quinta-feira, março 01, 2012

Umas no cravo e outras na ferradura




Foto Jumento


Cisne-preto [Cygnus atratus] junto ao Cais das Colunas, Lisboa
Imagens dos visitantes d'O Jumento


Estremoz [A. Moura]
  
A mentira do dia d'O Jumento
 
 
António José Seguro foi "apanhado" no preciso momento em que saltava da carroça da austeridade, parece que o líder do PS percebeu que uma coisa é ter assinado o memorando, outra é ajudar a direita mais conservadora a destruir o modelo económico e social do país.
  
O mesmo Seguro que tem vindo a demarcar-se do mais troikista do que aTroika não deixou de aceitar o convite do Álvaro para provar um dos pastéis de nata da nova multinacional portuguesa, a Sociedade Lusa dos Pastéis de Nata. Parece que Seguro ficou agradado e até perguntou ao Álvaro se Cavaco Silva já comprou algumas acções da SLPN. Ao que parece Seguro gosta de investir pelo Seguro e prefere seguir as apostas do velho professor de economia:
   

Jumento do dia


João Proença, parceiro laboral do governo

Depois da contestação de que foi alvo João Proença decidiu usar as declarações de Vítor Gaspar acerca das previsões em relação ao aumento do desemprego, deu uns ares de lutador sindical e até ameaçou com mais lutas sindicais. Compreende-se o desejo de Proença de recuperar a credibilidade perdida, mas é ridículo ameaçar o governo com mais lutas quando se sabe que enquanto líder da UGT é um general sem tropas.
 
Como se tem percebido pela forma como o governo aproveitou o acordo laboral que subservientemente assinou João Proença vendeu barato os direitos dos trabalhadores portugueses em nome dos quais se armou em representante de forma abusiva. Só que agora bem pode protestar, fez o papel de pastilha elástica da direita e dos senhores das condefederações patronais e a esta hora essa pastilha já foi mascada e atirada para o lixo.
 
«O secretário-geral da UGT, João Proença, considerou hoje que o Governo se demitiu do seu papel ao apresentar uma taxa de desemprego de 14,5 por cento para 2012, admitindo um aumento da conflitualidade laboral nos próximos meses.
  
"A mensagem do Governo para os portugueses é a que 'nós não vamos pelos desempregados e se no fim conseguirmos um desemprego de 14,3/14,4 fomos uns heróis, porque ficou abaixo da previsão. É a mensagem mais disparatada que nós já ouvimos", disse.» [DN]

 Novos pobres

Ao designar os alvos preferenciais dos empobrecidos por opção de Gaspar e Coelho o Presidente da República oficializou a existência e uma nova classe de pobres inventada pelo actual governo, os empobrecidos em 2012.

  
Nunca tal tinha sucedido em Portugal, no passado as más fases atingiram a generalidade dos portugueses opção de gente mal intencionada, a austeridade foi direccionada para apenas alguns, os odiados por liberais de pacotilha que se revelaram gente irresponsável.
      
 

 E não teve um óscar

«O Governo decidiu impor às empresas públicas que tenham mulheres nos seus Conselhos de Administração e de fiscalização. A secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e da Igualdade explicou à Lusa que a resolução não impõe quotas "ainda", mas que "para muita gente na UE", se até 2015 não houver 30% de mulheres nos conselhos de administração das grandes empresas, será criado um "instrumento vinculativo", o que tanto pode significar que se fará uma lei como que se recorrerá a uma força de intervenção.
  
A coisa suscita, no entanto, algumas dúvidas: se é o Governo quem, directa ou indirectamente, nomeia os membros dos Conselhos de Administração das empresas do Estado porque é que precisa de uma decisão sua, Governo, para se obrigar a nomear mulheres? Será para poder justificar-se a um improvável "lobby" do macho ibérico que, por sua iniciativa, não nomearia mulher nenhuma, mas que infelizmente foi obrigado a isso? E se o "lobby" lhe perguntar: "Obrigado por quem?", responderá o Governo: "Por mim mesmo"? E uma última dúvida ainda, que a Lusa não esclarece: o filme é com os Irmãos Marx ou com os Monty Python?
  
O plano (porque, aparentemente, há um "plano") passa também por o Estado apresentar uma proposta, não custa imaginar que "irrecusável", às empresas privadas onde é accionista e às cotadas em bolsa para que façam exactamente o mesmo. (Aqui chegados, já me parece mais tratar-se de "O Padrinho" IV).» [Jornal de Negócios]

Autor:

Manuel António Pina.
  

