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Beco do Castelo, Mouraria, Lisboa
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Alcochete [A. Cabral]
Jumento do dia
Passos Coelho
O argumento usado por Passos Coelho para justificar a venda ao
Partido Comunista Chinês da participação que o Estado ainda detinha naquela
empresa da democracia económica. Agora sabemos que a democracia económica é
financiar os accionistas privados da EDP com muito mais dinheiro do que a EDP custou
aos chineses e empregar amigos na administração da empresa ao mesmo tempo que
se substituem governantes indisciplinados por amigos da empresa.
«O secretário de Estado da Energia é a primeira baixa no Governo de Pedro Passos Coelho. Henrique Gomes - que deverá ser substituído no cargo por Artur Trindade, director da entidade reguladora do sector energético (ERSE) - apostou na reestruturação do sector e no corte de custos que têm um impacto na tarifa energética, mas fê-lo contra os operadores do sector e acabou numa guerra que resultou na sua demissão.
Oficialmente, o Ministério da Economia não comentou a informação revelada em primeira mão ontem ao final do dia pelo Diário Económico, no ‘site' www.economico.pt. Já o gabinete do primeiro-ministro avançou que as razões invocadas para a saída de Henrique Gomes são de carácter pessoal e familiar.
No entanto, os verdadeiros motivos para a sua demissão prendem-se com as tensões entre Henrique Gomes e os principais ‘players' do sector, em especial a EDP, que começaram praticamente desde que tomou posse há oito meses. O mais recente caso terá sido o estudo encomendado pelo Governo a uma entidade independente para avaliar o custo das rendas excessivas pagas pelo sistema eléctrico nacional às grandes produtoras de electricidade, e que apontava para um ‘cheque' de 3,9 mil milhões de euros a essas empresas. O objectivo do Governo seria cortar 2,5 mil milhões deste montante, seguindo assim as orientações da ‘troika' que exigem uma forte redução dos custos de interesse económico neste sector.» [DE]
Pobre Cavaco
Mesmo depois de ter ajudado a substituir Sócrates por Passos Coelho continua a ser vítima do desprezo do ex-primeiro-ministro. Se dantes o primeiro-ministro só o informava quando bem entendia ser seu dever informar o "p"residente, agora nem se dá ao trabalho de lhe responder deixando o cronista de Boliqueime a falar sozinho.
Quem sai aos seus...
Coincidências
Talvez para celebrar o encerramento do Congresso Nacional do Povo, em Pequim, o governo substituiu o secretário de Estado da Energia, o governante que foi criticado em público pelo presidente da EDP vai ser substituído por aquele que deveria merecer dúvidas à eléctrica por ser o até agora presidente do regulador.
No mesmo dia em que os chineses da EDP se livram do secretário de Estado da Energia a Fomentivest, empresa de Ângelo Correia que patrocinou a carreira de Passos Coelho, passa a estar representada na administração da Águas de Portugal. Sabendo-se que a Águas de Portugal vai ser privatizada e do interesse da Fomentivest neste tipo de negócios é de prever um excelente ano de 2013 para Ângelo Correia.
O PS e Cavaco Silva
Perante a última manobra de Cavaco Silva só resta uma posição ao PS, cortar relações com o senhor Cavaco Silva e limitar as relações institucionais com Belém ao mínimo institucionalmente exigível. É cada vez mais evidente que Cavaco Silva não é um presidente isento e está usando os seus disparates verbais para ajudar a direita, vindo em seu socorro sempre que o governo está em dificuldades.
Compreende-se que um "p"residente de direita ajude o governo que está em funções graças à sua ajuda, mas não é aceitável para o PS que essa ajuda seja feita com golpes sucessivos ao maior partido da oposição. Este não é um "p"residente de todos os portugueses, é assim que vai ficar na história e é dessa forma que deve ser tratado.
O secretário de Estado da Energia não se demitiu
Compreende-se que um "p"residente de direita ajude o governo que está em funções graças à sua ajuda, mas não é aceitável para o PS que essa ajuda seja feita com golpes sucessivos ao maior partido da oposição. Este não é um "p"residente de todos os portugueses, é assim que vai ficar na história e é dessa forma que deve ser tratado.
