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Aldeia de Monsanto [A. Cabral]
Jumento do dia
Vítor Gaspar
Que o ministro das Finanças tenha ou pense que tem sentido de humor é uma coisa, que decida gozar com os portugueses é outra. Depois de os funcionários da TAP terem festejado, de o Relvas ter explicado que a TAP não era uma excepção mas sim uma adaptação, secundado nesta explicação pela secretária de Estado do Tesouro, é anedótico vir agora o Gaspar tentar dizer que não houve nem excepções, nem adaptações.
A explicação faz lembrar a do famoso desvio colossal, o ministro dá umas cambalhotas e faz umas palhaçadas verbais para distrair os espectadores e desviar a atenção do seu truque. Mas é o próprio que admite essas adaptações em 2011 e 2012 e sabe muito bem que os funcionários não sofreram apenas a perda dos subsídios.
Começa a ser tempo de o ministro das Finanças se deixar de truques e de cobardias e passar a ter a coragem de assumir as suas decisões e políticas com frontalidade pois vivemos numa democracia e os portugueses não são nem parvos, nem débeis mentais como o ministro parece pensar.
«Gaspar agradeceu a oportunidade de "esclarecer" um tema cujo debate público "parece ter sido baseado em premissas erradas".
"Os cortes nas remunerações decididos de novo no Orçamento do Estado de 2012 [OE2012] aplicam-se, sem exceção e sem adaptação, a todo o universo sob a dependência do Estado", afirmou o ministro, repetindo duas vezes a expressão "sem exceção e sem adaptação".
"O que está em causa é que são cortados os subsídios de férias e de Natal a todos os trabalhadores sujeitos aos limites gerais da lei. Esse ponto é muito importante, porque se trata de longe da medida com maior expressão quantitativa", prosseguiu o ministro.
"Para outras medidas decididas no OE2011, e mantidas no OE2012, podem ser realizadas adaptações, que já estavam previstas e foram usadas em 2011", continuou Gaspar. "É crucial perceber que, em termos de evolução da remuneração mensal dos trabalhadores, o corte é exatamente o mesmo em termos quantitativos."
O ministro indicou assim que embora os salários dos trabalhadores destas empresas se mantenham este ano, eles não receberão subsídio de férias nem de Natal, tal como na generalidade do setor público; e, além disso, as empresas terão de compensar a manutenção dos salários através de outros cortes na sua despesa.» [i]
A explicação faz lembrar a do famoso desvio colossal, o ministro dá umas cambalhotas e faz umas palhaçadas verbais para distrair os espectadores e desviar a atenção do seu truque. Mas é o próprio que admite essas adaptações em 2011 e 2012 e sabe muito bem que os funcionários não sofreram apenas a perda dos subsídios.
Começa a ser tempo de o ministro das Finanças se deixar de truques e de cobardias e passar a ter a coragem de assumir as suas decisões e políticas com frontalidade pois vivemos numa democracia e os portugueses não são nem parvos, nem débeis mentais como o ministro parece pensar.
«Gaspar agradeceu a oportunidade de "esclarecer" um tema cujo debate público "parece ter sido baseado em premissas erradas".
"Os cortes nas remunerações decididos de novo no Orçamento do Estado de 2012 [OE2012] aplicam-se, sem exceção e sem adaptação, a todo o universo sob a dependência do Estado", afirmou o ministro, repetindo duas vezes a expressão "sem exceção e sem adaptação".
"O que está em causa é que são cortados os subsídios de férias e de Natal a todos os trabalhadores sujeitos aos limites gerais da lei. Esse ponto é muito importante, porque se trata de longe da medida com maior expressão quantitativa", prosseguiu o ministro.
"Para outras medidas decididas no OE2011, e mantidas no OE2012, podem ser realizadas adaptações, que já estavam previstas e foram usadas em 2011", continuou Gaspar. "É crucial perceber que, em termos de evolução da remuneração mensal dos trabalhadores, o corte é exatamente o mesmo em termos quantitativos."
O ministro indicou assim que embora os salários dos trabalhadores destas empresas se mantenham este ano, eles não receberão subsídio de férias nem de Natal, tal como na generalidade do setor público; e, além disso, as empresas terão de compensar a manutenção dos salários através de outros cortes na sua despesa.» [i]
Liberais da treta
Estes gajos só são liberais na hora de lixar os trabalhadores, quando chega a hora dos Mexias viram mais intervencionistas do que o Estaline. E se fossem todos à bardamerda?
Quem é o n.º 2 do governo
Parece que as coisas entre o Gasparoika e o Relvas começam a aquecer o que não é de admirar, quando o ministro das Finanças retirou as competências do QREN ao ministério do sôr Álvaro acabou por esvaziar um secretário de Estado do Relvas e, por conseguinte, tirou ao homem do aparelho o poder de distribuir dinheiro.
Entretanto o Relvas veio dizer que haviam adaptações nas reduções salariais nas empresas públicas. O Gasparoika não gostou da intromissão do Relvas e hoje foi ao parlamento dizer que não haviam nem excepções, nem adaptações estava tudo na mesma, isto é, o Relvas tinha dito asneira.
O Relvas não esperou muito e durante a tarde, em Gouveia, disse que apesar da reavaliação o QREN continua na mesma, isto é, que o papel do Gasparoika neste negócio é o de verbo-de-encher.
A guerra entre o Relvas e o Gasparoika é cada vez mais evidente, como é evidente que desde que o Gaspar achou que poderia meter o Relvas no sapato começou a ler muitas opiniões negativas na comunicação social.
Será que é mesmo o Álvaro que vai ser embaixador na OCDE, ou será antes os Gaspaoika.
O prefácio
«Anda por aí um desassossego de frases agrestes que envolvem um autor e o prefácio a um livro de discursos. O autor é o inexcedível dr. Cavaco. O prefácio é um texto levemente tonto e claramente escrito com a fatal tendência para a quezília e o conflito gramatical. Nada de importante. Impelido pela minha malvada curiosidade, decidi-me a ler o texto, sabendo, de antemão, que tamanho exercício mental ser-me-ia extremamente fatigante.
Espanto dos espantos!, ao contrário do que se diz, o teor não passa de modesta redacção, das que as professoras primárias nos exigiam na antiga terceira classe. Não se vislumbra nenhum ajuste de contas, apenas a expressão mal cerzida da birra de um homem amuado porque um outro o desprezou quando o não devia desprezar. A tal "deslealdade institucional" pode ser criticável, com base numa certa alínea da Constituição, a que o autor se apoia, mas é caso de pouca monta, tendo em aviso o que ele faz a outros, com displicente sobranceria. E as coisas não foram bem assim, a crer nas contraversões seguintes.