 Mais uma raquetada

«O presidente da República defendeu esta quarta-feira, em entrevista à TSF, que é "impossível impor mais austeridade" a um conjunto de portugueses mais vulneráveis, "a que agora se chama novos pobres", e disse que "é preciso olhar às pessoas".» [CM]

Parecer:

Este pingue-pongue está a ficar animado.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se um sorriso.»
  
 Os cubanos estão a deixar de ir à Madeira

«A Região Autónoma da Madeira perdeu entre janeiro e outubro de 2011 cerca de 15% de hóspedes portugueses, informou hoje a secretária regional da Cultura, Turismo e Transportes, Conceição Estudante.» [DN]

Parecer:

A Madeira parece estar a sofrer mais com a austeridade no "contenente" do que com o resgate negociado entre o Alberto e Passos Coelho.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Temos pena.»
       
 A anedota do dia

««O Governo está a fazer um caminho de recuperação do país, foi isso que foi ao longo últimos oito meses e será assim ao longo do mandato, criando condições para que a economia portuguesa possa crescer. O Governo tudo tem feito para limitar a austeridade», disse o ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, em declarações aos jornalistas em Lisboa, durante uma visita ao Salão Internacional do Setor Alimentar e Bebidas (SISAB), que hoje encerrou.
 
Cavaco Silva, numa entrevista emitida hoje pela estação de rádio TSF, afirma que há um «conjunto de pessoas» a quem se chama agora «os novos pobres» e a quem «é impossível impor mais austeridade», referindo que essas pessoas «são aquelas que são mais atingidas por medidas, não tendo, às vezes, em conta a especificidade de cada grupo».» [TVI24]

Parecer:

Se não estivesse a gozar com os portugueses o Relvas merecia uma gargalhada.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Ainda que Relvas esteja a gozar com as dificuldades dos portugueses e a responder a Cavaco Silva de forma pouco própria dê-se a merecida gargalhada.»
  
 Vai fazer-se justiça

«Deputados de todos os partidos convergiram nesta quarta-feira na reintegração no Exército do capitão de Infantaria Barros Basto, afastado por motivos “político-religiosos” em 1937, comprometendo-se em, último caso, a legislarem como o Parlamento fez no caso Aristides de Sousa Mendes.
 
Arthur Carlos Barros Basto foi um herói da I Guerra Mundial e o militar que hasteou a bandeira da República no Porto, mas a sua conversão ao judaísmo e liderança de uma campanha nacional e internacional pela busca e conversão dos descendentes dos judeus portugueses marranos ditou o seu afastamento do Exército em 1937.» [Público]

Parecer:

Só se lamenta que a justiça tenha chegado tão tarde, 38 anos depois do 25 de Abril.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aprove-se.»
  
 Cavaco Silva no seu melhor

«A influência excessiva das agências de rating é um reflexo da «cobardia política» dos líderes europeus, segundo o Presidente da República. Cavaco Silva critica a falta de solidariedade na Europa, que «padece de alguma má moeda».» [Diário Digital]

Parecer:

O mesmo Cavac Silva que agora ataca violentamente os políticos europeus por não fazerem frente às agências de rating dizia no tempo de Sócrates que se devem respeitar os mercados.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se um sorriso cínico.»
  
 Trabalhadores da CM de Setúbal pagam o populismo fácil do PCP

«Cerca de 400 funcionários da câmara de Setúbal terão de devolver perto de um milhão de euros relativos a aumentos salariais decorrentes de alterações de posição remuneratória por opção gestionária referentes aos anos de 2009 e 2010.
 
(...) Apesar disso a autarca anulou os despachos de 2009 e 2010 e os trabalhadores vão ter de repor os valores auferidos indevidamente. Caso contrário caberá à presidente da câmara assumir, “com recurso ao seu salário e património”, o reembolso desses valores, já que é a autarca que incorre na “responsabilidade financeira sancionatória e reintegratória”. Os pagamentos podem ser feitos de forma parcelar até ao final do ano subsequente ao da anulação do despacho, ou seja, até ao final de 2013.
 
Há casos de trabalhadores em que os aumentos foram superiores a 150 euros por mês. Os valores recebidos, alguns deles com efeitos retroactivos, ascendem em alguns casos a perto de cinco mil euros.» [Público]

Parecer:

É uma pena que o reembolso não seja voluntário, dessa forma a presidente teria de pagar pelos seus abusos.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Proteste-se.»