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"Casa Gaspar", Mindelo, Cabo verde [A. Cabral]
PS: Será alguma coisa à avó Prazeres?
Jumento do dia
Pedro Passos Coelho
Pedro Passos Coelho tem razão ao deferir para Maio a leitura exacta da situação orçamental, também aqui tem sido adiado para final de Abril uma avaliação definitiva. Só que enquanto Passos Coelho espera ver no aumento da receita do IVA a salvação de todos os males, por aqui considera-se que os resultados das receitas fiscais acumuladas até Abril serão mais do que suficientes para avaliar o afundanço económico do país e que nessa ocasião o governo terá considções para avaliar as consequências dos seus extremismos.
Pensar que é a receita de IVA dos restaurantes que vai salvar o défice orçamental só revela que o primeiro-ministro não conhece a realidade do país, os restaurantes ou baixaram os preços ou estão vazios, a receita do IVA neste sector vai ser inferior mesmo com taxas mas elevadas. Passos Coelho está a ignorar uma contracção económica bem superior à prevista na elaboração do OE de 2012. Este OE foi aldrabado com duas mentiras, uma previsão manhosa da contracção económica e previsões muito optimistas das receitas fiscais.
«O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, atribuiu hoje o aumento da "despesa efetiva" às "despesas extraordinárias" com a RTP e sublinhou que só no boletim da execução orçamental de maio haverá uma "notícia correta" dos efeitos das medidas adotadas.
Pensar que é a receita de IVA dos restaurantes que vai salvar o défice orçamental só revela que o primeiro-ministro não conhece a realidade do país, os restaurantes ou baixaram os preços ou estão vazios, a receita do IVA neste sector vai ser inferior mesmo com taxas mas elevadas. Passos Coelho está a ignorar uma contracção económica bem superior à prevista na elaboração do OE de 2012. Este OE foi aldrabado com duas mentiras, uma previsão manhosa da contracção económica e previsões muito optimistas das receitas fiscais.
«O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, atribuiu hoje o aumento da "despesa efetiva" às "despesas extraordinárias" com a RTP e sublinhou que só no boletim da execução orçamental de maio haverá uma "notícia correta" dos efeitos das medidas adotadas.
"No lado da despesa, a despesa efetiva aumentou apenas em resultado de despesas extraordinárias que tiveram lugar, nomeadamente, com a RTP. Foram cerca de 226 milhões de euros, se o número não me falha, que não compara com anos anteriores", afirmou Passos Coelho.
"Em todo o caso, se deduzirmos essa fatia - que é extraordinária e estava prevista para este ano, mas não para o princípio do ano - a verdade é que a despesa efetiva cai, como estava previsto e isso significa que nós estamos a controlar bem as nossas contas", defendeu.
O chefe do Governo falava aos jornalistas sobre os dados da execução orçamental conhecidos na terça-feira, à margem de uma iniciativa do dia da árvore e da floresta, nos jardins da sua residência oficial.
Passos Coelho sublinhou que "só em maio" é que haverá "uma notícia correta dos efeitos das medidas" adotadas no Orçamento do Estado na execução orçamental.
"A execução orçamental tem sempre riscos e é importante que o país saiba que as coisas nunca estão adquiridas em definitivo. Precisamos todos os meses de nos esforçar para atingir os nossos objetivos", declarou.» [i]
Natália Juskiewicz - "Com que voz" e "Canção do mar"
A servidão e a dignidade
«Vivemos no interior do medo. O medo deixou de ser um sentimento comum à condição para se transformar numa ideologia e numa arma política. A Inquisição e Salazar deixaram discípulos. Não conseguimos libertar-nos desta fatalidade histórica porque há quem limite as nossas forças e liquide as nossas esperanças. Por outro lado, aceitamos este fardo como um anátema. Reagimos escassamente mas não continuamos as acções contra a afronta. Ver os noticiários das televisões, ler a Imprensa tornou-se um exercício penoso, que conduz à depressão. Parece que o mundo desabou sobre os pobres portugueses. Tudo se enleia para favorecer o nosso infortúnio. Em nada acreditamos: a falsidade, a omissão, a desvergonha atingiram níveis desusados, e ninguém descortina onde está a mentira, e onde se oculta a verdade do que nos dizem.
As informações são um caudal contraditório; e há declarações tão surpreendentes quanto imponderáveis. Mohamed El-Erian, um desses senhores do mundo, que poucos saberiam quem é, assevera que Portugal vai pedir mais dinheiro e segue, cabisbaixo, o caminho da Grécia. Erian, leio no Diário de Notícias, é o presidente do maior fundo de investimento mundial e não costuma utilizar a metáfora nem o epigrama para falar das coisas. Papandreu, grego, socialista, primeiro-ministro até há bem pouco tempo, também não faz reserva em dizer que está aberta a vereda para seguirmos a passada do seu país.