Sócrates, que tem sido o bombo da festa, com pancadaria de criar bicho nos lombos e na alma, serve de pretexto, neste parolar copiosamente vesgo, para o autor nos fornecer o estofo do homem e o estilo do estadista. Atordoado com a quantidade e o teor das críticas que recebeu, decidiu remeter os inadvertidos para o "sítio" que alimenta na rede. Disse, grave e soturno: ali está o que, na verdade, escrevi. E alertou para eventuais manipulações de conteúdo, praticadas, como doloso objectivo, pela imprensa.
Precipitei-me, arquejante, para o "sítio", na ânsia de descortinar o que os jornais haviam omitido. Nada de novo, nem de diferente. A mesma peripécia atabalhoada: umas tacadas num homem tombado e cheio de nódoas negras. O pouco edificante relambório não possui uma ideia, não defende uma tese, não pleiteia uma doutrina - e, pior do que tudo, não convence ninguém.
O autor pretendeu, talvez, fazer história e atirar para o limbo um opositor que o ofendera gravemente, além, com perdão da palavra, de amolgar, dolorosamente, um artigo da Constituição. Não é preciso ser muito rigoroso para se verificar o que o prefácio intenta. Mas o autor é tão desajeitado, na forma como no recheio, que o tiro sai pela culatra. Antagonistas e apoiantes, encavacados pelo facto de o prefaciador negligenciar as funções a que devia dar lustre, não param de o desacreditar. O mais tenaz dos críticos, será, acaso, o Marcelo Rebelo de Sousa, que desfez a sustentação institucional feita, em apressada defesa própria, pelo autor.
Este segundo mandato repete, agravando-os, os dislates do primeiro. E alguém, dos círculos íntimos do senhor, devia ajudá-lo a rematar, com dignidade e piedosa lástima, o tempo que lhe resta para sair de Belém.» [DN]
Espanto dos espantos!, ao contrário do que se diz, o teor não passa de modesta redacção, das que as professoras primárias nos exigiam na antiga terceira classe. Não se vislumbra nenhum ajuste de contas, apenas a expressão mal cerzida da birra de um homem amuado porque um outro o desprezou quando o não devia desprezar. A tal "deslealdade institucional" pode ser criticável, com base numa certa alínea da Constituição, a que o autor se apoia, mas é caso de pouca monta, tendo em aviso o que ele faz a outros, com displicente sobranceria. E as coisas não foram bem assim, a crer nas contraversões seguintes.
Sócrates, que tem sido o bombo da festa, com pancadaria de criar bicho nos lombos e na alma, serve de pretexto, neste parolar copiosamente vesgo, para o autor nos fornecer o estofo do homem e o estilo do estadista. Atordoado com a quantidade e o teor das críticas que recebeu, decidiu remeter os inadvertidos para o "sítio" que alimenta na rede. Disse, grave e soturno: ali está o que, na verdade, escrevi. E alertou para eventuais manipulações de conteúdo, praticadas, como doloso objectivo, pela imprensa.
Precipitei-me, arquejante, para o "sítio", na ânsia de descortinar o que os jornais haviam omitido. Nada de novo, nem de diferente. A mesma peripécia atabalhoada: umas tacadas num homem tombado e cheio de nódoas negras. O pouco edificante relambório não possui uma ideia, não defende uma tese, não pleiteia uma doutrina - e, pior do que tudo, não convence ninguém.
O autor pretendeu, talvez, fazer história e atirar para o limbo um opositor que o ofendera gravemente, além, com perdão da palavra, de amolgar, dolorosamente, um artigo da Constituição. Não é preciso ser muito rigoroso para se verificar o que o prefácio intenta. Mas o autor é tão desajeitado, na forma como no recheio, que o tiro sai pela culatra. Antagonistas e apoiantes, encavacados pelo facto de o prefaciador negligenciar as funções a que devia dar lustre, não param de o desacreditar. O mais tenaz dos críticos, será, acaso, o Marcelo Rebelo de Sousa, que desfez a sustentação institucional feita, em apressada defesa própria, pelo autor.
Este segundo mandato repete, agravando-os, os dislates do primeiro. E alguém, dos círculos íntimos do senhor, devia ajudá-lo a rematar, com dignidade e piedosa lástima, o tempo que lhe resta para sair de Belém.» [DN]
Autor:
Baptista-Bastos.
A oposição fundida do PS
«O secretário de Estado da Energia era-o todo. Não só secretário do Estado, isto é, nosso empregado, pago para defender os nossos interesses, mas também de Energia, enérgico e focado, iluminando-nos sobre o seu sector. Desde cedo, ele, Henrique Gomes, que vinha da REN, empresa que distribuía a eletricidade a juzante (a nós, consumidores), fez saber que a coisa andava mal distribuída a montante (nos produtores). Grosso modo, a sua tese era que pagávamos demasiado à EDP. Ora, afrontar hoje a EDP é como, nos anos 40 e 50, um governo de país da América Central tentar renegociar o monopólio bananeiro da United Fruit - dava golpe militar. Não exageremos, por cá deu só demissão de Henrique Gomes. Se querem que vos diga, do lado do Governo até encontro argumentos (não boas razões, mas argumentos). Era preciso vender caro a EDP, e conseguiu-se, tendo-se sossegado a compradora Three Gorges (que apesar de chinesa e de república popular tinha apetite capitalista de três gargantas): não, não haveria mudança nos contratos leoninos da EDP. Logo, bye-bye, ó Gomes, que não percebes de política com postes de alta tensão. O Governo, percebo, pois. Agora o PS é que me parece apagadinho de todo: "Demissão é descoordenação do ministro da Economia", disse o PS. Isto é, temos ocasião de discutir política sobre assunto que até um frigorífico entende (acende-se-lhe uma luzinha quando o abrimos), e o PS faz chicana contra o Álvaro, e só.» [DN]
Autor:
Ferreira Fernandes.
As mesadas da EDP
«Henrique Gomes queria taxar a produção de energia elétrica. Queria limitar o poder do monopólio económico que nos garante uma das mais altas facturas energéticas da Europa e que determina, muito mais do que os salários, os nossos custos de produção. Queria reduzir as rendas e os subsídios à EDP, sobretudo para financiamento das energias eólicas e renováveis - que vivem, em Portugal, quase exclusivamente dos dinheiros públicos. Ou seja, o secretário de Estado queria resolver um dos mais graves problemas económicos portugueses: um monopólio que estrangula a economia e ainda saca tudo o que pode do Estado.