O secretário de Estado da Energia não se demitiu
Foi electrocutado! Foi fazer xixi onde não devia.
Chove fé sobre a seca
«Do meu lado esquerdo, Assunção Cristas, ministra da Agricultura, do meu lado direito, António Vitalino Dantas, bispo de Beja. Ambos combatem pela chuva. Na minha opinião, Cristas melhor. Não que a ministra consiga trazer mais chuva. Aí, está como o bispo: não pingará nem uma gota com o que uma e outro façam (digo eu, que organizei o combate e estabeleci as regras, e a primeira delas é: nem ministros nem bispos fazem chover). Quando digo que a ministra faz melhor do que o bispo refiro-me a combater. Em combates destes, que nos escapam, há que saber dar a volta à coisa. A ministra da Agricultura sabe que é julgada pelo que se passa no seu pelouro. Com a persistência da seca, ela anunciou a sua medida: "Sou uma pessoa de fé, esperarei que chova." Isto é, sacudiu a não água do capote. Quando nada há a fazer, repito, é o mais avisado. Se por acaso chover, o povo vai pensar que ela se relaciona bem alto... Já o bispo de Beja, sobre a chuva, lamentou a falta de orações: "A maioria da população não acredita na providência divina, mas somente na previdência de Bruxelas." Perigosa tática, a do senhor bispo. É que de Bruxelas sempre é capaz de pingar qualquer coisinha. E se depois vier uma carga de água, vamos jurar que não houve intervenção de São Pedro, pois não teria havido, segundo o próprio bispo, orações. Em tempos antigos, para falar ao povo, não havia nada como a Igreja. Agora, os políticos são manifestamente mais hábeis.» [DN]
Autor:
Ferreira Fernandes.
O batom vermelho de Belém
«A teoria foi criada por Leonard Lauder, presidente da empresa de cosméticos Estée Lauder, em 2001. É o índice do batom e prova que, em tempos de crise, o consumo do delicioso cosmético dispara. A razão é desconhecida: as mulheres canalizam os recursos disponíveis para um produto comparativamente barato e com “efeito imediato”? A crise estimula a depressão e a depressão tende a ser compensada com o maior uso dos cosméticos? Aqui não há consenso, mas o índice do batom de Lauder é considerado fiável. As crises económicas e os atentados terroristas de 2011 em Nova Iorque coincidiram com o aumento do consumo de batons.
Nestes tempos cinzentos, de recessão e com índices de desemprego assustadores, o nosso batom vermelho tem sido Aníbal Cavaco Silva. Passos Coelho cai nas sondagens? Aníbal centra a “agenda” em José Sócrates. O desemprego dispara? Aníbal divulga um prefácio com uma denúncia espectacular. A recessão vai ser maior do que as optimistas previsões iniciais? Todo o PS, os comentadores político e o país em geral têm um fantástico bombo da festa – sim, o mesmo, Aníbal Cavaco Silva.
À medida que a crise se agrava, Aníbal “vende” cada vez mais, funcionando como uma manobra de distracção ao estilo de um batom vermelho. Não é por sua vontade expressa que Aníbal Cavaco Silva tem funcionado como barreira hidratante do governo Passos. Mas as circunstâncias têm-no levado aqui, malgré lui, para delícia dos anticavaquistas hoje instalados no governo, que nunca esperariam vir a contar com esta inaudita ajuda por parte do Presidente da República.
A verdade é que a história não tem nem mais nem menos importância que um batom vermelho. Afinal, muito antes do bendito prefácio, Cavaco Silva já se tinha queixado de falta de lealdade institucional e da falta de cooperação entre órgãos de soberania. Foi em Dezembro de 2008, a propósito do Estatuto dos Açores, que Cavaco denunciou ter sido “posta em causa a lealdade no relacionamento entre órgãos de soberania”, acusando de estar ferida “a cooperação estratégica”. Nesse longínquo 2008, Cavaco avisou que a lei em causa “abala o equilíbrio de poderes e afecta o normal funcionamento das instituições” e que “a qualidade da nossa democracia sofreu um sério revés”. Se bem se lembram, não aconteceu nada. Porque é que teria que acontecer depois, quando José Sócrates – praticamente já demitido por Cavaco, senão na forma, na perda de confiança expressa no discurso da tomada de posse – lhe escondeu o PEC IV?