O papão, o medo viscoso, ondulante, assustador é a Grécia. A Grécia, tal Asmodeu, rei dos demónios, é o crepúsculo como alegoria de todas as tragédias. Afastamo-nos, repugnados e receosos do contágio. Temos tudo a ver com a Grécia, mas nada queremos ter a ver com a Grécia. Os gregos são a doença infecciosa, larvar, perigosíssima. Passos Coelho, quando regressa de viagens, proclama logo, pensativo, austero e formal: com a Grécia, nem tomar café. Julgando, talvez, que esta frase corresponde a um optimismo criador.
Vivemos num confuso e absurdo almofariz de dubiedades. Agora, para rematar estes clássicos do assombro, surge Vítor Gaspar, campeão do humorismo involuntário, e assegura, arfante: "No dia 23 de Setembro de 2013 regressaremos aos mercados." Vinha dos Estados Unidos. E tudo indicava que lhe tinham segredado a extraordinária novidade. Ninguém sabe, nem Gaspar esclarece o mistério de tão prodigioso milagre.
O português comum, que sobrevive asfixiado entre o desemprego, o fisco, a multa, a humilhação, o vexame, a fome, a doença, a miséria, os impostos, as taxas moderadoras, a demolição do amor, o divórcio, a emigração, e outra vez a fome, a doença, a miséria, os impostos, esse português desorientado, desgraçado e triste sem remissão - que pode fazer ele?, que pode? Em cada um de nós reside a resposta sobre o compromisso com a honra e a recusa da servidão e da indignidade.» [DN]
As informações são um caudal contraditório; e há declarações tão surpreendentes quanto imponderáveis. Mohamed El-Erian, um desses senhores do mundo, que poucos saberiam quem é, assevera que Portugal vai pedir mais dinheiro e segue, cabisbaixo, o caminho da Grécia. Erian, leio no Diário de Notícias, é o presidente do maior fundo de investimento mundial e não costuma utilizar a metáfora nem o epigrama para falar das coisas. Papandreu, grego, socialista, primeiro-ministro até há bem pouco tempo, também não faz reserva em dizer que está aberta a vereda para seguirmos a passada do seu país.
O papão, o medo viscoso, ondulante, assustador é a Grécia. A Grécia, tal Asmodeu, rei dos demónios, é o crepúsculo como alegoria de todas as tragédias. Afastamo-nos, repugnados e receosos do contágio. Temos tudo a ver com a Grécia, mas nada queremos ter a ver com a Grécia. Os gregos são a doença infecciosa, larvar, perigosíssima. Passos Coelho, quando regressa de viagens, proclama logo, pensativo, austero e formal: com a Grécia, nem tomar café. Julgando, talvez, que esta frase corresponde a um optimismo criador.
Vivemos num confuso e absurdo almofariz de dubiedades. Agora, para rematar estes clássicos do assombro, surge Vítor Gaspar, campeão do humorismo involuntário, e assegura, arfante: "No dia 23 de Setembro de 2013 regressaremos aos mercados." Vinha dos Estados Unidos. E tudo indicava que lhe tinham segredado a extraordinária novidade. Ninguém sabe, nem Gaspar esclarece o mistério de tão prodigioso milagre.
O português comum, que sobrevive asfixiado entre o desemprego, o fisco, a multa, a humilhação, o vexame, a fome, a doença, a miséria, os impostos, as taxas moderadoras, a demolição do amor, o divórcio, a emigração, e outra vez a fome, a doença, a miséria, os impostos, esse português desorientado, desgraçado e triste sem remissão - que pode fazer ele?, que pode? Em cada um de nós reside a resposta sobre o compromisso com a honra e a recusa da servidão e da indignidade.» [DN]
Autor:
Baptista-Bastos.
Judeus
«A "questão judaica" é hoje, na Europa, uma mera relíquia daquilo que foi durante séculos. Na verdade, poucos têm coragem de o dizer, mas embora a abominável "decisão final" (Endlösung), urdida pelo regime nazi para as minorias judaicas da Europa ocupada, tenha ficado por metade, tal foi suficiente para privar a Europa desse filão de resiliência, criatividade e inteligência que as minorias judaicas representaram na história das nações europeias. Os sobreviventes do extermínio, na sua maioria, estão hoje em Israel, ou são um dos motores da prosperidade dos EUA.