Só que a prioridade deste governo não é a economia. Nunca foi. São as contas de Gaspar. É vender tudo para ter receitas rápidas. É disso que Relvas gosta, é isso que Gaspar compreende, é isso que Passos quer. Henrique Gomes estava a criar problemas no processo de privatização da EDP. Os chineses chegaram à empresa e deixaram claro que o que estava acordado é que tudo ficaria na mesma. A EDP continuaria a receber as suas mesadas e a ser levada ao colo pelo Estado enquanto esmifra a economia. Henrique Gomes e Vítor Gaspar estavam a aplicar indicações contraditórias da Troika: um queria criar condições de competitividade, outro acabar de privatizar todos os monopólios naturais. Ganhou a solução fácil.
Mais uma vez, entre a economia e as finanças o governo escolheu as finanças. Entre o longo e o curto prazo, escolheu o curto prazo. Entre quem defende os interesses do Estado e dos privados, escolheu continuar a garantir um Rendimento Máximo Garantido a quem vive, há anos, à sobra do seu monopólio. Se Passos Coelho fosse liberal, acabava com a subsidiodependência de uma das mais lucrativas empresas portuguesas e combatia os abusos monopolistas que asfixiam a indústria nacional. Mas este não é um governo de liberais. É um governo de avençados e contabilistas. Uns e outros darão cabo do que sobra da nossa economia.» [Expresso]
Só que a prioridade deste governo não é a economia. Nunca foi. São as contas de Gaspar. É vender tudo para ter receitas rápidas. É disso que Relvas gosta, é isso que Gaspar compreende, é isso que Passos quer. Henrique Gomes estava a criar problemas no processo de privatização da EDP. Os chineses chegaram à empresa e deixaram claro que o que estava acordado é que tudo ficaria na mesma. A EDP continuaria a receber as suas mesadas e a ser levada ao colo pelo Estado enquanto esmifra a economia. Henrique Gomes e Vítor Gaspar estavam a aplicar indicações contraditórias da Troika: um queria criar condições de competitividade, outro acabar de privatizar todos os monopólios naturais. Ganhou a solução fácil.
Mais uma vez, entre a economia e as finanças o governo escolheu as finanças. Entre o longo e o curto prazo, escolheu o curto prazo. Entre quem defende os interesses do Estado e dos privados, escolheu continuar a garantir um Rendimento Máximo Garantido a quem vive, há anos, à sobra do seu monopólio. Se Passos Coelho fosse liberal, acabava com a subsidiodependência de uma das mais lucrativas empresas portuguesas e combatia os abusos monopolistas que asfixiam a indústria nacional. Mas este não é um governo de liberais. É um governo de avençados e contabilistas. Uns e outros darão cabo do que sobra da nossa economia.» [Expresso]
Autor:
Daniel Oliveira.
Passos Coelho já demitiu o ministro da Economia
«É uma história que não lembraria ao Diabo. Mas lembrou a Passos Coelho. Então, não é que Olli Rehn - comissário europeu da Energia - tem agendada uma visita a Portugal, que incluía reuniões com deputados, com o primeiro-ministro... esquecendo-se do ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira? Perante a estupefacção geral, eis que rapidamente lá se mete a reunião com o sôr Álvaro para evitar que se crie um facto político em torno deste esquecimento intencional. Totalmente deliberado. Esta história parece tão absurda - vergonhosa! - que parece inventada, fruto da imaginação mais perversa. Mas não: é pura verdade.
Politicamente, este episódio significa três evidências elementares. Em primeiro lugar, confirma que Álvaro Santos Pereira não joga na equipa principal deste Governo - está completamente off side, fora de jogo. O ministro da Economia não tem peso político nenhum e é pornograficamente desrespeitado pelos seus pares. A circunstância de o comissário da Energia vir a Portugal, pretender reunir-se, inclusive, com os parceiros sociais e esquecer-se de Álvaro Santos Pereira (tal como da CGTP), significa que o ministro da Economia tem um prazo de validade certo - e até já em Bruxelas se percebe que é uma carta fora do baralho do Governo Passos Coelho. Ora, numa altura em que era crucial lançar as bases para uma política concertada e sustentada de crescimento económico, resulta claro que o Governo Passos Coelho descura completamente a Economia. Só interessa Finanças para já - depois logo se vê. Contudo, o depois pode ser tarde demais.
Em segundo lugar, o esquecimento intencional de incluir na visita a reunião com o sôr Álvaro denota uma falta de respeito inqualificável e uma quebra de confiança institucional de Passos Coelho em relação ao seu ministro da Economia. Uma falta de respeito, pois é desrespeitar o seu (pouco) trabalho e considerá-lo, de forma subtil, incompetente e inadaptado à sua função. Na prática, Passos Coelho demitiu implicitamente Álvaro Santos Pereira! Efetivamente, Passos Coelho já tinha sacrificado o ministro da Economia em prol do ministro das Finanças na questão da gestão dos fundos do QREN (ou seja, dinheirinho vindo de Bruxelas para apoiar o desenvolvimento português) - que teoricamente seria uma função essencial do titular da pasta da Economia. Agora, já nem Bruxelas passa cartão ao ministro da Economia! Este já nem sequer pode discutir o futuro da economia portuguesa com as instãncias comunitárias!
Pergunto: que peso político terá, no futuro, Álvaro Santos Pereira quando representar Portugal nas reuniões do Conselho de Ministros da Economia em Bruxelas? Será o Charlie Chaplin, o bobo da corte da Europa! A credibilidade do ministro está ferida de morte - e a culpa é, em grande parte, de quem o deveria proteger, que é Passos Coelho. É que a lealdade institucional não se aplica apenas entre órgãos da República Portuguesa - aplica-se, igualmente, nas relações entre os membros de um órgão de soberania complexo como é o caso do Governo. Ora, este episódio representou uma quebra de lealdade institucional, mais grave do que a própria demissão do ministro Álvaro! Passos Coelho já assinou a demissão do seu ministro da Economia, na prática. Esperemos que tome a decisão de oficializar a saída do Governo nos próximos dias.
A continuidade do Álvaro não é boa para ninguém: não é para o Governo que tem um ausente na pasta da Economia; não é bom para Portugal porque tem um ministro da Economia irrelevante e descredibilizado ao nível a União Europeia; não é bom para Álvaro Santos Pereira - excelente teórico e professor universitário - que é diariamente enxovalhado pelos seus pares de Governo. O que até é uma ingratidão de Passos Coelho: julgo que o low profile de Álvaro Santos Pereira resulta de indicação expressa nesse sentido do líder do Executivo...