António José Seguro, o secretário-geral do PS, veio ontem dizer que não entende “a utilidade para o país do prefácio no caso concreto das críticas que foram objecto de análise pública por parte do Presidente da República”. É um facto que não têm qualquer utilidade para o país, mas têm uma imensa utilidade para o governo em tempos de crise. O facto de Cavaco Silva (desde a famosa declaração das pensões) se ter transformado no batom do governo é uma circunstância inesperada e relativamente assustadora.» [i]
Nestes tempos cinzentos, de recessão e com índices de desemprego assustadores, o nosso batom vermelho tem sido Aníbal Cavaco Silva. Passos Coelho cai nas sondagens? Aníbal centra a “agenda” em José Sócrates. O desemprego dispara? Aníbal divulga um prefácio com uma denúncia espectacular. A recessão vai ser maior do que as optimistas previsões iniciais? Todo o PS, os comentadores político e o país em geral têm um fantástico bombo da festa – sim, o mesmo, Aníbal Cavaco Silva.
À medida que a crise se agrava, Aníbal “vende” cada vez mais, funcionando como uma manobra de distracção ao estilo de um batom vermelho. Não é por sua vontade expressa que Aníbal Cavaco Silva tem funcionado como barreira hidratante do governo Passos. Mas as circunstâncias têm-no levado aqui, malgré lui, para delícia dos anticavaquistas hoje instalados no governo, que nunca esperariam vir a contar com esta inaudita ajuda por parte do Presidente da República.
A verdade é que a história não tem nem mais nem menos importância que um batom vermelho. Afinal, muito antes do bendito prefácio, Cavaco Silva já se tinha queixado de falta de lealdade institucional e da falta de cooperação entre órgãos de soberania. Foi em Dezembro de 2008, a propósito do Estatuto dos Açores, que Cavaco denunciou ter sido “posta em causa a lealdade no relacionamento entre órgãos de soberania”, acusando de estar ferida “a cooperação estratégica”. Nesse longínquo 2008, Cavaco avisou que a lei em causa “abala o equilíbrio de poderes e afecta o normal funcionamento das instituições” e que “a qualidade da nossa democracia sofreu um sério revés”. Se bem se lembram, não aconteceu nada. Porque é que teria que acontecer depois, quando José Sócrates – praticamente já demitido por Cavaco, senão na forma, na perda de confiança expressa no discurso da tomada de posse – lhe escondeu o PEC IV?
António José Seguro, o secretário-geral do PS, veio ontem dizer que não entende “a utilidade para o país do prefácio no caso concreto das críticas que foram objecto de análise pública por parte do Presidente da República”. É um facto que não têm qualquer utilidade para o país, mas têm uma imensa utilidade para o governo em tempos de crise. O facto de Cavaco Silva (desde a famosa declaração das pensões) se ter transformado no batom do governo é uma circunstância inesperada e relativamente assustadora.» [i]
Autor:
Ana Sá Lopes.
Arrasar e fazer de novo
«Entre 1405 e 1433, o almirante chinês Zeng He comandou sete ambiciosas viagens marítimas de exploração no Oceano Índico. Na sexta delas, em 1421, desceu a costa da África Oriental visitando Mogadixo, Mombaça, Melinde, Zanzibar e Quiloa (perto da fronteira sul da actual Tanzânia), onde voltou, mais tarde, em 1433. Depois disso, foram bruscamente interrompidas as expedições chinesas a essa parte do mundo.
Parece provável que estivessem informados de que, passando o cabo mais meridional da África, poderiam depois navegar para norte a caminho da Europa. Porém, nunca o fizeram. Ao invés, os portugueses, que nessa mesma época haviam acabado de chegar ao Bojador, prosseguiram a exploração da costa africana rumo ao sul, dobraram em 1487 o Cabo da Boa Esperança e chegaram em 1498 à Índia. Como se explica esta disparidade de ambição entre chineses e portugueses?