O ódio "popular" aos judeus é um dos fatores da decadência europeia. Não é preciso ser Antero de Quental para perceber que a decadência peninsular se inicia com a expulsão dos judeus, na altura em que a organização dos impérios marítimos de Portugal e Espanha mais precisaria do seu contributo. Basta olhar para a Alemanha de 2012. Com a mesma população que tinha ao tempo da República de Weimar, mas sem o impulso da sua vibrante comunidade judaica, exterminada ou exilada pelo Holocausto, a cultura alemã de hoje é, na comparação, pobre e sem brilho. Onde estão os filósofos, os escritores, os cientistas, os músicos, os cineastas, de ascendência judaica, que fizeram a grandeza universal da Alemanha até1933? Basta ler a biografia de George Steiner, Errata, para compreender os motivos que levaram Nietzsche a considerar os judeus como uma (malograda) vanguarda cosmopolita da unidade europeia, contra o perigo da autodestruição. As crianças judias assassinadas em França apenas nos recordam que, sob o verniz da tolerância europeia, jaz um virulento génio maligno pronto a despertar. A mediocridade não suporta a diferença e a singularidade de mérito que os judeus deixaram na nossa cultura comum. E que falta isso nos faz agora!» [DN]
O ódio "popular" aos judeus é um dos fatores da decadência europeia. Não é preciso ser Antero de Quental para perceber que a decadência peninsular se inicia com a expulsão dos judeus, na altura em que a organização dos impérios marítimos de Portugal e Espanha mais precisaria do seu contributo. Basta olhar para a Alemanha de 2012. Com a mesma população que tinha ao tempo da República de Weimar, mas sem o impulso da sua vibrante comunidade judaica, exterminada ou exilada pelo Holocausto, a cultura alemã de hoje é, na comparação, pobre e sem brilho. Onde estão os filósofos, os escritores, os cientistas, os músicos, os cineastas, de ascendência judaica, que fizeram a grandeza universal da Alemanha até1933? Basta ler a biografia de George Steiner, Errata, para compreender os motivos que levaram Nietzsche a considerar os judeus como uma (malograda) vanguarda cosmopolita da unidade europeia, contra o perigo da autodestruição. As crianças judias assassinadas em França apenas nos recordam que, sob o verniz da tolerância europeia, jaz um virulento génio maligno pronto a despertar. A mediocridade não suporta a diferença e a singularidade de mérito que os judeus deixaram na nossa cultura comum. E que falta isso nos faz agora!» [DN]
Autor:
Viriato Soromenho-Marques.
Ladrões pouco respeitadores
«Foi explorado pelo pai do Presidente da República e continua a ser propriedade da família Cavaco Silva. Mas nem isso fez pensar duas vezes os assaltantes que, ontem de madrugada, destruíram por completo as portas do posto de combustível da BP, em Fonte de Boliqueime, e assaltaram o espaço junto à EN125, que actualmente está alugado.» [CM]
Frasquilho vende optimismo
«"A receita teve um comportamento menos negativo até fevereiro do que tinha tido em janeiro", quando tinha caído 6,5%,contra uma queda de 4% no mês passado, destacou hoje o deputado Miguel Frasquilho, em declarações aos jornalistas no Parlamento, para comentar os dados da execução orçamental de fevereiro conhecidos na terça-feira.
Para o deputado, esta evolução das receitas deve-se à contração da economia, mas "é também influenciada" por o aumento das taxas do IVA ainda não se refletirem nos números, o que só ocorrerá em maio. De qualquer forma, reconheceu que as receitas estão "abaixo do que tinha sido previsto".» [DE]
Para o deputado, esta evolução das receitas deve-se à contração da economia, mas "é também influenciada" por o aumento das taxas do IVA ainda não se refletirem nos números, o que só ocorrerá em maio. De qualquer forma, reconheceu que as receitas estão "abaixo do que tinha sido previsto".» [DE]
Parecer:
Enfim, é só sucessos.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
O gaspar enganou-se nas contas
«A receita fiscal até fevereiro caiu 5,3 por cento face ao mesmo período de 2011, uma evolução menos negativa do que em janeiro, mas, mesmo assim, bastante pior do que o previsto pelo Governo para o total deste ano.
Segundo o boletim de execução orçamental hoje divulgado pela Direção-Geral do Orçamento (DGO), as receitas dos impostos ascenderam a 5.630 milhões de euros nos dois primeiros meses do ano -- uma quebra homóloga de 5,3%. Em janeiro, esta descida fora mais pronunciada (7,9%).
No Orçamento do Estado para 2012 (OE2012), o Governo prevê que este ano as receitas fiscais cresçam 3,8%.
A quebra nas receitas fiscais no início de 2012 é generalizada a quase todos os principais impostos.» [Expresso]
Segundo o boletim de execução orçamental hoje divulgado pela Direção-Geral do Orçamento (DGO), as receitas dos impostos ascenderam a 5.630 milhões de euros nos dois primeiros meses do ano -- uma quebra homóloga de 5,3%. Em janeiro, esta descida fora mais pronunciada (7,9%).
No Orçamento do Estado para 2012 (OE2012), o Governo prevê que este ano as receitas fiscais cresçam 3,8%.
A quebra nas receitas fiscais no início de 2012 é generalizada a quase todos os principais impostos.» [Expresso]
Parecer:
Teve mais olhos do que barriga.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao Gasparoika se já entendeu porque razão o tal ajustamento foi mais rápido do que o esperado.»
PSD usa argumento duvidoso contra a greve
«O PSD acusou a CGTP de querer privar os trabalhadores "do direito a trabalhar" com a marcação da greve geral de quinta-feira, levando um deputado comunista a fazer comparações com o regime de Salazar.» [JN]
Parecer:
É um argumento tipicamente fascista.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Proteste-se.»