Em terceiro lugar, parece evidente que Passos Coelho, na sua cabeça, já decidiu a demissão de Álvaro Santos Pereira. Qual poderá ser o timing para a oficialização? O verão. Imitar José Sócrates e aproveitar um período de maior acalmia política para fazer uma alteração cirúrgica e instantânea. Pouco dolorosa. A estratégia é criar um ambiente propício e eu aponte para a demissão do ministro - e quando todos menos esperarem, Passos Coelho substitui o ministro da Economia. E cheira-me que Passos Coelho vai virar-se para o aparelho partidário. Será um laranjinha a ocupar o ministério da Economia. Avançarei já um nome na crónica de amanhã. A ler aqui no POLITICOESFERA.» [Expresso]
Politicamente, este episódio significa três evidências elementares. Em primeiro lugar, confirma que Álvaro Santos Pereira não joga na equipa principal deste Governo - está completamente off side, fora de jogo. O ministro da Economia não tem peso político nenhum e é pornograficamente desrespeitado pelos seus pares. A circunstância de o comissário da Energia vir a Portugal, pretender reunir-se, inclusive, com os parceiros sociais e esquecer-se de Álvaro Santos Pereira (tal como da CGTP), significa que o ministro da Economia tem um prazo de validade certo - e até já em Bruxelas se percebe que é uma carta fora do baralho do Governo Passos Coelho. Ora, numa altura em que era crucial lançar as bases para uma política concertada e sustentada de crescimento económico, resulta claro que o Governo Passos Coelho descura completamente a Economia. Só interessa Finanças para já - depois logo se vê. Contudo, o depois pode ser tarde demais.
Em segundo lugar, o esquecimento intencional de incluir na visita a reunião com o sôr Álvaro denota uma falta de respeito inqualificável e uma quebra de confiança institucional de Passos Coelho em relação ao seu ministro da Economia. Uma falta de respeito, pois é desrespeitar o seu (pouco) trabalho e considerá-lo, de forma subtil, incompetente e inadaptado à sua função. Na prática, Passos Coelho demitiu implicitamente Álvaro Santos Pereira! Efetivamente, Passos Coelho já tinha sacrificado o ministro da Economia em prol do ministro das Finanças na questão da gestão dos fundos do QREN (ou seja, dinheirinho vindo de Bruxelas para apoiar o desenvolvimento português) - que teoricamente seria uma função essencial do titular da pasta da Economia. Agora, já nem Bruxelas passa cartão ao ministro da Economia! Este já nem sequer pode discutir o futuro da economia portuguesa com as instãncias comunitárias!
Pergunto: que peso político terá, no futuro, Álvaro Santos Pereira quando representar Portugal nas reuniões do Conselho de Ministros da Economia em Bruxelas? Será o Charlie Chaplin, o bobo da corte da Europa! A credibilidade do ministro está ferida de morte - e a culpa é, em grande parte, de quem o deveria proteger, que é Passos Coelho. É que a lealdade institucional não se aplica apenas entre órgãos da República Portuguesa - aplica-se, igualmente, nas relações entre os membros de um órgão de soberania complexo como é o caso do Governo. Ora, este episódio representou uma quebra de lealdade institucional, mais grave do que a própria demissão do ministro Álvaro! Passos Coelho já assinou a demissão do seu ministro da Economia, na prática. Esperemos que tome a decisão de oficializar a saída do Governo nos próximos dias.
A continuidade do Álvaro não é boa para ninguém: não é para o Governo que tem um ausente na pasta da Economia; não é bom para Portugal porque tem um ministro da Economia irrelevante e descredibilizado ao nível a União Europeia; não é bom para Álvaro Santos Pereira - excelente teórico e professor universitário - que é diariamente enxovalhado pelos seus pares de Governo. O que até é uma ingratidão de Passos Coelho: julgo que o low profile de Álvaro Santos Pereira resulta de indicação expressa nesse sentido do líder do Executivo...
Em terceiro lugar, parece evidente que Passos Coelho, na sua cabeça, já decidiu a demissão de Álvaro Santos Pereira. Qual poderá ser o timing para a oficialização? O verão. Imitar José Sócrates e aproveitar um período de maior acalmia política para fazer uma alteração cirúrgica e instantânea. Pouco dolorosa. A estratégia é criar um ambiente propício e eu aponte para a demissão do ministro - e quando todos menos esperarem, Passos Coelho substitui o ministro da Economia. E cheira-me que Passos Coelho vai virar-se para o aparelho partidário. Será um laranjinha a ocupar o ministério da Economia. Avançarei já um nome na crónica de amanhã. A ler aqui no POLITICOESFERA.» [Expresso]
Autor:
João Lemos Esteves.
O início improvável da queda de um anjo
«Em menos de um fósforo, Vítor Gaspar conquistou um poder inusitado no governo Passos Coelho. Em tempos de cumprimento de um memorando da troika a troco de um empréstimo, é possível que qualquer ministro das Finanças obtivesse poder similar. Mas as idiossincracias de Gaspar – a começar na naturalidade dos seus perfeitos dotes teatrais e a acabar nas suas proclamações definitivas sobre a impossibilidade de alternativa – tornaram-no, em meia-dúzia de meses, um fenómeno de autoridade pessoal e política.
Totalmente desconhecido do cansativo milieu político nacional, rapidamente a aura de Gaspar pareceu começar a sobrepor-se à do primeiro-ministro – afinal, Passos Coelho é um velho conhecido desse mesmo milieu e tem resistências razoáveis em variados sectores da sociedade portugues.
Gaspar aparecia agora, fresquíssimo, como outra reencarnação do mais perfeito mito político nacional – mudadas, evidentemente, as circunstâncias e o regime. Finalmente, com a ascensão de Gaspar, já tínhamos outra vez no lugar certo o “mago das finanças”, que ia “pôr as contas públicas em ordem” e velar por nós, pecadores, até à hora da morte económica.
Gaspar, “o técnico”, começou a seduzir todos aqueles que não encontravam qualquer alternativa política ao cumprimento integral do programa da troika. Especulava-se se não estaria ali um embrião de Mario Monti, pronto a replicar a solução italiana e liderar um governo de “técnicos”, caso as circunstâncias tornassem o caminho difícil a Pedro Passos Coelho.
As duas últimas semanas iniciaram o princípio do fim do mito do “bom” Gaspar. As excepções que o Ministério das Finanças abriu para os cortes de ordenado – exigidos a todos os funcionários públicos e pensionistas – em empresas como a TAP e a Caixa Geral de Depósitos são inadmissíveis e imorais. Além de abrirem uma caixa de Pandora de efeitos imprevisíveis: se a RTP teve lucro e cortou custos, porque diabo os funcionários da RTP estão a ser prejudicados relativamente aos seus congéneres das outras empresas públicas?