David Landes opina, no seu "The Wealth and Power of Nations: Why Some Are So Rich and Some Are So Poor", que aos chineses faltavam visão, foco e, acima de tudo, curiosidade. Não estavam interessados em aprender e ver coisas novas, apenas em subjugar e cobrar tributos. Este ponto de vista é genericamente subscrito por Niall Ferguson em "Civilization: The West and the Rest" (recentemente traduzido para português), um panegírico da suposta superioridade cultural do ocidente sobre o oriente.
Ao invés, Fernandez-Armesto faz notar (1492: "The Year Our World Began") que a passagem do Índico para o Atlântico era perigosa e pouco atraente. Porque haveriam os marinheiros chineses de arriscar-se a tornear a África e a percorrer um longo caminho marítimo para chegarem a uma região distante do mundo onde – sabiam-no bem – pouco havia que lhes interessasse? Pelo contrário, uma nação de fracos recursos como Portugal, situada nos confins da Euroásia e do seu próprio continente, tinha um forte incentivo para curto-circuitar as rotas tradicionais do comércio entre o ocidente e o oriente e, enfrentando grandes perigos, chegar à Índia pela rota do cabo. Mera análise custo-benefício, pois.
Landes detecta no episódio uma diferença de atitude cultural, à qual atribui a responsabilidade decisiva na viragem histórica que conduziu à hegemonia europeia duradoura sobre o planeta. Fernandez-Armesto sugere que essa disparidade é ela própria fruto de uma multiplicidade de circunstâncias geográficas, políticas, económicas, sociais e tecnológicas. Por outras palavras, havia muitas razões para os europeus sentirem curiosidade pelo Oriente, e quase nenhumas para os chineses se interessarem pela Europa. Qual das duas interpretações é então mais profunda: a de Landes ou a de Armesto?
Uma corrente hoje dominante entre os economistas sustenta, na esteira de Landes e Ferguson, que as diferenças de desenvolvimento entre países se explicam principalmente pelas suas culturas e pelas instituições que as corporizam – o que equivale, afinal, a reconhecer que, na sua essência, o desenvolvimento económico não é um fenómeno económico. Ninguém pode seriamente negar a importância desses factores, mas, como Armesto mostra, também eles exigem uma explicação. Há, de facto, suficiente evidência histórica para nos levar a pensar que as instituições são tanto causa como resultado desse mesmo desenvolvimento: por exemplo, a investigação científica é tanto motor do crescimento quanto resultado dele.
Não se pode, além disso, pretender que existe um conjunto bem definido de instituições e traços culturais ideais que todos deveremos obrigatoriamente copiar, dado que as mesmíssimas instituições se revelam excelentes em certos contextos e péssimas noutros. Se a população da Holanda trocasse connosco de lugar, ambos os povos teriam por força que rever em profundidade e com a máxima urgência as suas respectivas atitudes. É, por isso, absurda a ideia em voga de que nos desenvolveremos copiando as instituições da Irlanda, da Finlândia, da Coreia do Sul ou de qualquer outro país.
As instituições alheias não se macaqueiam: adoptam-se sob condição e depois adaptam-se por tentativa e erro. A ilusão de que pode ser vantajoso arrasar periodicamente o que existe para recomeçar do zero é, precisamente, uma característica distintiva de sociedades frágeis, que carecem de uma forte cultura partilhada e de instituições resistentes às contrariedades – por outras palavras, é um traço característico de sociedades subdesenvolvidas.» [Jornal de Negócios]
Parece provável que estivessem informados de que, passando o cabo mais meridional da África, poderiam depois navegar para norte a caminho da Europa. Porém, nunca o fizeram. Ao invés, os portugueses, que nessa mesma época haviam acabado de chegar ao Bojador, prosseguiram a exploração da costa africana rumo ao sul, dobraram em 1487 o Cabo da Boa Esperança e chegaram em 1498 à Índia. Como se explica esta disparidade de ambição entre chineses e portugueses?
David Landes opina, no seu "The Wealth and Power of Nations: Why Some Are So Rich and Some Are So Poor", que aos chineses faltavam visão, foco e, acima de tudo, curiosidade. Não estavam interessados em aprender e ver coisas novas, apenas em subjugar e cobrar tributos. Este ponto de vista é genericamente subscrito por Niall Ferguson em "Civilization: The West and the Rest" (recentemente traduzido para português), um panegírico da suposta superioridade cultural do ocidente sobre o oriente.
