo e mais uns carros de luxo para os políticos por conta da corrupção no negócio dos arranjos?
O povo sabe muito bem que só pode contar com ele próprio, que nas horas difíceis os pobres só podem contar com os outros pobres, que as elites portuguesas não passam de proxenetas. É por isso que muita gente que anda a abusar da sorte dizendo que o povo é manso ou que o povo gosta da austeridade brutal deve ter cuidado. Os que vão aos seus congressos partidários dizer que estão fazendo uma revolução é melhor terem tento no que dizem, não vá o povo, como dizia Aleixo, querer uma revolução a sério.