Percebe-se que Gaspar corta no que é fácil: os cidadãos sem poder negocial. Sem hesitações, reduziu 15 mil reformas abaixo dos 830 euros, eliminou subsídios e obrigou ao aumento dos custos de saúde para o cidadão que não tem acesso a seguros.
Nesta situação que opõe Gaspar a Álvaro Santos Pereira e ao secretário de Estado demitido, Gaspar escolheu ficar ao lado das poderosas eléctricas contra a bíblia sobre a qual jurou quando tomou posse nas Finanças – o Memorando da troika. O poder é plural como os demónios.» [i]
Totalmente desconhecido do cansativo milieu político nacional, rapidamente a aura de Gaspar pareceu começar a sobrepor-se à do primeiro-ministro – afinal, Passos Coelho é um velho conhecido desse mesmo milieu e tem resistências razoáveis em variados sectores da sociedade portugues.
Gaspar aparecia agora, fresquíssimo, como outra reencarnação do mais perfeito mito político nacional – mudadas, evidentemente, as circunstâncias e o regime. Finalmente, com a ascensão de Gaspar, já tínhamos outra vez no lugar certo o “mago das finanças”, que ia “pôr as contas públicas em ordem” e velar por nós, pecadores, até à hora da morte económica.
Gaspar, “o técnico”, começou a seduzir todos aqueles que não encontravam qualquer alternativa política ao cumprimento integral do programa da troika. Especulava-se se não estaria ali um embrião de Mario Monti, pronto a replicar a solução italiana e liderar um governo de “técnicos”, caso as circunstâncias tornassem o caminho difícil a Pedro Passos Coelho.
As duas últimas semanas iniciaram o princípio do fim do mito do “bom” Gaspar. As excepções que o Ministério das Finanças abriu para os cortes de ordenado – exigidos a todos os funcionários públicos e pensionistas – em empresas como a TAP e a Caixa Geral de Depósitos são inadmissíveis e imorais. Além de abrirem uma caixa de Pandora de efeitos imprevisíveis: se a RTP teve lucro e cortou custos, porque diabo os funcionários da RTP estão a ser prejudicados relativamente aos seus congéneres das outras empresas públicas?
Percebe-se que Gaspar corta no que é fácil: os cidadãos sem poder negocial. Sem hesitações, reduziu 15 mil reformas abaixo dos 830 euros, eliminou subsídios e obrigou ao aumento dos custos de saúde para o cidadão que não tem acesso a seguros.
Nesta situação que opõe Gaspar a Álvaro Santos Pereira e ao secretário de Estado demitido, Gaspar escolheu ficar ao lado das poderosas eléctricas contra a bíblia sobre a qual jurou quando tomou posse nas Finanças – o Memorando da troika. O poder é plural como os demónios.» [i]
Autor:
Ana Sá Lopes.
Até já
«Um desconhecido demitiu-se do Governo. Querem fazer uma algazarra disso. Fazer
do desconhecido um mártir. Alinhar no populismo fácil de atacar a EDP. Invocar a lenga-lenga de que os lóbis ganham sempre. Pois
querem. Querem e fazem bem.
Henrique Gomes era um desconhecido. Depois do bulício destes dias, vai continuar a sê-lo: as polémicas em Portugal são como o Carnaval, duram dois dias e, no fundo, ninguém leva a mal. Mas a política de subsidiação energética está longe de ser uma desconhecida. Henrique Gomes quis alterá-la, não conseguiu, então demitiu-se. Álvaro Santos Pereira e Passos Coelho também quiseram mudá-la, não conseguiram, então mudaram de opinião.
O sector da energia é sempre subsidiado. Na construção ou na operação, há sempre subsídios, evidentes ou evanescentes, até no petróleo. O primeiro mito a desfazer é portanto que a alternativa a subsidiar produção de energia é... não subsidiar produção de energia. O que há é muitos lóbis a disputar as fatias do bolo. Quando Patrick Monteiro de Barros quis construir uma refinaria em Sines, ela seria paga pelo Estado; quando se ataca as eólicas para construir nuclear, é com subsídios; quando as indústrias defendem a cogeração, querem subsídios; quando se anunciam carros eléctricos, micro-produção caseira ou os maiores parques de solar fotovoltaica da Europa, é porque há subsídios, subsídios, subsídios. Pronto: é só para desintoxicar dos paladinos da boa utilização dos dinheiros públicos que não querem mais que apropriar-se deles.
Subsidiar não é em si mesmo errado. No caso da cogeração, é preciso separar os escandalosos casos de quem anda a queimar "a seco" só para receber subsídio das indústrias que incluem a energia no seu processo produtivo. No caso das barragens e das eólicas, já aqui foi dito, essa opção estratégica está tomada, não se desmantela agora, aproveita recursos naturais de Portugal e será mais competitiva à medida que o petróleo inexoravelmente encarece. O problema não é pois a subsidiação, mas a escolha tecnológica que assiste e, no caso, é o seu valor, se é justo ou excessivo. Porque "subsídio" é apenas um nome fino para impostos que pagamos cegos e tarifas que suportamos mudos. A factura energética é uma fartura energética. Para muita, muita gente, incluindo autarquias.
O subsídio é excessivo? A "troika" diz que sim. Santos Pereira e Passos diziam, antes, que sim. Um estudo encomendado pelo Governo diz que sim. Quem diz que não? Quem recebe. A EDP, pois claro. Mas não só: a Endesa, a Iberdrola, todos os operadores de renováveis, que andam calados atrás das costas largas de António Mexia.
Os CMEC são contratos com uma origem antiga, custam 27 euros por ano a cada família portuguesa e são, já aqui foi escrito, um excelente negócio para a EDP, pois o Estado assume o risco da operação. Era isso que Henrique Gomes queria desfazer. Debalde. E porquê?
Essa é a grande pergunta: porquê? O Governo queria. A troika exigiu. O Ministério da Economia avançou com um imposto especial para tirar de um lado o que os subsídios davam por outro. Adiou-se tudo por causa da privatização. Perdeu-se o tempo certo. A secretária de Estado do Tesouro anunciou no dia da venda aos chineses que o Governo continuava livre para decidir tarifas. Não continuou nada: os chineses enfureceram-se. O Governo, se os queria enganar, enganou-se. E calou-se.
Não foi só um secretário de Estado que se demitiu de um cargo, foi um Governo que se demitiu da sua função, tornando-se perigosamente parecido com quem criticara violentamente no passado.