Ao invés, Fernandez-Armesto faz notar (1492: "The Year Our World Began") que a passagem do Índico para o Atlântico era perigosa e pouco atraente. Porque haveriam os marinheiros chineses de arriscar-se a tornear a África e a percorrer um longo caminho marítimo para chegarem a uma região distante do mundo onde – sabiam-no bem – pouco havia que lhes interessasse? Pelo contrário, uma nação de fracos recursos como Portugal, situada nos confins da Euroásia e do seu próprio continente, tinha um forte incentivo para curto-circuitar as rotas tradicionais do comércio entre o ocidente e o oriente e, enfrentando grandes perigos, chegar à Índia pela rota do cabo. Mera análise custo-benefício, pois.
Landes detecta no episódio uma diferença de atitude cultural, à qual atribui a responsabilidade decisiva na viragem histórica que conduziu à hegemonia europeia duradoura sobre o planeta. Fernandez-Armesto sugere que essa disparidade é ela própria fruto de uma multiplicidade de circunstâncias geográficas, políticas, económicas, sociais e tecnológicas. Por outras palavras, havia muitas razões para os europeus sentirem curiosidade pelo Oriente, e quase nenhumas para os chineses se interessarem pela Europa. Qual das duas interpretações é então mais profunda: a de Landes ou a de Armesto?
Uma corrente hoje dominante entre os economistas sustenta, na esteira de Landes e Ferguson, que as diferenças de desenvolvimento entre países se explicam principalmente pelas suas culturas e pelas instituições que as corporizam – o que equivale, afinal, a reconhecer que, na sua essência, o desenvolvimento económico não é um fenómeno económico. Ninguém pode seriamente negar a importância desses factores, mas, como Armesto mostra, também eles exigem uma explicação. Há, de facto, suficiente evidência histórica para nos levar a pensar que as instituições são tanto causa como resultado desse mesmo desenvolvimento: por exemplo, a investigação científica é tanto motor do crescimento quanto resultado dele.
Não se pode, além disso, pretender que existe um conjunto bem definido de instituições e traços culturais ideais que todos deveremos obrigatoriamente copiar, dado que as mesmíssimas instituições se revelam excelentes em certos contextos e péssimas noutros. Se a população da Holanda trocasse connosco de lugar, ambos os povos teriam por força que rever em profundidade e com a máxima urgência as suas respectivas atitudes. É, por isso, absurda a ideia em voga de que nos desenvolveremos copiando as instituições da Irlanda, da Finlândia, da Coreia do Sul ou de qualquer outro país.
As instituições alheias não se macaqueiam: adoptam-se sob condição e depois adaptam-se por tentativa e erro. A ilusão de que pode ser vantajoso arrasar periodicamente o que existe para recomeçar do zero é, precisamente, uma característica distintiva de sociedades frágeis, que carecem de uma forte cultura partilhada e de instituições resistentes às contrariedades – por outras palavras, é um traço característico de sociedades subdesenvolvidas.» [Jornal de Negócios]
Autor:
João Pinto e Castro.
E não é que "tinh'rrazão"?
«O bispo de Beja apelou aos crentes para que se juntem à ministra Cristas e rezem para que chova, advertindo no entanto que "não basta repetir as palavras das orações", pois o truque está em "rezá-las com frequência e intensamente".
A crer no bom homem, "há muitas semanas que a terra não recebe umas pingas de chuva" porque os crentes "não se fazem ouvir e a maioria da população não acredita na providência divina, mas somente na previdência de Bruxelas". "Noutros tempos - observa melancolicamente - já se teriam levantado súplicas ao Céu a implorar a graça da chuva". Agora, "algumas pessoas ainda falam da ajuda de S. Pedro, mas com pouca convicção"...
Está seguro o bispo que, algures no processo de evaporação/transpiração-condensação-precipitação do ciclo da água, há um momento em que S. Pedro intervém despachando favoravelmente os requerimentos dos crentes para que chova. Ora se os crentes preferem dirigir-se ao comissário da Agricultura e Desenvolvimento Rural, é natural que o santo, desautorizado, reaja mal: "Ai é? Então Dacián Ciolos que faça chover..."