O encaixe brutal da privatização tem contrapartidas, como se viu nas nomeações de políticos para a administração, como se vê agora nesta postura obediente aos chineses. No fundo, percebe-se agora, parte desse encaixe da privatização será pago por nós, consumidores e indústrias. É por isso que este é o país "até já": Santos Pereira diz até já a Henrique Gomes, Passos diz até já a Sócrates, todos dizemos até já aos lóbis, mudamos para que tudo fique na mesma, neste até já Portugal, até já sectores não transaccionáveis, até já cepa torta, sempre "até" e sempre "já" e sempre "nunca", nunca, nunca mais saímos disto.» [Jornal de Negócios]
Henrique Gomes era um desconhecido. Depois do bulício destes dias, vai continuar a sê-lo: as polémicas em Portugal são como o Carnaval, duram dois dias e, no fundo, ninguém leva a mal. Mas a política de subsidiação energética está longe de ser uma desconhecida. Henrique Gomes quis alterá-la, não conseguiu, então demitiu-se. Álvaro Santos Pereira e Passos Coelho também quiseram mudá-la, não conseguiram, então mudaram de opinião.
O sector da energia é sempre subsidiado. Na construção ou na operação, há sempre subsídios, evidentes ou evanescentes, até no petróleo. O primeiro mito a desfazer é portanto que a alternativa a subsidiar produção de energia é... não subsidiar produção de energia. O que há é muitos lóbis a disputar as fatias do bolo. Quando Patrick Monteiro de Barros quis construir uma refinaria em Sines, ela seria paga pelo Estado; quando se ataca as eólicas para construir nuclear, é com subsídios; quando as indústrias defendem a cogeração, querem subsídios; quando se anunciam carros eléctricos, micro-produção caseira ou os maiores parques de solar fotovoltaica da Europa, é porque há subsídios, subsídios, subsídios. Pronto: é só para desintoxicar dos paladinos da boa utilização dos dinheiros públicos que não querem mais que apropriar-se deles.
Subsidiar não é em si mesmo errado. No caso da cogeração, é preciso separar os escandalosos casos de quem anda a queimar "a seco" só para receber subsídio das indústrias que incluem a energia no seu processo produtivo. No caso das barragens e das eólicas, já aqui foi dito, essa opção estratégica está tomada, não se desmantela agora, aproveita recursos naturais de Portugal e será mais competitiva à medida que o petróleo inexoravelmente encarece. O problema não é pois a subsidiação, mas a escolha tecnológica que assiste e, no caso, é o seu valor, se é justo ou excessivo. Porque "subsídio" é apenas um nome fino para impostos que pagamos cegos e tarifas que suportamos mudos. A factura energética é uma fartura energética. Para muita, muita gente, incluindo autarquias.
O subsídio é excessivo? A "troika" diz que sim. Santos Pereira e Passos diziam, antes, que sim. Um estudo encomendado pelo Governo diz que sim. Quem diz que não? Quem recebe. A EDP, pois claro. Mas não só: a Endesa, a Iberdrola, todos os operadores de renováveis, que andam calados atrás das costas largas de António Mexia.
Os CMEC são contratos com uma origem antiga, custam 27 euros por ano a cada família portuguesa e são, já aqui foi escrito, um excelente negócio para a EDP, pois o Estado assume o risco da operação. Era isso que Henrique Gomes queria desfazer. Debalde. E porquê?
Essa é a grande pergunta: porquê? O Governo queria. A troika exigiu. O Ministério da Economia avançou com um imposto especial para tirar de um lado o que os subsídios davam por outro. Adiou-se tudo por causa da privatização. Perdeu-se o tempo certo. A secretária de Estado do Tesouro anunciou no dia da venda aos chineses que o Governo continuava livre para decidir tarifas. Não continuou nada: os chineses enfureceram-se. O Governo, se os queria enganar, enganou-se. E calou-se.
Não foi só um secretário de Estado que se demitiu de um cargo, foi um Governo que se demitiu da sua função, tornando-se perigosamente parecido com quem criticara violentamente no passado.
O encaixe brutal da privatização tem contrapartidas, como se viu nas nomeações de políticos para a administração, como se vê agora nesta postura obediente aos chineses. No fundo, percebe-se agora, parte desse encaixe da privatização será pago por nós, consumidores e indústrias. É por isso que este é o país "até já": Santos Pereira diz até já a Henrique Gomes, Passos diz até já a Sócrates, todos dizemos até já aos lóbis, mudamos para que tudo fique na mesma, neste até já Portugal, até já sectores não transaccionáveis, até já cepa torta, sempre "até" e sempre "já" e sempre "nunca", nunca, nunca mais saímos disto.» [Jornal de Negócios]
Autor:
Pedro Santos Guerreiro.
Coisas que os Gasparoikas não entendem
«O FMI percebeu tarde que a austeridade e as «falácias da consolidação orçamental» nos países mais endividados têm estrangulado a retoma global. É o que defende o secretário-geral adjunto das Nações Unidas para o Desenvolvimento Económico.
Falando na terça-feira nas «reuniões de primavera» do Conselho Económico e Social das Nações Unidas, em Nova Iorque, Jomo Kwame Sundaram contrastou a austeridade proposta pelo FMI com os «consistentes» avisos das agências da ONU para os riscos «das medidas de austeridade severas atualmente a ser prosseguidas na Europa» e a defesa de investimentos estimuladores da economia e competitividade.» [Agência Financeira]
Falando na terça-feira nas «reuniões de primavera» do Conselho Económico e Social das Nações Unidas, em Nova Iorque, Jomo Kwame Sundaram contrastou a austeridade proposta pelo FMI com os «consistentes» avisos das agências da ONU para os riscos «das medidas de austeridade severas atualmente a ser prosseguidas na Europa» e a defesa de investimentos estimuladores da economia e competitividade.» [Agência Financeira]
Parecer:
Como fomos os últimos a escolher o país ficou com os mais fundamentalistas de entre os extremistas liberais.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se conhecimento ao Gasparoika.»
Manobra de diversão
«O secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações revelou esta quarta-feira que as isenções na cobrança de portagens nos meses de Agosto na Ponte 25 de Abril geraram uma dívida de 110 milhões de euros.
"Desde 1995 que não há cobrança de portagens no mês de Agosto na Ponte 25 de Abril e esse conjunto de isenções gerou para os portugueses uma divida de 110 milhões de euros. Uma dívida que todos os portugueses tinham de pagar para que só alguns usufruíssem da isenção no mês de Agosto", afirmou Sérgio Monteiro, que está a ser ouvido na comissão parlamentar de Economia e Obras Públicas.» [CM]
"Desde 1995 que não há cobrança de portagens no mês de Agosto na Ponte 25 de Abril e esse conjunto de isenções gerou para os portugueses uma divida de 110 milhões de euros. Uma dívida que todos os portugueses tinham de pagar para que só alguns usufruíssem da isenção no mês de Agosto", afirmou Sérgio Monteiro, que está a ser ouvido na comissão parlamentar de Economia e Obras Públicas.» [CM]
Parecer:
Quando o secretário de Estado fala das isenções está a tentar desviar a atenção da sua decisão imoral (para não dizer corrupta). Ainda por cima nem foi ele que acabou com a isenção, foi o governo anterior.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Mande-se o rapaz à bardamerda.»
Portugal está a ficar miserável
«"A nossa é sempre uma perspetiva objetiva e histórica, porque os juízos de valor não têm de ser feitos pela autarquia, têm de ser as pessoas, os historiadores, os investigadores [a fazê-los]. Nós temos apenas de demonstrar a nossa convicção de que o que estamos a fazer é útil para o concelho e para a região. E se temos um vinho `Memórias de Salazar" é porque sentimos que as pessoas procuram essa ligação quando nos visitam", disse o autarca.» [DN]
Parecer:
Estes autarcas de Santa Comba roçam o miserável.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Vomite-se.»
O Gaspar vai rever contratos com a EDP
«"Serão ainda negociados voluntariamente com os operadores alterações aos contratos vigentes", garantiu o governante, adiantando apenas que "serão alteradas as condições que se aplicam à co-geração e garantia de potência" e que foram feitos "progressos" nesta discussão. O ministro falava na Comissão Eventual de Acompanhamento da aplicação do programa da 'troika'.» [DE]
Parecer:
Não será melhor deixar tudo como está? A generosidade do Gaspar para com os empresários mais ricos é tanta que é bem provável que dessa revisão resultem mais custos para os clientes da EDP e para os contribuintes.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Acompanhe-se a política energética deste governo.»
Gaspar sem pressa para rever a lei das finanças locais
«O ministro das Finanças, Vítor Gaspar, disse hoje no Parlamento que as propostas de alteração à lei das Finanças locais e regionais só têm de ser entregues na Assembleia da República até ao final deste ano.» [DE]
Parecer:
Só teve pressa para mandar os funcionários públicos e os pensionistas para a miséria.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao Gaspar porque tem medo do Miguel Relvas.»
Goldman Sachs engana os clientes
«O banco de investimento Goldman Sachs, um dos maiores do mundo, tem por hábito enganar os seus clientes acusa o antigo director executivo da empresa, Greg Smith.
Em artigo de opinião no New York Times, o banqueiro justifica a sua saída do banco após 12 anos porque “o ambiente é do mais tóxico e do mais destrutivo que já vi”. “Os interesses dos clientes ficaram para trás e o banco só pensa em fazer dinheiro”, afirma preto no branco o anterior responsável pelo negócio de derivados na Europa, África e Médio Oriente.» [Dinheiro Vivo]
Em artigo de opinião no New York Times, o banqueiro justifica a sua saída do banco após 12 anos porque “o ambiente é do mais tóxico e do mais destrutivo que já vi”. “Os interesses dos clientes ficaram para trás e o banco só pensa em fazer dinheiro”, afirma preto no branco o anterior responsável pelo negócio de derivados na Europa, África e Médio Oriente.» [Dinheiro Vivo]
Parecer:
Por cá temos um rapazola que gostava de se exibir como vice-presidente da Goldman Sachs ainda que entre a categoria e aquilo que os portugueses ficavam a pensar que era houvesse uma grande distância.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao António Borges se também foi mentiroso.»
Pobre Álvaro
«Álvaro Santos Pereira, ministro da Economia, não tinha sido convidado para qualquer encontro com o vice-presidente da Comissão Europeia e responsável pelas pastas da Economia e Finanças da União Europeia, Olli Rehn. "Nenhum encontro estava no programa", disse ao Expresso fonte da delegação da Comissão Europeia em Lisboa.
Do programa inicialmente divulgado e incluído no site da delegação em Portugal, não há qualquer referência ao encontro com Santos Pereira. No entanto, o mal-estar causado pela situação - que o Expresso divulgou - acabou por ser transmitido pelo gabinete do ministro à representação de Bruxelas em Lisboa.
O comissário europeu reagiu e conseguiu incluir uma passagem pelo Ministério da Economia para um breve encontro com o titular da pasta. A reunião está prevista para decorrer imediatamente a seguir ao encontro de Olli Rehn com os parceiros sociais e antes da prevista passagem pelo Ministério das Finanças.» [Expresso]
Do programa inicialmente divulgado e incluído no site da delegação em Portugal, não há qualquer referência ao encontro com Santos Pereira. No entanto, o mal-estar causado pela situação - que o Expresso divulgou - acabou por ser transmitido pelo gabinete do ministro à representação de Bruxelas em Lisboa.
O comissário europeu reagiu e conseguiu incluir uma passagem pelo Ministério da Economia para um breve encontro com o titular da pasta. A reunião está prevista para decorrer imediatamente a seguir ao encontro de Olli Rehn com os parceiros sociais e antes da prevista passagem pelo Ministério das Finanças.» [Expresso]
Parecer:
Vai ser recebido pelo Comissário porque os jornais e os blogues gozaram com a situação do desgraçado. Só é pena que não se tenha ficado a saber quem do lado do governo português combinou a agenda do comissário com os serviços da Comissão. Começa a perceber-se que este Álvaro parece não ter a noção da dignidade, tratam-no como querem e é incapaz de bater com a porta, ou será que o preço da sua dignidade é mesmo o lugar na OCDE?
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Mandem-se os parabéns ao Álvaro porque o comissário o trata como um homenzinho, com sorte talvez le ofereça um relógio Timex e uma caneta Parker.»
Olha quem apoia Cavaco e o seu prefácio!
«"Concordo que houve falta de lealdade (por parte do ex-primeiro-ministro José Sócrates). Há um dever de cortesia. Era lógico que o Presidente fosse informado antes de Bruxelas", declarou esta noite o presidente do grupo Jerónimo Martins, Alexandre Soares dos Santos, em entrevista à RTP.
Alexandre Soares dos Santos ressalvou, contudo, não saber se essa atitude seria motivo suficiente para Cavaco Silva ter demitido José Sócrates, considerando antes que o Presidente da República nunca devia era ter começado por viabilizar um Governo minoritário.» [Expresso]
Alexandre Soares dos Santos ressalvou, contudo, não saber se essa atitude seria motivo suficiente para Cavaco Silva ter demitido José Sócrates, considerando antes que o Presidente da República nunca devia era ter começado por viabilizar um Governo minoritário.» [Expresso]
Parecer:
O empresário holandês!