E não é que, como diria Alexandre O'Neill, o bispo "tinh'rrazão"? Os crentes corresponderam tão rapidamente ao seu apelo que o Instituto de Meteorologia já anunciou o regresso da chuva para quinta-feira. Só que a coisa não terá sido feita com "frequência" e "intensidade" q.b. e, por isso, apenas se esperam uns aguaceiros, e só durante dois dias.» [JN]
A crer no bom homem, "há muitas semanas que a terra não recebe umas pingas de chuva" porque os crentes "não se fazem ouvir e a maioria da população não acredita na providência divina, mas somente na previdência de Bruxelas". "Noutros tempos - observa melancolicamente - já se teriam levantado súplicas ao Céu a implorar a graça da chuva". Agora, "algumas pessoas ainda falam da ajuda de S. Pedro, mas com pouca convicção"...
Está seguro o bispo que, algures no processo de evaporação/transpiração-condensação-precipitação do ciclo da água, há um momento em que S. Pedro intervém despachando favoravelmente os requerimentos dos crentes para que chova. Ora se os crentes preferem dirigir-se ao comissário da Agricultura e Desenvolvimento Rural, é natural que o santo, desautorizado, reaja mal: "Ai é? Então Dacián Ciolos que faça chover..."
E não é que, como diria Alexandre O'Neill, o bispo "tinh'rrazão"? Os crentes corresponderam tão rapidamente ao seu apelo que o Instituto de Meteorologia já anunciou o regresso da chuva para quinta-feira. Só que a coisa não terá sido feita com "frequência" e "intensidade" q.b. e, por isso, apenas se esperam uns aguaceiros, e só durante dois dias.» [JN]
Autor:
Manuel António Pina.
A anedota do dia
«O bispo de Beja lamenta que os agricultores portugueses tenham mais fé nos milhões dos subsídios de Bruxelas, descurando as orações pelo fim da seca. "Noutros tempos já se teriam levantado súplicas ao céu a implorar a graça da chuva", escreve D. António Vitalino".» [DN]
Parecer:
A culpa é da ministra que ao mesmo te na intervenção divina anda em Bruxelas a tentar "sacar" os milhões que a salvem da imagem de
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»
Uma família pouco recomendável
«Um familiar do presidente do Governo Regional da Madeira esteve escondido 18 dias após colher a alta velocidade uma mulher de 81 anos. De acordo com o Correio da Manhã a Polícia foi obrigada a lançar busca. Lourenço Vidal foi apanhado por câmaras de vigilância mas continua à solta.» [DN]
Parecer:
Pobre Alberto.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao Alberto se ajudou a esconder o primo.»
Quem se mete com a EDP leva
«Mas nos últimos meses houve vários sinais de rutura entre o núcleo duro do Executivo e o secretário de Estado que criticou o "excessivo poder da EDP". Henrique Gomes terá ameaçado demitir-se no final do ano passado quando foi desautorizado por Santos Pereira sobre a proposta para criar uma taxa especial sobre as empresas de energia. Este ano, a secretaria de Estado encomendou um estudo sobre as "rendas excessivas" que o Estado paga e que a troika quer reduzir.» [DN]
Parecer:
Fica-se com a imporessão d que mandou demitir o secretário de Estado da Energia. Começa a perceber-se passando, a EDP convia gente ligada ao governo para ganhar sem trabalhar e este faz-lhe os fretes.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Questione-se o Álvaro sobre o assunto.»
Já estamos em segundos na OCDE
«A taxa de desemprego em Portugal já estava ao mesmo nível da irlandesa em janeiro deste ano, com 14,8%. Os números da OCDE mostram que Portugal é o terceiro país com mais desemprego entre as economias desenvolvidas. Uma lista onde não consta a Grécia, que não apresenta dados desde Novembro.» [Dinheiro Vivo]
Parecer:
è por isso que o Moedas anda tão excitado.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se.»
"Fomentivest" entra na Águas de Portugal
«ulo Caetano, antigo administrador da Fomentinvest, empresa onde trabalhava Passos Coelho, foi nomeado para vogal da administração da AdP Energia, do grupo Águas de Portugal.