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»
Um juiz que quer ser uma "estrela"
«Um juiz do tribunal de Viana do Castelo emitiu uma ordem de serviço proibindo a utilização da grafia do novo Acordo Ortográfico, alegando que os tribunais não estão abrangidos pela resolução do Governo.
A decisão do juiz Rui Estrela Oliveira consta de uma ordem de serviço datada de 23 de janeiro deste ano e aplica-se a todos os processos e tramitações do segundo Juízo Civil daquele tribunal, sendo justificada pelo próprio, em entrevista à Agência Lusa, como uma "questão eminentemente jurídica".» [Expresso]
A decisão do juiz Rui Estrela Oliveira consta de uma ordem de serviço datada de 23 de janeiro deste ano e aplica-se a todos os processos e tramitações do segundo Juízo Civil daquele tribunal, sendo justificada pelo próprio, em entrevista à Agência Lusa, como uma "questão eminentemente jurídica".» [Expresso]
Parecer:
Seguindo a lógica do ilustre magistrado os tribunais até poderiam adoptar o castelhano como língua oficial.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»
Carne vermela é mais letal do que se pensava
«Já se sabia que as carnes vermelhas deviam ser consumidas moderadamente, mas um amplo estudo da Harvard School of Public Health agora divulgado acentua essa ideia, concluindo que mesmo quando comida em quantidades reduzidas, em apenas uma refeição diária, aumenta significativamente os riscos de doenças cardiovasculares e de cancro.
Pequenas quantidades de carne processada como bacon, salsichas ou salame aumentam em um quinto as probabilidades de morte precoce, no caso de bifes o risco aumenta em 12%, referem as conclusões do estudo da universidade norte-americana divulgado agora nos Archives of Internal Medicine , publicação bi-mensal da American Medical Association.» [Expresso]
Pequenas quantidades de carne processada como bacon, salsichas ou salame aumentam em um quinto as probabilidades de morte precoce, no caso de bifes o risco aumenta em 12%, referem as conclusões do estudo da universidade norte-americana divulgado agora nos Archives of Internal Medicine , publicação bi-mensal da American Medical Association.» [Expresso]
O Gaspar agora imita o frei Tomás
«O ministro das Finanças, Vítor Gaspar, garantiu hoje na Assembleia da República que os cortes nas remunerações do setor público serão "sem exceção nem adaptação".» [i]
Parecer:
Faz o que eu digo, não faças o que eu fiz na TAP e na CGD!
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»
Não será corrupção
«Teresa Empis Falcão, assessora jurídica do secretário de Estado dos Transportes, que deu o aval ao pagamento das portagens na ponte 25 de Abril, teve ligações à Lusoponte.» [i]
Parecer:
O secretário de Estado chama-lhe competência.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»
O Gaspar está a proteger a saúde dos portugueses
«A crise está a obrigar as famílias portuguesas a mudar os hábitos de consumo. Compram cada vez mais marcas brancas nos super e hipermercados, optam pelos iogurtes, bolachas e cereais básicos e trocam a cerveja, o vinho e os refrigerantes pela água.
No raio-X à sociedade em Portugal, os dados são arrebatadores. Na mesa dos portugueses há menos leite e bacalhau. O volume de leite caiu 4,5% nos últimos três meses de 2011, enquanto as despesas com o bacalhau baixaram para 1,4% o ano anterior, em relação ao mesmo período do ano de 2010.
Mas é na carne que os números são surpreendentes. Os portugueses consomem menos carne de vaca e apostam mais nas menos dispendiosas, como o porco e as aves. Em 2010, o consumo de carne fresca aumentou 4,8%, com destaque para o porco com 9,1% e para as aves com 6,5%. A carne de bovino manteve os mesmos valores do último trimestre de 2010, ao subir apenas 0,8%.» [i]
No raio-X à sociedade em Portugal, os dados são arrebatadores. Na mesa dos portugueses há menos leite e bacalhau. O volume de leite caiu 4,5% nos últimos três meses de 2011, enquanto as despesas com o bacalhau baixaram para 1,4% o ano anterior, em relação ao mesmo período do ano de 2010.
Mas é na carne que os números são surpreendentes. Os portugueses consomem menos carne de vaca e apostam mais nas menos dispendiosas, como o porco e as aves. Em 2010, o consumo de carne fresca aumentou 4,8%, com destaque para o porco com 9,1% e para as aves com 6,5%. A carne de bovino manteve os mesmos valores do último trimestre de 2010, ao subir apenas 0,8%.» [i]
Parecer:
Começa-se a perceber a pionochetada económica do Gaspar, foi para proteger a saúde dos portugueses pois quem passa fome é mais saudável do quem come em excesso.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Mandem-se os parabéns ao Gaspar.»
Afinal, quem manda no AREN
«O ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, assegurou hoje,
em Gouveia, que a avaliação da implementação do Quadro de Referência Estratégico
Nacional (QREN) não irá atrasar os projetos em curso.» [DN]
Parecer:
Parece que o Relvas anda a disputar o poder ao Gaspar, o das Finanças diz que não há adaptações e o Relvas responde com o QREN.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Reserve-se lugar na primeira fila do espectáculo.»
Cavaco, o pior de sempre
«De acordo com os resultados do Barómetro Político da Marktest, Cavaco Silva registou, «não só o maior decréscimo mensal entre os políticos em análise, como também obteve o valor mais baixo de sempre alguma vez alcançado por um Presidente da República desde que acompanhamos este indicador», diz a empresa de estudos e sondagens.
A mesma fonte nota que este saldo resulta da diferença das opiniões negativas pelas positivas, ponderado pelo peso das opiniões expressas. Além disso, regista-se pela primeira vez «que a avaliação do Presidente da República é ainda mais negativa do que a dos restantes líderes em análise, com um saldo de imagem de -31.8%, um valor que mostra como as opiniões negativas face à sua actuação superaram em muito as positivas».» [Diário Digital]
A mesma fonte nota que este saldo resulta da diferença das opiniões negativas pelas positivas, ponderado pelo peso das opiniões expressas. Além disso, regista-se pela primeira vez «que a avaliação do Presidente da República é ainda mais negativa do que a dos restantes líderes em análise, com um saldo de imagem de -31.8%, um valor que mostra como as opiniões negativas face à sua actuação superaram em muito as positivas».» [Diário Digital]
Parecer:
Enfim, uma nódoa.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Recomende-se ao senhor que poupe o país à sua presença e renuncie ao mandato.»