Paulo Caetano estava ligado à área das energias renováveis na empresa presidida por Ângelo Correia. A Fomentinvest atua nas áreas do ambiente, energia, mercado de carbono e mudanças climáticas.» [Expresso]
Paulo Caetano estava ligado à área das energias renováveis na empresa presidida por Ângelo Correia. A Fomentinvest atua nas áreas do ambiente, energia, mercado de carbono e mudanças climáticas.» [Expresso]
Parecer:
Deve estar a preparar a privatização da empresa.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se pela privatização.»
O Comissário não tem nada a falar com o Álvaro
«O vice-presidente da Comissão Europeia vem quarta-feira a Lisboa, para uma visita de dois dias onde se vai desmultiplicar em contactos com as autoridades portuguesas. Olli Rehn pediu para se encontrar com o primeiro-ministro, o ministro das Finanças, o Governador do Banco de Portugal e com os deputados das comissões parlamentares de orçamento, economia e finanças.
Original neste tipo de visitas de políticos europeus foi o pedido de Olli Rehn para um encontro com os "subscritores do acordo de Concertação Social". A reunião terá lugar quarta-feira à tarde, na sede do Conselho Económico e Social e deixa de fora a CGTP, a central sindical que se recusou a assinar o documento. Arménio Carlos já protestou, considerando que "esta posição demonstra a concepção que o senhor Olli Rehn tem de enegociação, democracia e auscultação dos parceiros".
Mas, igualmente de fora do encontro com o comissário europeu para os assuntos económicos e financeiros, fica o ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, apurou o Expresso junto de fonte do CES. Apesar do empenho colocado pelo governante que manteve dezenas de reuniões com os parceiros sociais, não foi Santos Pereira, mas o primeiro ministro a subscrever o acordo final.» [Expresso]
Original neste tipo de visitas de políticos europeus foi o pedido de Olli Rehn para um encontro com os "subscritores do acordo de Concertação Social". A reunião terá lugar quarta-feira à tarde, na sede do Conselho Económico e Social e deixa de fora a CGTP, a central sindical que se recusou a assinar o documento. Arménio Carlos já protestou, considerando que "esta posição demonstra a concepção que o senhor Olli Rehn tem de enegociação, democracia e auscultação dos parceiros".
Mas, igualmente de fora do encontro com o comissário europeu para os assuntos económicos e financeiros, fica o ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, apurou o Expresso junto de fonte do CES. Apesar do empenho colocado pelo governante que manteve dezenas de reuniões com os parceiros sociais, não foi Santos Pereira, mas o primeiro ministro a subscrever o acordo final.» [Expresso]
Parecer:
É ridículo demais para ser verdade.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
O próximo será o Álvaro?
«“O Ministro da Economia e do Emprego apresenta o seu agradecimento público ao Secretário de Estado da Energia, agora exonerado, Henrique Gomes”, revela em comunicado emitido para as redacções.
“O Ministro da Economia e do Emprego gostaria de reconhecer o trabalho realizado pelo Eng. Henrique Gomes e enaltece o elevado sentido de missão e de serviço público que pautou a sua actuação governativa”, adianta a mesma fonte.
“O Ministério da Economia e do Emprego vai prosseguir as reformas estruturais para o sector energético com que se comprometeu e cumprir as medidas constantes do memorando de entendimento assinado entre o Estado português e a Comissão Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional para este sector.”» [Jornal de Negócios]
“O Ministro da Economia e do Emprego gostaria de reconhecer o trabalho realizado pelo Eng. Henrique Gomes e enaltece o elevado sentido de missão e de serviço público que pautou a sua actuação governativa”, adianta a mesma fonte.
“O Ministério da Economia e do Emprego vai prosseguir as reformas estruturais para o sector energético com que se comprometeu e cumprir as medidas constantes do memorando de entendimento assinado entre o Estado português e a Comissão Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional para este sector.”» [Jornal de Negócios]
Parecer:
O que pretenderá o Álvaro com esta resposta à carta do secretário de Estado demissionário.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao camarada Mexia se o PC Chinês se já exigiu a demissão do Álvaro.»